quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

3 247 - A dura experiência de Parkinson de Rodolfo Tomaz

Rodolfo Tomás, à direita, com o António José Cruz, no encontro dos Cavaleiros do Norte 
da CCS em Santo Tirso - a 1 de Junho  de 2013. Mais atrás, reconhecem-se o Francisco 
Dias, o Aurélio (Barbeiro, de costas) e Manuel Machado

Rodolfo Tomás, António José Cruz,
António Pais e António Silva, quarteto de
rádio-montadores dos Cavaleiros do Norte.
Há 41 anos, no Quitexe

O Rodolfo Tomás foi 1º. cabo rádio-montador e companheiros de muitos convívios dos Cavaleiro do Norte da CCS. A doença de Parkinson alterou radicalmente a sua vida e a dos seus mais próximos.
O seu testemunho, na primeira pessoa:

Há cerca de dois anos e meio, comecei a ter pequenos sintomas de mal estar, em todo lado esquerdo e afectando braço e perna. Não dei grande importância e sempre tive a convicção de que tinha sofrido um ligeiro AVC durante o sono. Andava na rua, sempre a fazer gestos parecidos com o passo de marcha militar, abrindo e fechando a mão, pois sentia-a adormecida. Os dias foram passando, sem nunca a tal dar importância, mas cada dia... pior. Amigos e família diziam-me diáriamente «põe-te direito...», mas eu sentia-me direito. Era o que eu pensava. Na realidade, pude depois confirmar que já não estava bem no convívio de Santo Tirso. A prova está na foto da cerimónia religiosa, na qual estou, inadvertidamente, com a mão direita no cotovelo esquerdo. Só mais tarde observei esse pormenor. 
Postal de Natal do Rodolfo Tomás, do
Quitexe (Angola) e para a família, em 1974.
Há precisamente 41 anos! 
O passar dos dias e meses foi dando razão à minha mulher e filhos: eu andava torto e derreado, inclinado para a frente. Chegava à noite com dores nas costelas frontais, de tanto me pisarem no estômago. Um dia, fui a um acumpunturista e fez-me três sessões, uma por semana. No fim, disse-me que já não era com ele, para ir ao médico. 
O meu médico mandou fazer análises de rotina e medicou-me, pensando ser um resfriado vulgar. O certo é que eu estava cada vez pior. Acamei, pois tinha-me receitado para depressão, o que era contrário à doença. Emagreci 5 quilos. 
A minha mulher contou-lhe o que se estava a passar e ele viu-me, mandou parar com os remédios e disse-me que não podia fazer mais nada. Aconselhou-me ir às Urgências. Como sou do Porto, fui ao Hospital de Santo António. Consegui “infiltrar-me” e estive lá 8,31 horas. Fiz análises ao sangue, radiografia aos pulmões, electrocardiograma e cheguei a neurologia. Fiz um TAC à cabeça e passadas mais de duas horas veio o veredicto: «O senhor tem Parkinson».
Fiquei gelado. Uma equipa (duas médicas e um médico) tinham acabado de dar o “xeque mate” da minha vida. 
Afinal, o porquê desta doença? Como acontece? Quais os sintomas? Como tratar?
1º.- O Parkinson não tem cura.
2º.- O tratamento é só para atrasar o avanço da doença.
3º.- Não é hereditário.
4º.- Não é contagioso.
Rodolfo Tomás à saída de Carmona,
na estrada (do Café) para o Quitexe
Quais os sintomas? Tremuras das mãos e pernas, sensação de que a qualquer momento podemos cair. Muita fadiga. 
No meu caso e de momento, estou à espera de fazer uma ressonância. O lado esquerdo está mais afectado, com sensação de princípio de cãimbras e a latejar 24 horas. Um tormento, até para dormir. Tomo um sedativo para ajudar a dormir, com dores e sempre sem posição para acalmar.
Porquê Parkinson ou como tudo se passa?
Dizem os médicos que o nosso cérebro tem de gerar células que vão transitar e alimentar o sistema nervoso central. Quando tal não acontece, os nossos movimentos físicos ficam descoordenados, provocando dores (às vezes, tal como eu sinto), sensação de estar a ser calcado pela pata de um elefante. É um exagero, mas é para compreender melhor.
Esta anomalia de células que não alimentam o sistema nervoso central pode provocar outras doenças, tais como Parkinson, alzheimer e depressões. Há dias em que a pessoa se sente deprimida. Às vezes “choro”, sem saber como ou porquê? Sente-se uma enorme tristeza, talvez pensando que já não se consegue fazer o que fazíamos em novos.
Prevenções: Evitar lugares fechados e pouco arejados, para não respirarmos môfos e bolores (!!!).
- Tratamento: Comprimidos de Sinemet carbidopa e levodopa 25mg+100.
- Posologia: comecei com três comprimidos. Agora, 2+1+2+1, às 8, às12, às16 e às 20 horas.
RODOLFO TOMÁS

- NOTA: Os Cavaleiros do Norte acompanham, 
solidários, o delicado momento de saúde do 
companheiro Rodolfo Tomás. 
Inspiram-lhe, no que for possível, tempos melhores e 
mais felizes - com o desejo de muita força e coragem 
para reganhar a qualidade de vida que a vida lhe «rouba». 
Um grande abraço, Tomás! Embrulhado em esperança e
 com a fé que inspira e te pode tornar mais forte!

1 comentário:

  1. Amigo Rodolfo vai ser mais uma luta muito dura...mas acredito que vais conseguir ultrapassar ou minimizar essa tormenta, força companheiro um GRANDE ABRAÇO

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