domingo, 22 de novembro de 2015

3 222 - Cavaleiros no CS Uíge e MPLA disponível para Governo

Furriéis milicianos de Zalala: o José António Nascimento (agora nos Estados Unidos) e Manuel Dinis Dias (falecido a 20 de Outubro de 2011, em Lisboa, vítima de doença). Há 41 anos, preparavam a rotação para Vista Alegre e Ponte do Dange

Rogério Raposo e Plácido Queirós (furriel),
Cavaleiros do Norte de Zalala, foram
à caça. Quem reconhece o militar da direita? 

A 22 de Novembro de 1974, o capitão José Paulo Falcão voltou a participar na reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU); no BC12, em Carmona. Exercia interinamente as funções de comandante do Batalhão de Cavalaria 8423 e, ao tempo, definiam-se estratégias operacionais da Zona de Acção (ZA).
Almeida e Brito, o tenente coronel que comandava o nosso BCAV., estava de férias em Lisboa e, pela nossa Zona de Acção (ZA), ia tudo muito tranquilo, enquanto se ultimavam mais rotações - nomeadamente a da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, para Vista Alegre e Ponte do Dange. 
Em Luanda, o MPLA  considerou «chegado o momento de declarar solenemente que está aberto a todas as funções que possam contribuir para a resolução dos principais problemas que afectam a vida nacional». 
Lúcio Lara, o chefe da delegação do MPLA, disse mais: «Isto quer dizer que o MPLA está 
pronto a participar num Governo (...) que, com os movimentos de libertação, encontrem as fórmulas que se impõem para a continuidade política, económica e social de Angola». 
Notícia do Diário de Lisboa de 22
de Novembro de 1974: «O MPLA pronto
a participar num Governo de transição»
 
Outra notícia do dia, no jornal Diário de Lisboa, que citamos, dava conta do que circulava em Luanda: «Segundo círculos geralmente bem informados (...), o encontro que amanhã se realiza em Kinshasa terá como  objectivo a constituição de uma aliança contra o MPLA».
O encontro teria o patrocínio de Mobutu Sese Seko (presidente do Zaire) e envolveria dirigentes como Holden Roberto (presidente da FNLA), Jonas Savimbi (idem, da UNITA), Daniel Chipenda (da facção do seu nome) e Simão Toco (um líder religioso). 
Isto enquanto, lá pelo norte uíjano, continuava o programa de restauração da redes estradal, a cargo da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA) - com protecção de escoltas dos Cavaleiros do Norte.
«Portugal contra a intervenção sul-africana
em Angola
», titulava o Diário de Lisboa
de 22 de Novembro de 1975
A 22 de Novembro de 1975, um sábado e um ano depois, já na terceira semana da tri-proclamada independência de Angola, nada se sabia das Repúblicas anunciadas pela FNLA de Holden Roberto e pela UNITA de Jonas Savimbi. Mas Portugal «protestou junto do Governo sul-africano, pelo envolvimento das suas tropas a partir da Namíbia». O Diário de Lisboa considerou que «embora muito tardiamente e depois da invasão estrangeira estar consumada» e adiantava que «o protesto foi apresentado ontem à noite, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas» e pelo embaixador José Manuel Galvão Teles.
A África do Sul, porém e a partir de Pretória, fez lembrar que enviou tropas para Angola com «conhecimento prévio e aprovação do Governo Português, a fim de proteger o projecto hidro-eléctrico do Cunene, logo ao  norte da fronteira».
O ministro da Defesa, Pieter Botha acrescentou que «o envio de tropas fora feito no interesse do povo angolano e das pessoas que trabalham perto do projecto, uma empresa conjunta sul africana-portuguesa para abastecimento de energia eléctrica e água a Angola e ao Sudoeste Africano» - a Namíbia.

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