Cavaleiros do Norte, rádio-montadores do Quitexe, em pose na parada: o
1º. cabo Rodolfo Hernâni Tavares Tomás, o furriel António José
Dias Cruz, o 1º. cabo António Correia Lourenço Pais (que hoje faz 64
anos) e António de Jesus Pereira da Silva
O Pais, em foto recente, no encontro da CCS de 2014, na Lomba de Gondomar e com a sua «mais-que-tudo». Faz hoje 64 anos (10 de Julho de 2016) e vive em Peniche |
O comandante Almeida e Brito esteve, a 10 de Julho de 1974, mas aldeias do Quitoque e Quimassabi, na «continuação da mentalização das populações» para a nova realidade, política, militar e social, a decorrente do 25 de Abril português. Era a correntemente chamada acção psicológica, nomeadamente «com vista a preparar e mentalizar as populações para o Programa do MFA» e que envolveu, segundo o Livro da Unidade, «variadíssimas reuniões de trabalho».
O capitão médico miliciano Manuel Leal (à direita), com o comandante Almeida e Brito, aqui no encontro de Penafiel, em 1997 |
As aldeias (ou sanzalas, ou tabancas...) do Quitoque e do Quimassabi fica(va)m muito próximas do Quitexe, na Estrada do Café, para Carmona e logo à saída da vila, do lado direito. Entre elas, se a memória não fala, ficava o quartel da OPVDCA (ou seria entre Talambamza e Quimassabi?). À sua volta, localizavam-se pequenas fazendas. Pequenas, tendo em conta as proporções de muitas outras, mesmo na região - por exemplo, a Pumbaloge, a Guerra & Companhia, ou a Buzinaria, a de Zalala e Santa Isabel, só para falar em algumas, citando-as de memória. E inúmeras xitacas dos povos naturais, onde tinham as suas plantações e tiravam proveitos para a sua economia doméstica.
Mapa do Quitexe (em esboço, de memória, de João Nogueira Garcia), destacando-se a vila quitexana e as sanzalas de Quitoque e Quimassabi, na saída para Carmona |
O dr. Manuel Leal (que a 3 de Outubro deste ano de 2016 fará 88 anos, agora residindo na Póvoa do Varzim, depois de uma vida de médico em Fafe), missionava com sacerdotal eficiência, consultava toda a gente que aparecia e dava-lhes remédios para as suas maleitas. Remédios da «farmácia» militar. A sua mala de «João Semana» ia cheia e voltava sem nada, depois de dezenas de populares acorrerem à sua paciente devoção profissional.
Hoje, 42 anos depois deste solidário gesto médico que o dr. Manuel Leal assumia de corpo inteiro e para além das suas obrigações militares, continuo a achar que esta missão da ajuda sanitária foi das coisas mais bonitas, das melhores missões que fizemos na nossa jornada africana do Uíge Angolano.
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