sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

3 234 - Santa Isabel, cinema no Batalhão e medo de guerra civil

Cavaleiros do Norte: os furriéis milicianos António Flora, Luís Filipe Costa (Pelotão 
de Morteiros), Agostinho Belo, Francisco Bento e Joaquim Abrantes. No Quitexe (1974)


Capa do livro «História da Unidade», do
BCAV. 8423,  e a bota, em faiança de Águeda, que
assinalou o 1º. Encontro do Cavaleiros do Norte,
a 9 de Setembro de 1995
O capitão José Paulo Falcão esteve no Comando do Sector do Uíge (CSU) a 4 de Dezembro de 1974, para «contactos operacionais», que ao tempo de repetiam, principalmente devido à sucessão de acontecimentos do Sector,
O capitão Falcão, recordemos, exercia ao tempo as funções de comandante interino do BCAV. 8423, já que o tenente-coronel Almeida e Brito - o comandante efectivo - estava de férias, em Lisboa. E o Batalhão não tinha 2º. comandante desde Santa Margarida. Desde quando o major Ornelas Monteiro, em vésperas do embarque, foi «desviado» para a Guiné 
O dia foi também de início de um novo ciclo de (exibições de) cinema, no «âmbito da acção psicológica» e com projecções em «todas as subunidades e também para as populações civis». Prologar-se-ia até 18 de Dezembro.
O dia era quarta-feira e em Nova York, na ONU, o ministro Almeida Santos garantia, segundo leio no Diário de Lisboa, que Angola e Cabo Verde seriam «independentes em 1975». 
«Portugal espera resolver todos os problemas inerentes à independência, por meio de uma reunião, anda este mês, com os representantes dos três principais movimentos  de libertação de Angola», afirmou o ministro da Coordenação Inter-Territorial, frisando, também, esperar que esta cimeira «resulte na criação de um Governo provisório, com um gabinete político constituído por Secretários de Estado nomeados pelos três movimentos e um gabinete de técnicos encarregados dos assuntos departamentais».
O Diário de Lisboa de 4 de Dezembro de
1974 anunciava que Angola e Cabo Verde
seriam independentes em 1975. Assim foi!
A independência era cada vez mais expectável e Almeida Santos falava de «uma forma de consulta democrática popular», acrescentando que «a alternativa para uma solução deste género é o risco de uma guerra civil».
Ao tempo, o MPLA não reconhecia à FLEC «direitos sobre Cabinda» e acusava a FNLA de «determinados compromissos, até pelas suas ligações ao Zaire» de Mobutu - o presidente deste país e que que era cunhado de Holden Roberto, líder da FNLA. E também «pelas suas relações com o Estados Unidos», estando movimento de Agostinho Neto mais próximo dos países dos Leste, o chamado bloco comunista,
Muitas águas iria mover, ainda, o moinho da independência de Angola..

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