quarta-feira, 4 de novembro de 2015

3 304 - Encontro do PELREC com a FNLA na Dambi Angola

Encontro do PELREC com guerrilheiros da FNLA, a 4 de Novembro de 1974. 
Reconhecem-se, das NT, o Salgueiro (de bigode, de transmissões), o Rebelo 
e o furriel José Pires (de pé). Em baixo, o Aurélio (Barbeiro, atirador) e o 
furriel Viegas (dos Rangers, que comandava a força)


Os furriéis milicianos Viegas (com 
uma Kalashnikov nas mãos) e José Pires, com 
um guerrilheiro da FNLA. Há 41 anos, na 
aldeia do Dambi Angola - entre o Quitexe e 
Aldeia Viçosa, no norte de Angola


Hoje, é dia 4 de Novembro de 2015 e passam-se 41 anos desde o encontro do PELREC com guerrilheiros da FNLA, na aldeia do Dambi Angola - que fica(va) à margem da Estrada do Café, entre Quitexe e Aldeia Viçosa. Um dia e um encontro histórico, por ser o primeiro «cara a cara» conhecido, entre as NT e os combatentes.
Foi o dia da estreia operacional do (furriel miliciano) José Pires, o de Bragança - que era de transmissões e, por isso mesmo, não saía do aquartelamento. A história vem contada AQUI .
Foi também o da saída do comandante Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito, que a Portugal veio de férias. 
«A partir de 4 de Novembro, esteve ausente o comandante do BCAV., tendo o comando passado interinamente à posse do Oficial Adjunto do BCAV, o qual desenvolveu intensa actividade». regista o Livro da Unidade. O Oficial Adjunto era o capitão José Paulo de Mendonça Montenegro Falcão, que precisamente nesse mesmo dia de há 41 anos «esteve presente na reunião de Comandos do Comando do Sector do Uíge, que se realizou no BC12, em Carmona».
O comandante Almeida e Brito, o
soldado Armando Mendes da Silva (da
3ª. CCAV. 8423) e o capitão José Paulo
Falcão, no Quitexe. Há 41 anos!
O dia da véspera (domingo), em Luanda, foi de inauguração da sede da FNLA, na Avenida do Brasil - bem perto dos musseques Rangel e Cazenga, dois dos mais populosos bairros populares da capital. A cerimónia, segundo o Diário de Lisboa de há 41 anos, «foi precedida de um espectacular cortejo através das ruas da cidade, composto por milhares de aderentes do movimento, empunhando bandeiras e cartazes, entoando o hino da FNLA e dando vivas ao presidente Holden Roberto». 
E um ano depois?
Um ano depois, a uma semana da data anunciada para a independência, a Cimeira de Kampala não adiantou coisa nenhuma ao que já se sabia: não havia cessar foto. Os três movimentos não se entendiam e, segundo o Diário de Lisboa, «até esta manhã, não se verificara qualquer alteração às posições assumidas pelo MPLA e que se traduzem na recusa em qualquer acordo coma  FNLA e a UNITA».
Notícia do Diário de Lisboa de 4 de
Novembro de 1975, sobre a Cimeira
da OUA, no Uganda (Kampala)
Entretanto e «embora as notícias sobre as frentes de combate sejam escassas, sabe-se que se mantêm sem alterações as posições das forças em confronto».
Noutro campo, o MPLA acusava os Governo Português de «atitude vergonhosa» ante o que Lúcio Lara, falando á Juventude do MPLA, considerou «uma associação de patifes, uma associação de bandidos, os do ELP, o chamado Exército de Libertação de Portugal, enquadrados por técnicos militares da África do Sul, com material da África do Sul e com os lacaios e fantoches atrás, a carregar obuses: a FNLA e a UNITA». Referia-se às confrontações da Frente Sul - em Sá da Bandeira e Moçâmedes. Aqui, as FAPLA, noticiava o Diário de Lisboa, impediam, desde a véspera, «uma tentativa de avanço dos mercenários, rumo ao Lobito». 
Na zona do Caxito, perto de Luanda e ainda segundo o vespertino de Lisboa, «a FNLA continua encurralada nas posições para as quais foi obrigada a recuar na última semana». Estava-se precisamente a uma semana do dia da Independência - 11 de Novembro de 1975.

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