segunda-feira, 16 de novembro de 2015

3 216 - Encontro com chefes da FNLA e problemas em Cabinda

Cavaleiros do Norte de Zalala: Mota Viana (furriel), Pimenta (mecânico), 
Agra (Famalicão), Queirós (furriel), Bolinhas e filho e Pinto (furriel). Dia 14 de
Novembro de 2015, em Geraz do Minho, na Póvoa do Lanhoso


Cavaleiros do Norte de Zalala em
Geraz do Lima, na Povoa do Lanhoso: o
Casimiro e o Maia, que por lá foi padeiro e
agora é lacador
A 16 de Novembro de 1974, já lá vão 41 anos, registou-se um encontro de comandos de guerrilheiros da FNLA com o comando do BCAV. 8423, na altura interinamente assegurado pelo capitão José Paulo Falcão. Infelizmente, e por razões de saúde dele, não nos é possível ter informação pormenorizada sobre o conteúdo desse encontro - que, porém, se enquadrava nos vários que, ao tempo, «eram estabelecidos com as autoridades, por parte de elementos dispersos da FNLA, agora já nas categorias elevadas da sua chefatura», como relata o Livro da Unidade.
Acontecia isto no Quitexe, onde se aquartelava a CCS e o comando do Batalhão, mas também em Vista Alegre, onde, aliás, «em fase já avançada», até se permitiu «a realização de um comício local de mentalização das populações, a 26 de Novembro».
O dia 16 desse mês de 1974 era um sábado e a imprensa de Lisboa dava conta que as Forças Armadas Portuguesas estava a levar a cabo uma operação para desalojar os TE que tinham reféns em Cabinda. O Alto Comissário Rosa Coutinho foi lá (a Cabinda) e comentou que o que por lá se passava eram «actos de puro banditismo e não de guerrilha». E meios militares, citados pelo Diário de Lisboa, admitiam que «o golpe, integrado num vasto plano dos colonialistas, para evitar uma efectiva independência de Angola, tem a participação de mercenários e elementos da ex-PIDE/DGS, ao que se julga dirigidos por um ex-oficial francês».
Notícia do Diário de Lisboa de 16 de
Novembro de 1974, há precisamente 41 anos,
sobre os acontecimentos do Enclave de
Cabinda, em Angola
A 16 de Novembro de 1975, já com Angola independente, a situação continuava grave, nas várias frentes de combate. As FAPLA continuavam, «a reforçar os seus efectivos na Frente Sul, com vista a fazerem frente à ofensiva desencadeada por mercenários, sul-africanos, belgas e franceses, apoiados por forças do ELP», como relatava o Diário de Lisboa, em serviço combinado com o Diário de Luanda.
A Frente Sul, ainda segundo estes jornais, «continua(va) a apresentar-se como a mais grave para o MPLA, dado o potencial bélico utilizado pelos agressores, que dispõem de numerosos helicópteros, aviões de transporte e blindados de origem sul-africana».
A norte, pelo «nosso» Uíge, o que se passaria? A Portugal não chegavam notícias, para além das que ontem aqui trouxemos. Por elas teríamos de esperar!

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