sexta-feira, 5 de agosto de 2016

3 479 - O 2º. dia da coluna de Carmona para Luanda

Cavaleiros do Norte na coluna de Carmona para Luanda, de 4 a 6 de 
Agosto de 1975: soldado Santos (atrás) e furriel Guedes (sentado,  
os dois da 2. CCAV. 8423), 1º. cabo Deus (de boina e da 3ª. CCAV.), 
1º. cabo Mendes (2ª. CCAV.) e outro militar de Santa Isabel

Um helicóptero a Força Aérea Portuguesa, de apoio
 à coluna terrestre dos Cavaleiros do Norte, de Carmona 
para Luanda, 4 a 6/08/1975. No caso, no 
percurso entre Salazar (N´Dalatando) e Vila Flor

A coluna dos Cavaleiros do Norte, ainda na tarde de 4 de Agosto de 1975 e «reorganizada, agora com cerca de 700 viaturas, retomou a marcha às 18 horas, para às 19 atravessar o controlo de Camabatela e incorporar mais uns tantos civis». E, pouco depois, já noite dentro, «cerca das 20,30 horas, à entrada de Samba Caju, parou-se para pernoitar». 
A coluna de Carmona para Luanda
Fernando Antunes Vieira, civil uíjano de Carmona, também ia na coluna e, desse dia 4 de Agosto de 1975, diz que «recordo-me bem das complicações que tivemos com a FNLA, quando chegámos ao Negage».
«A Companhia de Comandos, a Força Aérea e os militares do BC12 passaram o controlo do Negage, com alguns civis, mas outros civis, com camiões carregados (com bens, mobílias, etc.), foram barrados pela FNLA e os civis em carros ligeiros também lá ficaram até às 17 horas, mais ou menos», recorda-se Fernando Antunes Vieira, notando que «a Companhia de Paraquedistas nunca nos abandonou e só saiu quando os civis tiveram ordem para passar o controlo».
Jovens do Uíge nos tempo dos Cavaleiros do Norte:
Manuel Sampaio, Fernando Antunes Vieira (que
hoje depõe neste blogue) e João Manuel (Yá)
O depoimento de Fernando Antunes Vieira coincide com o registo do Livro da Unidade, citando as 19 horas como o momento de passar Camabatela - onde, ele mesmo recorda, «dormimos nos carros, depois de Camabatela, no meio de nada».
A 5 de Agosto - já lá vão 41 anos, que hoje precisamente se passam!... -, e depois da «guerra psicológica travada no Negage (...) esgotante para os nervos», estavam, lê-se no Livro da Unidade, «vencidas as primeiras grandes dificuldades».
Fernando Antunes Vieira (actual)
A coluna foi retomada às 6,30 horas da manhã e uma hora depois «atingiu-se o controlo de Samba Caju, onde surgiram novas dificuldades, de novo torneadas, mas que conduziram a que só às 8,30 horas se retomasse a marcha».
Vila Flor foi passada por volta das 11 horas da manhã desse 5 de Agosto de 1975 e aqui «mais viatura se juntam, prosseguindo a marcha por terra de ninguém». Às 13 horas, fez-se «nova paragem para juntar todas as viaturas e refazer a coluna».
Ia-se entrar, historia o Livro da Unidade, «entrar na terra do MPLA, havia que reconhecer o itinerário e, para tal, recorreu-se aos helis que, em Salazar, estavam à ordem da coluna». Um dos helis foi alvejado, durante o reconhecimento aéreo e, por isso, se contactou o MPLA, por volta das 13,30 horas. 
«Reiniciada a marcha, atravessou-se Lucala às 14 horas, onde se abandonou outra viatura» e, continuando a citar o Livro da Unidade, depois Salazar, «cidade que demorou a atravessar 4 horas, dado que tiveram que se resolver várias avarias» e com novo abandono de viatura. A marcha continuou até ao Dondo, às 23 horas, já «incorporando na testa da coluna ia Companhia de Comandos Paraquedistas que estava de reserva no CTSAL» - em Salazar.
Fernando Antunes Vieira lembra-se que «continuou tudo bem até Lucala, onde salvo erro havia confrontos entre o MPLA e a FNLA, e também na cidade de Salazar (...), onde fomos acompanhados por helicópteros e pelos aviões FIAT».
Há 41 anos, hoje se fazem.

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