terça-feira, 18 de outubro de 2016

3 553 - Pilhagens na zona do Quitexe, saques e enforcamentos no Uíge

Cavaleiros do Norte no Quitexe: furriéis Capitão e Cardoso, soldados Duarte (?, cozinheiro) e Lages (bar) e 
furriel Flora. Na segunda fila, furriéis Cruz (de óculos e mão levantada), NN (tapado), Costa, Reino e 
Carvalho. Em baixo, Francisco Bento (que hoje faz 64 anos, em França), Grenha Lopes, Fonseca e Rocha



Casamento de Belmira e Carlos Silva, a 18 de Outu-
bro de 1975, em Luanda, Cidade aonde, por amor,
 voltou o já ex-alferes miliciano da 3ª. CCAV. 8423.
Há 41 anos e até hoje!
O troço entre o Quitexe e Aldeia Viçosa, da Estrada do Café, começou a ser alvo, a partir de 18 de Outubro de 1974, de «actividades de pilhagem». O Livro da Unidade, relembrando a «intensa actividade de patrulhamentos, nomeadamente orientados para a liberdade de itinerários», acrescenta que «veio a justificar-se plenamente esta orientação» dos Cavaleiros do Norte, «porquanto a FNLA, nomeadamente a partir de 18 de Outubro, começou a procurar realizar actividades de pilhagem aos utentes dos itinerários, especialmente no troço compreendido entre Quitexe e Aldeia Viçosa».
O alferes miliciano Pedro Rosa, ladeado pelos
 furriéis milicianos Manuel Pinto (de calções) e João
Aldeagas. Cavaleiros do Norte de Zalala!
«Procurou-se contrariar esta acção de banditismo com o lançamento de patrulhamentos inopinados, aquando do aparecimento de queixas, sem que contudo se preveja acabar com elas já que, a aproximação das NT, a FNLA se furta ao contacto e, consequentemente, não se evita a acção já realizada ou a realizar, pois a presença das NT não é, e não pode ser, continua», sublinha o Livro da Unidade.
Este período foi particularmente delicado, nomeadamente para os Cavaleiros do Norte do Quitexe e de Aldeia Viçosa. E a estas acções de banditismo se «somavam» já a emboscada entre as Fazendas Alegria e Ana Maria - com «dois mortos civis europeus» - e também a «instabilidade criada pelo êxodo dos trabalhadores das fazendas». E sabia-se que era a FNLA que «ameaçava os trabalhadores rurais, sob coação de morte, se tal não fizerem».
A data dessa sexta-feira de Outubro de 1974 foi a de se saber que a OUA reconhecia oficiosamente a UNITA e que o reconhecimento oficial estaria para breve, quando, com o MPLA e a FNLA, se «reunirem em Zanzibar para criarem uma frente unida para as negociações com Portugal». Foi também dia para a FNLA anunciar a abertura de uma delegação em Luanda. Seria o primeiro dos três movimentos a instalar-se na capital de Angola.
Notícia do Diário de Lisboa de 18 de
Outubro de 1975, sobre combates na Uíge
Um ano depois e com os três movimentos a combater pelo controlo do território, no que ao «nosso» Uíge dizia respeito, «acções de forças invasoras vindas do Zaire e aquarteladas em Caiongo (...) mataram e saquearam a povoação de Quinguzu, tendo morto 30 elementos do povo e aprisionado 20 mulheres, depois de terem enforcado os seus maridos».
Uma outra unidade da «força invasora» que avançava em direcção a Camabatela, muito perto do Quitexe, «caiu sob  o fogo das FAPLA, ficando com 8 baixas, que deixaram no terreno o seu equipamento militar».
O dia 18 de Outubro de 1974 foi tempo de 22 anos de Francisco Manuel Gonçalves Bento, furriel miliciano de Reconhecimento, Informação e Operações. Actualmente, está emigrado em França, residindo em Saint Cyr L´Ecole (Sandou). E de Armando Moreira de Carvalho, atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423 - agora morador em S. Martinho de Bougado. Hoje festejam 64 anos e aqui ficam os parabéns para ambos.
Um ano depois, o (já não) alferes miliciano Carlos Almeida Silva casou-se em Luanda - aonde voltou depois do regresso a Portugal. Assim quis o amor que por lá tinha feito medrar, em «cerco» ao coração de Belmira - ainda hoje, e para sempre, a sua «mais-que-tudo». Parabéns por estes 41 anos de casal!. Ver AQUI 


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