domingo, 23 de outubro de 2016

3 558 - Carmona há 55 anos, o Quitexe há 42, Angola há 41!

Recorte da 1ª. página do jornal «A Província de Angola» de 22 de Outu-
bro de 1961, oito meses depois dos trágicos incidentes do norte de 

Angola, que no Quitexe tiveram um dos seus pontos maio dramáticos

Jornal O Comércio, de Luanda, com notícia da
apresentação e pedidos de protecção de milhares
de nativos, às autoridades portuguesas
Há precisamente 55 anos, o jornal «A Província de Angola», diário de Luanda (imagem de cima), noticiava que «estão a apresentar-se em massa, às autoridades, em Carmona, milhares de nativos, com mulheres e filhos». 
O Comércio, também diário de Luanda (foto ao lado), dava conta do «regresso às povoações e aos trabalhos das populações da Serra do Uíge». «Voltaram da serra cerca de 1 500 pessoas», reportava o matutino da capital angolana.
Recortes dos jornais «A Província de Angola» (em cima) e
 «O Comércio». ambos de Luanda, sobre a actualidade
angolana, a data de 23 de Outubro de 1961. Há 55 anos!!!
O dia seguinte - o de hoje se fazerem  55 anos, precisamente... - foi tempo para mais notícias de ambos os jornais (recortes na imagem ao lado), nomeadamente frisando a apresentação dos povos e com várias imagens fotográficas. «Centenas de nativos ouvem as palavras justas e sensatas do sr. Governador do Distrito, o major Rebocho Vaz», reportava o «A Província de Angola».
A revista «Notícia», que também se publicava em Luanda, dava conta, por sua vez,  que «alguns voltam das serras para convencerem outros povos a regressar, a apresentarem-se e entregarem as armas».
Imagem da revista «Notícia». editada em Luanda, em
Outubro de 1961, sobre o regresso dos povos que
«voltavam das serras, para convenceram outros povos
a regressar, a apresentarem-se e entregarem as armas» 
Foi isto há 55 anos, quando Angola sangrava na sua luta pela independência do poder colonial português.
O tempo de 13 anos depois (1974), pelo Quitexe, foi para o fim do ciclo de exibições de um filme, por diligência do Gabinete de Acção Psicológica do BCAV. 8423 - iniciado no dia 10 e que passou por todas as subunidades e também foi passado para a população civil. 
O dia foi também de se saber que, na véspera, «o cessar-fogo que vigorava, de facto, há 7 semanas, entre as tropas portuguesas e os guerrilheiros do MPLA tornou-se oficial ontem». Dia 22 de Outubro de 1975.
A decisão foi tomada depois do encontro entre as autoridades portugueses e dirigentes do MPLA. Para memória futura, a delegação de Portugal era liderada pelo comodoro Leonel Cardoso, da Junta Governativa, e incluía os Secretários de Estado António Augusto de Almeida e Peres do Amaral, os majores Pesarat Correia e Emílio Silva (do MFA) e o brigadeiro Ferreira de Macedo (Governador do Moxico e Comandante Militar da Zona Leste). A delegação do MPLA era liderada pelo presidente Agostinho Neto e incluía Lúcio Lara, Iko Carreira, Carlos Rocha, Ludy, Pedro Tonha, Jacob Caetano, João Van-Dunem e Aristides Van-Dunem (do Comité Central), comandante Bolingo e comissários políticos Rui Sal e Francisco Paiva (do Estado Maior da Zona Leste).
Um ano depois, o Diário de Lisboa dava conta da invasão sul-africana de Angola, para apoiar a UNITA: «Importantes unidades de mercenários e unidades regulares do exército da África do Sul realizaram nova agressão contra Angola, voltando a invadir a fronteira sul do território, através de vários pontos: o grosso do efectivo entrou por Othicango enquanto outras facções das forças invasoras penetraram por Ruacanha e pela barragem do Calueque»
A norte e ainda segundo o Diário de Lisboa, «a situação pode considerar-se neutralizada, após a grande ofensiva dos mercenários da UPA/UNITA». Entenda-se UPA por FNLA. O MPLA «consolidara as suas posições na linha de confronto Barra do Dande/Caxito/Libongos, estando neste momento as forças mercenárias a ser pressionadas em direcção ao Caxito».
A independência de Angola continuava marcada e foi declarada em triplicado, a 11 de Novembro desse ano de 1975. Por MPLA, por FNLA e pela UNITA.
- IMAGENS da página de facebook do 
(então) major Rebocho Vaz, que era 
Governador e Comandante Militar do Uíge 

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