sábado, 27 de fevereiro de 2016

3 319 - Intensa politização no Uíge e greves no porto do Lobito

Cavaleiros do Norte na Fazenda Santa Isabel. Da esquerda para a direita, 
alferes Carlos Silva e Jaime Ribeiro, capitão José Paulo Fernandes,  comandante 
Almeida e Brito, um civil, capitão José Paulo Falcão (?) e alferes Augusto Rodrigues

O furriel António Chitas, de barbas e na
imagem de baixo, e família no encontro de 9 de
Setembro de 1995, em Águeda. Quem é o
Cavaleiro do Norte da foto de cima?

A 27 de Fevereiro de 1975, o comandante Almeida e Brito voltou a reunir na ZMN, em Carmona, ultimando os preparativos da rotação da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 para o BC12. 
Era quinta-feira e o Quitexe e Aldeia Viçosa faziam contas aos dias que faltavam para 2 de Março, o da partida para a capital do Uíge. Mantinha-se a rotina: serviços de escala, visitas a fazendas e povos e «aprendizagem» no relacionamento com os movimentos - até porque a ZA dos Cavaleiros do Norte, principalmente influenciada pela FNLA e muito menos pelo MPLA (da UNITA pouco se ouvia falar...), era «zona de intensa politização» desses movimentos emancipalistas, que ao tempo faziam o seu caminho de transformação em partidos políticos.
Tal, refere o Livro da Unidade, «forçosamente virá a trazer-nos responsabilidades, honrosas por um lado mas extremamente difíceis e complexas, por outro» - já parecendo clara, ao tempo, a incapacidade de se entenderem minimamente.
Notícia do Diário de Lisboa de 27 de
Fevereiro de 1975, sobre as greves
do porto do Lobito
Na véspera (a 26), soube-se pelos jornais da reacção do MPLA às greves no porto do Lobito, que definiu como «manobra divisionista destinada a criar o caos». Do ponto de vista do movimento presidido por Agostinho Neto, a responsabilidade era de «um grupo de provocadores ligados à UNITA» e a greve, acrescentava, esteve na «origem dos incidentes verificados recentemente no porto do Lobito».
«Quem esta interessado em fomentar as greves?», perguntava o MPLA, apelando à «vigilância dos trabalhadores contra as manipulações dos inimigos do povo» e acrescentando que «não é com certeza o povo o beneficiado, nem ele pretende não trabalhar». 
«Fomentar uma greve para as actividades do porto é trair os interesses do povo», concluía o MPLA. Há 41 anos!

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