quinta-feira, 5 de maio de 2016

3 387 - Alferes Ramos na 2ª. CCAV. 8423 e baixas no RC4 em 1974

O capitão José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV. 8423 (segundo, da 
direita, ladeado pelos alferes milicianos Domingos Carvalho (à esquerda), 
António Albano Cruz (CCS) e João Periquito. Em baixo, Jorge Capela 
O alferes miliciano Fernando António
Morgado Ramos, que há 41 anos chegou a
Carmona e à 2ª. CCAV. 8423. É
advogado em Vila Nova de Foz Coa 

A 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa mas ao tempo já em Carmona, foi reforçada, em Maio de 1975 e «para além do QO» pelo alferes miliciano Fernando António Morais Ramos, atirador de Cavalaria. Que por lá pouco tempo se quedou. «Talvez em Julho, voltei a Luanda, de férias, e já por lá fiquei, não voltando a Carmona», recordou o agora advogado em Vila Nova de Foz Coa, que para o BCAV. 8423 tinha ido por razões disciplinares.
«Um castigo tão guerreiro quanto castrense», recordou o antigo oficial miliciano, que também jornadeou (antes) por terras do Luvo, Mamarrosa e Damba e, na segunda vez de Luanda, integrou as Forças Militares Mistas. 
Carmona continuava expectante: «Se há incidentes em todas as cidades, também aqui chegarão...», alertava o comandante Almeida e Brito, por palavras que cito de memória. Mas tinham este sentido.
O Livro da Unidade, de que me socorro, dá conta que «pareceria o fim tácito de vários anos de guerra em Angola traria, por consequência, situações de acalmia em todo o território, procurando os diversos movimentos emancipalistas, através da ideologia político-social que defendem, fazer enraizar nas populações esses seus ideais e daí, com maior ou menor facilidade, conduzir-se-iam as suas acções no decurso do processo de descolonização».
As baixas do Carlos Alberto 
Lopes, da CCS (quem era?) e 
do condutor Rui Rocha,
 da 2ª. CCAV. 8423. 
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Só que, frisa(va) o mesmo Livro da Unidade, «sucede, porém, que o Uíge, a bem ou a mal, terá que ser terra da FNLA e, consequentemente, não será bem aceite no seu solo qualquer outra opção política, donde resultam permanentes quezílias entre movimentos, as quais dia a dia vão tendendo a aumentar». E bem as sentíamos nós, Cavaleiros do Norte, na alma e na pele - procurando apaziguar diferenças, gerindo os conflitos entre militantes (armados) dos movimentos e a isso acumulando o mau-estar da comunidade civil, que nos depreciava a acusava dos males que se passavam na cidade e região.
Um ano antes e do RC4, em Santa Margarida, marchou (a 3 e voltou a 6 de Maio) para o Hospital Militar Regional 3, de Tomar, o soldado Carlos Alberto A, Lopes, da CCS do BCAV. 8423, Foi a uma consulta externa de cardiologia e sabe-se que não embarcou para Angola - provavelmente por razões de doença, deste foro clínico. Quem também foi a consulta da mesma especialidade (e a 28 de Abril e 3 de Maio) ao mesmo HMR3 foi o soldado condutor Rui Manuel Duarte da Rocha. O Rocha não teve a mesma sorte e embarcou para Angola, na companhia comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.


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