terça-feira, 29 de dezembro de 2015

3 259 - Movimentos mais urbanos e refugiados catangueses

Combatentes e militantes da FNLA e do MPLA em Vista Alegre, ainda 
no tempo do aquartelamento local da 1ª. CCAV. 8423 dos
Cavaleiros do Norte

Convívio de civis com militares, no balcão da
messe de sargentos do Quitexe, onde se vê o sr.
Dias e o 1º. Aires. Todos os outros são furriéis
milicianos na noite de passagem de ano
de 1974 para 1975: Ribeiro (com a garrafa na
mão), ´Depois, António Lopes (de
óculos e cigarro na mão), Viegas, Bento (bigode)
e Flora. Depois, Rocha (de bigode), Carvalho
(bigode e boina), Grenha Lopes e Luís
Capitão. Em baixo, o Armindo Reino


O Governo Provisório de Angola, há 41 anos, «refuta(ou) energicamente as acusações feiras em Kinshasa (...) sobre o caso dos 2000 refugiados catangueses que desde 1963 se encontram em Angola e recusaram regressar ao Zaire, apesar da amnistia concedida pelo presidente Mobutu».
Os ditos refugiados estavam maioritariamente «instalados no distrito da Lunda, constituíram família, vivendo ordeiramente», segundo relatava o Diário de Lisboa, citando um comunicado do Governo Provisório, acrescentando que «foi livremente que tomaram a decisão de não voltar ao Zaire e preferindo continuar a trabalhar em Angola».
Estes acontecimentos chegavam ao Uíge - ao Quitexe, a Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange? Não chegavam oficialmente e deles (e de outros) apenas tínhamos conhecimento através da imprensa, em particular pelo jornal A Província de Angola, diário que se publicava em Luanda - o actual Jornal de Angola -, que regularmente chegava ao Quitexe.
Os movimentos, com mais ou menos facilidade, continuavam a sua instalação no território, nalguns casos ocupando antigas instalações militares dos portugueses, noutros criando delegações políticas - que acabavam por ser mini-aquartelamentos, bem o sabíamos. 
«Abandonados que foram alguns locais, começou a verificar-se uma aproximação dos movimentos, nomeadamente aos povos já há tempo fixados, na sua maioria com incidência da FNLA, mas também, em alguns casos, do MPLA», lê-se no Livro da Unidade.
«Adivinha-se uma reserva latente entre os dois movimentos, já que na área predomina a FNLA. No entanto, não se tem verificado actos que possam preocupar as suas actividades», sublinha(va) o LU, acrescentando que tais actividades «começaram também a entrar junto das populações europeias, que continuam pensando com reservas sobre o seu futuro, mas aceitando de bom grado, pelo menos aparente, a presença efectiva daqueles movimentos». Da UNITA, nem se falava. 

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