segunda-feira, 10 de outubro de 2016

3 545 - Cavaleiros do Norte em Portugal, guerra civil em Angola!

Grupo de furriéis milicianos Cavaleiros do Norte à porta da messe e bar
de sargentos do Quitexe. Atrás, Bento, Rocha, Viegas, Flora, Lopes (enfer-
meiro), Capitão e Ribeiro. À frente, Carvalho, Belo, Grenha Lopes e Reino

José Borges Martins, atirador da Zalala,
aqui no Quitexe e com algumas crianças
locais. Atrás dele, vê-se o Clube do
Quitexe, onde há 42 anos se iniciou a
exibição de um filme pelas subunidades
do BCAV. 8423

O dia 10 de Outubro de 1974 foi tempo, no Uíge Angolano da nossa jornada africana, para mais uma reunião de comandantes no Comando do Sector do Uíge (CSU), para analisar e planificar a actividade operacional do Sector.
Participou, seguramente, o comandante Almeida e Brito, provavelmente acompanhado pelo oficial-adjunto, que, ao tempo, era o capitão de Cavalaria José Paulo Falcão. 
Foi dia, também, no Clube do Quitexe, para o início de rodagem (até ao dia 23) de um filme pelas subunidades, no âmbito do programa de «acção psicológica sobre as NT», que posteriormente, no dia 29, seria complementado com «actividade orientada para as populações, com a sua projecção no Quitexe».
 Clube do Quitexe, aparentemente restaurado,
e as bombas de gasolina (foto da net)
Um ano depois, a 10 de Outubro de 1975, Comissão de Conciliação da OUA era recebida em Luanda num ambiente de festa. «Até altas horas da noite, populares mobilizados pelo MPLA entregaram-se à limpeza e arranjo das ruas e parques públicos, bem como a pintura de várias fachadas de edifícios», relatava o Diário de Lisboa, anunciando também que estava «convocada uma grandiosa manifestação de apoio ao MPLA, que decorrerá junto ao Palácio do Governo, quando ali chegarem os elementos da OUA».
A missão era chefiada pelo secretário geral adjunto da OUA, o embaixador Djoudi, e formada por 60 funcionários que, previa-se, iriam estar em Angola «cerca de 10 dias, divididos em três grupos».
Ao mesmo tempo dessa segunda sexta-feira de Outubro de 1975, o Ministros dos Negócios Estrangeiros - major Melo Antunes - afirmava na Assembleia Geral das Nações Unidas a sua «preocupação sobre as transferência de poderes na data da independência», atendendo, referiu, «a situação concreta que se vive actualmente em Angola, de verdadeira guerra civil».
Melo Antunes referiu também «as grandes linhas da política externa portuguesa, com tónica nas implicações na descolonização», para além de sublinhar que «depositamos grande esperança na cooperação dos Estado africanos, mormente daqueles com maiores interesses na zona».
Notícia do Diário de Lisboa de 10 de Outubro
de 1975, sobre a situação em Angola
Estava-se a 32 dias de 11 de Novembro e o Ministro dos Negócios Estrangeiros considerou em Nova York que «constituiria contributo decisivo a realização imediata de uma cimeira entre os 3 movimentos e Portugal, cm a eventual participação, na qualidade de medianeiros, de outros Estados africanos escolhidos pelos movimentos e em que fossem estudadas modalidades completas para esta transferência de poderes».
«Foi sempre princípio fundamental da nossa política de descolonização o respeito pela personalidade dos povos colonizados e pela capacidades destes determinarem por si mesmos os seus destinos políticos me construírem os modelos de sociedade mais adequados às respectivas realidades nacionais», disse Melo Antunes, sublinhando que «Portugal entende que não deve exportar ou impor às suas antigas colónias modelos políticos ou sociais predeterminados».
Por esta altura de há 41 anos, já os Cavaleiros do Norte estavam em Portugal, desde os dias 8 (a CCS, do Quitexe), 9 (a 1ª. CCAV., a da Fazenda Zalala), 10 (2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa) e 11 (3ª. CCAC., a da Fazenda Santa Isabel). 

   

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