segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

3 272 - Cimeira no Alvor algarvia e Cavaleiros na expectativa

Cavaleiros o Norte do Quitexe: furriéis Monteiro, Machado (a fumar) e Costa e soldado Carlos Aguiar (à frente, 
da esquerda), De frente, Rocha (de bigode), Fonseca (de bigode e a fumar), Bento (de bigode), Viegas, belo (de 
óculos e bigode) e Ribeiro. Todos no refeitório e na noite de Natal de 1974

Furriéis milicianos Plácido Queirós e
Américo Rodrigues e 1º. sargentos Fialho Panasco,
Cavaleiros do Norte de Zalala, mas aqui já em Vista
Alegre, em 1975

A cimeira decorria no Alvor e, lá pelo Quitexe, aos 11 dias de Janeiro de 1975, nada mudou para os Cavaleiros do  Norte. Aliás. lá chegavam (quase sempre) tarde as notícias - que os meios de comunicação desse tempo nada tinham a ver com a velocidade (instantânea) dos dias de hoje.

Ainda assim, e releio do Livro da Unidade, «a cimeira que iria definir os termos da negociação da independência de Angola polarizou todas as atenções». Como era óbvio. No Alvor, entre outras diligências, a reunião plenária debateu «o documento conjunto do MPLA, da FNLA e da UNITA», baseado na plataforma acordada em Mombaça.
«Foi com uma intensa sessão de trabalhos, que durou das 22 horas de ontem até ao começa da madrugada de hoje, que a Cimeira angolana entrou na sua fase verdadeiramente delicada e complexa, não só pelas naturais divergências de ordem política entre os três movimentos, como ainda pela posição firme, embora conciliadora do Movimento das Forças Armadas, apostado em garantir, também para Angola, uma via descolonizadora verdadeiramente progressista», reportava o Diário de Lisboa de há precisamente 41 anos.
Título do Diário de Lisboa de 11 de
Janeiro de 1975, sobre a Cimeira
Angolana do Alvor
Os trabalhos do dia 11 de Janeiro de 1975, ainda segundo o jornal vespertino da capital portuguesa, «foram recomeçados às 10 horas da manhã e interrompidos à hora do almoço, reatando-se «a conferência geral sobre Angola» às 16 horas. «Os trabalhos decorreram optimamente, dentro do clima de compreensão que tem caracterizado a cimeira, desde o seu começo». acrescentava o Diário de Lisboa.
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, era indicado como podendo assumir «importante papel moderador, juntamente com o MFA, face a possíveis divergências de fundo entre o MPLA e a FNLA».
As declarações de vários dirigentes era de «optimismo constante», assim como nos «documentos oficiais já tonados públicos» - e nomeadamente nas declarações de Costa Gomes, o Presidente da República, que na abertura da cimeira quer em breves declarações aos jornalistas. Por estes interrogado, foi peremptório sobre o seu optimismo, quanto ao desfecho da Cimeira: «Pois claro. Se não, não estaria aqui», disse o Chefe do Estado.

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