quarta-feira, 12 de outubro de 2016

3 547 - A descolonização de Angola e a Força Aérea do MPLA

Cavaleiros dos Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: José Maria 
Beato, Oliveira, António Ferreira (que hoje faz 64 anos, em Anadia), 
Aniano Tomás, Samuel Oliveira, Almeida e Adelino Couto



Cavaleiros do Norte de Santa Isabel a banhos
no Rio Dange. Quem ajuda a identificar a malta?
A delegação portuguesa liderada pelo general Fontes Pereira de Melo reuniu-se em Kinshasa com a FNLA, sob os auspícios do presidente Mobutu Sese Seko, do Zaire. A missão era «em ordem à descolonização de Angola» e dela se teve conhecimento a 12 de Outubro de 1974. «Foram estudados os caminhos para a paz e a fraternidade em Angola», disse o oficial português, que para tal «tinha plenos poderes» do Presidente Costa Gomes e da Junta de Salvação Nacional. Para reunir com a  FNLA e «todos os movimentos políticos angolanos representados em Kinshasa».
A secretaria da CCS no Quitexe, edifício da esquerda
O Diário de Lisboa desse dia adiantava que «prosseguem os contactos com o MPLA e os movimentos africanos no interior de Angola» e que se «admite para breve, uma reunião em Lisboa com os representantes dos partidos e movimentos angolanos, em moldes diferentes dos que foram iniciados pelo general Spínola».
Um ano depois e a menos de um mês do dia anunciado para a declaração de independência de Angola (11 de Novembro), a dúvida maior (entre outras) era se o MPLA tinha ou não tinha Força Aérea. Um seu dirigente garantiu à France Press que o movimento «dispõe não só de aviões de transporte, mas igualmente de uma esquadrilha de «caças»estacionados num país amigo». 
«Utilizamos os nossos próprios aviões para distribuir armas às nossas tropas», disse o mesmo dirigente (mão identificado), assegurando que «os pilotos são angolanos e não mercenários» - isto contrariamente, disse, à FNLA e UNITA que «alistaram forças mercenárias do Zaire e da África do Sul». Esta acusação, de resto, era recorrente.
Na sexta-feira
Notícia do Diário de Lisboa, de 23 de Agosto de 1975,
 dando conta da chegada de Holden Roberto, presi-
dente da FNLA, a Carmona e num voo da Air Zaire
anterior (dia 10 de Outubro de 1975), uma avioneta que seria da FNLA tinha despejado uma bomba sobre o emissor da Rádio Luanda. Mas não se sabia, segundo o Diário de Lisboa, se o movimento de Holden Roberto dispunha de outro tipo de aeronaves. 
Provavelmente, sim. Para tal tinha disponíveis as pistas do aeroporto (civil) de Carmona - a «nossa» Carmona... - e da Base Aérea do Negage. E certamente outras, do distrito do Zaire, mais a norte e na fronteira com o país do mesmo nome. 
Era conhecido, pelo menos, que Holden Roberto chegara a Carmona a 23 de Agosto desse ano (de 1975), a bordo de um avião da Air Zaire - o que comprova a liberdade de voo das aeronaves que serviam os interesses da FNLA. Os distritos/províncias do Zaire e Uíge eram ao tempo, recordemos, os dois territórios angolanos ocupados pela FNLA.
O 12 de Outubro de 1974, na Fazenda Santa Isabel, foi tempo para Constantino Oliveira dos Santos, soldado atirador de Cavalaria, festejar os seus jovens 22 anos. Hoje celebra os 64, no Bairro do Regado, em Paranhos, no Porto. 
Aldeia Viçosa, no mesmo dia, foi espaço para igual festa do 1º. cabo António Ferreira, enfermeiro da 2ª. CCAV. 8423, que é de Cantoneses, freguesia de Sazes, em Penacova, mas reside em Ois do Bairro, em Anadia. É aqui que hoje comemorá os 64 anos!
Parabéns para ambos!

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