sexta-feira, 6 de novembro de 2015

3 306 - Comandos no Quitexe e MPLA contra modo descolonizador

Cavaleiros do Norte do Pelotão de Sapadores, na partida 
para mais uma missão. Quem ajuda a identificá-los?


Título do Diário de Lisboa de 6 de Novembro
de 1974: «O MPLA não aceita o plano
português de descolonização»


O Quitexe foi cenário, a 6 de Novembro de 1974, de mais uma reunião de comandos do Comando do Sector do Uíge (CSU), para analisar questões operacionais da ZA.
Os Cavaleiros do Norte, ao tempo, era interinamente comandados pelo capitão José Paulo Falcão, por o tenente-coronel Almeida e Brito estar de férias em Portugal.
A nível político, o MPLA fez saber que não aceitava o plano português de descolonização. Aristides Van-Dunen, do comité central do partido de Agostinho Neto, disse que «a primeira golpada que o imperialismo quer dar em Angola é a separação de Cabinda» e acrescentou que o plano de descolonização «não é aceite por nós».
«Só tivemos conhecimento dele através dos jornais e não a título oficial, pelo que nem sequer temos qualquer contra-proposta», disse Van-Dunen, de passagem em Lisboa.
Um ano depois e muitas «idas-para-a-frente-e-para-trás», já era certo que os três movimentos não se entendiam, mesmo depois da Cimeira de Kampala, no Uganda. «Não haverá qualquer conciliação entre o MPLA e os movimentos fantoches seus rivais até 11 de Novembro e, nesta data, a independência de Angola será unilateralmente proclama pelo movimento dirigido pelo dr. Agostinho Neto, seja qual for a posição de Portugal», noticiava o Diário de Lisboa.
O Diário de Lisboa de 6 de Novembro
de 1975 perguntava, em título, se
«Portugal reconhecerá Governo com o MPLA?»
A situação militar, na Frente Sul, continuava «extremamente grave». O avanço das chamadas (pelo MPLA) «forças mercenárias do ELP e sul-africanas, apoiadas pela FNLA e UNITA, sobre Benguela, levou a que se travassem violentos combates nos arredores e dentro da própria cidade, a qual chegou ontem a ser ocupada pelos agressores». Mais tarde, todavia, «as FAPLA anunciaram a sua retomada». Cabinda «voltou a ser palco de grandes confrontações militares» e do Uíge continuava-se a nada se saber. E nada se dizia, há 40 anos, da situação do Caxito, nos arredores de Luanda.
O dia da independência (11 de Novembro de 1975) estava cada vez mais próximo e existiam dúvidas sobre a posição de Portugal: reconheceria o Governo do MPLA? Continuaria reconhecer os três movimentos? Em Kampala, o ministro Victor Crespo afirmou que «a independência de Angola já está reconhecida», mas não especificou movimentos, acrescentando, porém, que «compete agora às forças políticas angolanas arranjar um governo de unidade nacional que qualquer dos movimentos reconheça como representando os legítimos interesses do povo angolano».
Boas intenções!!!

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