segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

3 314 - Escola de Recrutas do RC4 e a Revolta do Leste/Chipenda

Os futuros furriéis milicianos Neto, Viegas, Matos (da 2ª. CCAV. 8423) 
Monteiro, no RC4, em Santa Margarida, há 42 anos...

Cavaleiros do Norte no Encontro de 9 de
Setembro de 1995, em Águeda. Quem são eles?
Quem os pode identificar?

Há precisamente 42 anos, a 22 de Fevereiro de 1974, terminaram em Santa Margarida os exercícios finais da Escola de Recrutas (ER) do Batalhão de Cavalaria 8423 - os futuros Cavaleiro do Norte (de Angola). Era sexta-feira e o pessoal, após esta «primeira parte da chamada instrução especial», na já nossa «tão conhecida Mata do Soares», como se lembra no Livro da Unidade, foi dispensado para «um ligeiro interregno» - forma de dizer que tivemos uma semana de férias. Até 4 de Março, quando «começaram a efectuar a sua apresentação os  especialistas que haviam de completar os efectivos do batalhão».
Um ano depois e já no 9º. mês de comissão em Angola, faziam-se malas no Quitexe (na CCS) para a iminente rotação para Carmona e para o BC12, prevista para 2 de Março.  Mas a grande, grande notícia... - que, de algum modo, poderias ter influência na  vida dos Cavaleiros do Norte - era a da integração da Facção Chipenda na FNLA. 
Notícia do Diário de Lisboa de 22 de
Fevereiro de 1975, sobre a integração da
Facção Chipenda na FNLA
O próprio Daniel Chipenda, que tinha sido oficialmente expulso do MPLA, falando em Kinshasa, deu conta que «a partir de hoje colocamos as nossas tropas sob o alto comando do Estado Maior General da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades». Unidades que envolveriam cerca de 3000 homens armados. 
O MPLA, na mesma data, reagiu em comunicado, anunciando que os comandantes Kactchukutchuku, Ácido, Luhele e Muhongo Nabanca, todas da Facção Chipenda (ou Revolta do Leste, como também era conhecida) se tinham rendido às FAPLA. Até aí, citava o MPLA, estavam «integrados nas tropas imperialistas de Daniel Chipenda» e tinham-se rendido na área do Cazonzo.
«Estão em processo de integração nas FAPLA», acrescentava o comunicado do MPLA, concluindo que estas rendições se seguiam às dos comandantes Mafuta, Cow-Boy, Pela Virianga e Bala Direita, que já tinham acontecido em Janeiro (de 1975).
Daniel Chipenda, após esta rendição, passou a ser o representante da FNLA no Governo de Transição de Angola. Voltou ao MPLA em 1992 e foi embaixador de Angola no Cairo (Egipto). Faleceu em Cascais, aos 65 anos, a 28 de Fevereiro de 1996. 

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