quarta-feira, 11 de novembro de 2015

3 211 - As 3 independências proclamadas de Angola

A proclamação da independência de Angola, feita por Agostinho Neto, 
do MPLA, a 11 de Novembro de 1975. No mesmo dia, também FNLA (no 
Ambriz) e UNITA (em Nova Lisboa, agora Huambo) proclamaram independências

Os presidentes Holden Roberto (da
FNLA), Jonas Savimbi (da UNITA) e
Agostinho Neto (do MPLA)



Angola teve três declarações de independência no mesmo dia 11 de Novembro de 1975: a do MPLA (em Luanda), a da FNLA (no Ambriz) e a da UNITA (em Nova Lisboa, actual Huambo). Há precisamente 40 anos.
O controlo territorial do novo país estava dividido pelos três grupos nacionalistas, cada qual proclamando a independência unilateralmente. O MPLA controlava Luanda (a capital) e proclamou a independência da República Popular de Angola, às 00,00 horas do dia 11 de Novembro de 1975, pela voz de Agostinho Neto e, como disse, "diante de África e do mundo proclamo a Independência de Angola”. Estabeleceu o governo em Luanda, com a Presidência entregue a Agostinho Neto, o líder do movimento. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer esta independência, o que Portugal só faria em Fevereiro de 1976.
A proclamação foi feita no estádio 1º. de Maio, em Luanda, e, segundo a notícia do Diário de Lisboa, «as tropas do MPLA, secundando o entusiasmo das populações, dispararam para o ar as suas metralhadoras, carregadas com balas tracejantes». 
A independência de Angola na primeira
página do Diário de Lisboa de 11 de
Novembro de 1975
«A euforia popular que se apossou de Luanda repercutiu-se por todas as zonas já libertadas pelo MPLA, onde o povo pôde, portanto, sem medo, dar vazão à sua alegria»,reportava o DL, frisando que «a alegria popular continuou a manifestar-se pela noite fora, com a população luandense cantando, dançando e por vezes chorando».
Holden Roberto, presidente da FNLA, proclamou a Independência da República Popular e Democrática de Angola, à meia-noite do dia 11 de Novembro, no Ambriz. Mas, mais tarde, considerou-a «não oficial» e (...) «um acto simbólico». Assim como a de Nova Lisboa.
Aqui e no mesmo dia, a independência foi também proclamada pela UNITA, mas (aparentemente) sem o presidente Jonas Savimbi, que estaria em Pretória. Há notícias diferentes sobre a sua (não) presença. Estavam, isso é certo, Miguel N'Zau Puna, José N'Dele e Jerónimo Wanga. 
Apenas a independência proclamada pelo MPLA foi internacionalmente reconhecida.
Imediatamente depois, iniciou-se a Guerra Civil Angolana entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a UNITA não se conformaram nem com a derrota militar nem com a exclusão do sistema político. A guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, de Jonas Savimbi, o líder histórico da UNITA.
- O discurso da independência, de Agostinho Neto. AQUI
- NOTA: Apesar de todas as diligências efectuadas, 
não foi possível obter mais elementos sobre as 
independências proclamadas pela FNLA e UNITA.
Muito menos, imagens fotográficas.

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