sábado, 30 de janeiro de 2016

3 291 - Cavaleiros do Norte à espera do Governo de Transição

O Quitexe, sensivelmente como era no tempo dos Cavaleiros do Norte: a zona de aquartelamento (setas 
laranja e vermelha), a Igreja da Mãe de Deus (rectângulo claro), secretaria da CCS e casa 
dos Furriéis (seta 
amarela), bar dos praças (quadrado vermelho), messe de oficiais (seta verde claro), depósito de géneros 
e padaria (triângulo amarelo), mar e messe de sargentos (seta vermelha grande), casa do comandante (seta
 branca) e enfermaria (seta amarela, à direita)

O 1º. cabo rádio-montador António Pais,
da CCS e natural de Viseu, aqui com a
família no encontro de Águeda, a 9 de
Setembro de 1995. Na imagem
de cima,  está outra família. Quem
será o Cavaleiro do Norte
de azul, à esquerda?

Quinta-feira, dia 30 de Janeiro de 1975. Era véspera da tomada de posse do Governo de Transição e, lá pelo Uíge, fervia a curiosidade por saber quem seriam os seus membros. 
A imprensa angolana que lá chegava (geralmente jornal O Província de Angola) pouco adiantava e muito menos a de Lisboa - que chegava muito mais tarde, quando chegava. Era o meu saudoso amigo Alberto Ferreira, aquartelado na Base Aérea de Luanda, quem, por aerograma, me dava algumas dicas: «Consta que no Colégio Presidencial pelo MPLA vai estar Lopo do Nascimento, José N´Dele pela UNITA e Johnny Eduardo da FNLA, mas uma série de ministros, cujos nomes pouco conheço...», escrevia-me ele, a 28 de Janeiro desse ano de 1975, em correio que recebi a 30 - hoje de passam 41 anos.
O ministro da Economia, e isso já era certo, seria o português Vieira de Almeida. Tinha sido ministro da Economia e Finanças do 1º. Governo Provisório que se seguiu ao 25 de Abril, em Lisboa.
O aerograma que recebi de Alberto Ferreira,
há precisamente 41 anos, com notícias sobre o
Governo de Transição de Angola. Eu numerava
 o correio que recebia. Este, é o nº. 31
A noite da véspera, em Luanda, fora tempo para um motim ma Cadeia Civil. Soldados portugueses dispararam para o ar, durante a insurreção, e também acudiram patrulhas da FNLA e do MPLA «para controlar a situação». O incidente provocou ferimentos em em dois reclusos e a evasão de uns quantos (um número desconhecido).
A cidade, ainda assim, estava calma e os presos reclamavam «uma amnistia, por altura da tomada de posse do Governo de Transição» - marcada para o dia seguinte.
Calma ia também a ZA dos Cavaleiros do Norte, remetida a aquartelamentos na zona do asfalto, na Ponte do Dange e Vista Alegre (onde estava a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias), em Aldeia Viçosa (operacionalmente dependente da 2ª. CCAV., do capitão miliciano José Manuel Cruz) e Quitexe - onde estava o Comando do Batalhão (do tenente coronel Almeida e Brito), a Companhia de Comando e Serviços (CCS,do capitão SGE António Oliveira, e a 3ª. CCAV. a de Santa Isabel, do capitão miliciano José Paulo Fernandes.

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