terça-feira, 17 de maio de 2016

3 399 - A 10 dias da partida e novos partidos em Angola

Alferes milicianos Cavaleiros do Norte na Messe de Oficiais do Quitexe, em
princípios de 1975: Jaime Ribeiro (Sapador), Augusto Rodrigues (Operações
Especiais, os Rangers, da 3ª. CCAV.) e José Alberto Almeida (Reabastecimentos)

Cavaleiros do Norte de Zalala: furriéis milicianos
José Nascimento, Américo Rodrigues e Manuel
Dias (à frente), Sentados, o 1º. cabo Carlos Ferreira
e os furriéis Jorge Barata (falecido a 10/10/1997,
de doença e em Alcains) e José Louro.
E os outros, quem são?

A 17 de Maio de 1974, tivemos «passaporte» para os nossos últimos dias antes do embarque para Angola, marcado para o dia 27. Seria, afinal, a 29. Era sexta-feira e cada futuro Cavaleiro do Norte viajou para as suas famílias e chãos natais, para as despedidas finais, antes da partida para a jornada africana de Angola.
E de Angola chegavam notícias sobre a formação de um partido negro, um partido único, agrupando formações já existentes: o Movimento de Defesa dos Interesses de Angola (MDIA), o NT/BAKO (Movimento do Povo Bakongo) e o Partido da Reunificação do Povo Angolano (PRPA). A proposta era deste e o seu presidente, Dongla Garcia, apontava para se «agruparem num partido único, com objectivos não violentos». Outro partido surgia, entretanto: o Partido Democrático do Negro Angolano (PDNA), liderado por Manuel Garrett Dinis de Moura, que, tendo em conta tal denominação, dizia porém, «não querer o partido fazer qualquer segregação racial».
Um ano depois, o então comissário político do MPLA José Eduardo (actual Presidente da República», afirmava ao jornal «Le Soleil», em Dakar, que «o MPLA desenvolve actualmente todos os esforços para afastar o espectro da guerra civil», sendo sua permanente preocupação, como referia o Diário de Lisboa (que citamos) «respeitar os acordos do Alvor» e encontrar uma plataforma de entendimento com a FNLA e a UNITA.
José Eduardo (dos Santos) classificou, por outro lado, de «manobras tendenciosas» as informações no sentido de que o MPLA preparava uma guerra civil. «A verdade é que os dolorosos acontecimentos vividos agora em Angola são obra de certas forças que pretendem usurpar o poder, embora não beneficiem, de modo algum do apoio do nosso povo», disse o então comissário político do MPLA.
A Ordem de Serviço nº. 295, do RC4, com
as apresentações dos futuros furriéis milicianos
José Louro e Eusébio Martins (atiradores de
Cavalaria) e António José Cruz (rádio-montador)  
Hoje, recordamos a apresentação de três futuros Cavaleiros do Norte em Santa Margarida, socorrendo-nos da Ordem de Serviço nº. 295, de 16 de Dezembro de 1973 e do RC4, a nossa unidade mobilizadora.
Foram eles, os atiradores de Cavalaria José dos Santos Louro e Eusébio Manuel Martins, ambos chegados do RC8, de Elvas e destinados à 1ª. CCAV. 8423. E o rádio-montador António José Dias Cruz, vindo da Escola Prática de Transmissões. O Louro trabalha na Universidade de Évora e o Eusébio, infelizmente, já faleceu, vítima de doença e a 16 de Abril de 2014, em Belmonte - terra natal e de residência. O Cruz é reformado da função pública e mora em Póvoa de santo SAdrão, nos arredores de Lisboa. É de Cardigos (Mação).



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