quarta-feira, 22 de junho de 2016

3 435 - Acção psicológica, captura e libertação de «velho»

Cavaleiros dos Norte no Quitexe: tenente Mora, furriéis milicianos 
Neto, Viegas e Monteiro, 1º. cabo Miguel (todos da CCS) e furriéis 
milicianos Reino e Aldeagas (da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel)


Comandante Almeida e Brito e o capitão José
Paulo Falcão no encontro de Águeda, a 9
de Setembro de 1995
Aos 22 dias do mês de Junho de 1974, o comandante Almeida e Brito - acompanhado pelo oficial adjunto, capitão José Paulo Falcão - reuniu no Quitexe com as autoridades tradicionais, no «campo da acção psicológica», como nota o Livro da Unidade, precisando que também visava «preparar e mentalizar as populações para o Programa do MFA».
A Operação «Castiço DIG» continuava a decorrer, desde as 4 horas da madrugada do dia 20. Saliente-se que no seu decorrer, mas em data indeterminada, «foi capturado um velho do «quartel» de Aldeia, o qual, depois de interrogado, porque manifestou o desejo de voltar para a mata, foi posto em liberdade, de acordo com o panorama de aproximação pretendido e com vista a constituir exemplo de que as NT procura(va)m uma solução diferente da anterior para o caso de Angola».
Angola que, a avaliar pelas declarações de Agostinho Neto,  presidente do MPLA, iria continuar em guerra. «A luta só cessará quando os dirigentes do MPLA estiverem plenamente convencidos de que Portugal decidiu entregar o poder ao povo angolano», noticiavam as agências France Press e Reuters e o Diário de Lisboa desse dia 22 de Junho de 1974, a partir de Brazaville e citando Agostinho Neto, desmentindo uma notícia da Emissora Católica de Angola. Esta, anunciara, recordemos, a disponibilidade do MPLA para abandonar a luta armada e facilitar uma solução política do problema angolano. Para «sondar a reacção do MPLA», explicou, depois, o director de informação desta estação de rádio.
MPLA que, segundo Agostinho Neto, garantia que «a actual situação no território é extremamente favorável as guerrilheiros e que os combates estão a intensificar-se no sector oriental de Angola e no Enclave de Cabinda».
Notícia do Diário de Lisboa de 22 de Junho
de 1974, sobre o MPLA  e a guerra em Angola
Um ano depois, a 22 de Junho de 1975, conheciam-se mais pormenores da Cimeira de Nakuru, no Quénia. Por exemplo, que os presidentes Agostinho Neto (do MPLA),  Holden Roberto (da FNLA) e Jonas Savimbi (da UNITA) admitiam que «a situação do país se tinha deteriorado», isto após a «introdução de grande quantidade de armas, depois do cessar-fogo com o Estado Português», como referia o Diário de Lisboa. Assim como «a existência de zonas de influência, onde cada um dos movimentos reivindica superioridade militar, assim como armamento de civis». Os três presidentes lamentaram também que «as suas divergências internas tenham levado a combates que fizeram inúmeras vítimas a agravaram a situação, desenvolvendo o tribalismo, o regionalismo e o racismo».
A este tempo de há 41 anos e pelas bandas do Uíge, os Cavaleiros do Norte prosseguiam actividades correntes e de segurança, a que se acrescentaram «diversas escoltas, porquanto, perdida que foi a liberdade de itinerários, só se garante a certeza de movimentos com o apoio militar, quando não até, e também, o aéreo».

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