sexta-feira, 25 de março de 2016

3 346 - Calma por terras do Uíge, mais de 20 mortos em Luanda!!!

Grupo de Cavaleiros do Norte, ainda no Quitexe: António Flora, Grenha Lopes, Delmiro Ribeiro (atrás), Armindo Reino (de bigode), Luís Costa Morteiros) e Humberto Zambujo. Depois, José Carvalho (de boina), Francisco Bento e NN (de bigode). À frente, NN (de José Carvalho). Quem identifica os NN?


Viegas e Neto, dois furriéis Cavaleiros do Norte
As notícias de Luanda, a 25 de Março de há 41 anos (1975), não eram nada agradáveis, sequentes dos combates entre a FNLA e o MPLA: o o número de mortos já passava dos 20 (não se sabia quantos, ao certo) e havia áreas da cidade que continuavam interditas à circulação de pessoas e viaturas. 
O Conselho Nacional de Defesa decidiu-se por uma intervenção com forças mistas e mais um bairro era palco de tiroteios, nas últimas 48 horas: o Calemba.
As forças mistas tinham o objectivo de assegurar a «manutenção da ordem», mas «no Cazenza, na  manhã e tarde de ontem», como noticiava o Diário de Lisboa, citando a ANI, «ouviram-se constantes disparos de armas automáticas e rebentamento de granadas».
Mortos, eram «18 entre soldados da FNLA e três do MPLA» - pelo menos -,  a que se juntavam duas crianças. Mas era «difícil determinar o número de baixas», sabendo-se, todavia, que «alguns civis foram também atingidos pelas balas». Os incidentes levaram a que o Conselho Nacional de Defesa (presidido pelo Alto-Comissário Silva Cardoso) e os Estados Maiores do MPLA e da FNLA ordenassem «o regresso das tropas dos dois movimentos aos seus aquartelamentos».
O Cruz e eu estávamos cada vez mais próximos da desejada viagem de férias, mas interrogávamos-nos sobre o momento luandino. «Vamos daqui para a porrada?!...», perguntava-me ele, mas ambos desejosos que os dias que faziam fronteira para o passeio se passassem bem depressa. 
Carmona: estrada da cidade para o BC12
O Uíge - que tinha sido palco sangrento de combates entre as NT e os movimentos de libertação, desde 1961! -, embora com os já habituais incidentes entre MPLA's e FNLA´s e a continuada hostilidade de boa parte da comunidade civil europeia para com a tropa portuguesa, continuava mais ou menos sossegado. Assim como Carmona, o Quitexe, Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, chãos dos Cavaleiros do Norte, ainda que, vamos lá..., com um  sossego e uma paz mais ou menos dissimuladas. As instruções que tínhamos eram claras: não reagir a essa visível hostilidade e, acima de tudo, garantir a segurança de pessoas e bens! E olhem que, em alguns momentos, não foi nada fácil.

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