O comandante Almeida e Brito, o soldado Armando Silva e os capitães José Paulo Fernandes e António Oliveira, de costas, na consoada de Natal de 1974, no Quitexe! |
Que surpreenderam!! E de maneira!!!!
Estava tudo às mil maravilhas e não foram poucas as emoções e saudades que ali se «mataram», na frente de tão farta mesa e tão deliciosa ementa.
Ementa europeia
na mesa de Natal
A ementa das compridas mesas foi à moda das nossas casas europeias de família, não teve sequer falta de bacalhau (que foi o óbvio rei da consoada...), nem faltou o polvo e mais outros pratos típicos da época - enchendo de regalos gastronómicos as compridas mesas do refeitório. E, vale a pena lembrar, saciando o apetite devorador dos jovens Cavaleiros do Norte da CCS (a do Quitexe) e da 3ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), então na força da sua juventude e ali sendo cúmplices de momentos muito especiais.
Doces e aletrias, rabanadas, mexidos e sopas, frutos secos, queijos, arroz-doce, leite creme e outros acepipes, tanros outros acepites..., nada faltou na farta mesa do refeitório do Quitexe - onde comungaram, em partilha solidária, cúmplice e amiga, oficias, sargentos e praças das duas companhias, sem distinção..., todos irmãos da noite tão especial como aquela. Que nunca tínhamos vivido foram das nossas lareiras e do conforto e intimidade das nossas famílias.
As bebidas foram para todos os gostos, sem abusos, muiuto embora os bravos e emocionados, diríamos que nostágicos Cavaleiros do Norte não se tenham feito rogados. E, vamos lá, até um ou outro tenham abusado. Nada de mal ou execessivamente a mais. Ou talvez não!
Os alferes milicianos António Garcia e José Alegria Almeida, personagens de um momento muito especial da consoada de 1974, no Quitexe! Atrás, os 1ºs. sar- gentos João Barata e Joaquim do Aires |
Noite de emoções
e lágrimas de saudade
Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Albano Cruz recordam-se dessa saudosa e sentida noite de Natal de há 42 anos e lembram que «era tanta a quantidade e a variedade» de comidas e de... bebidas, que «alguns até entraram de gatas nas suas casernas e quartos».
«Acho que isto tudo, esta vivência muito particular, afinal, até nos ajudou a criar a nossa personalidade, a nossa maneira de ser e estar e a ter forças nos momentos difíceis que por lá atravessámos, tanto jeito ou falta nos faziam», comentou o alferes Cruz, estes anos todos depois.
José Alberto Almeida, o alferes miliciano de reabastecimentos, recorda o achar de outro alferes - o António Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers) -, recolhido no canto do bar de oficiais, em momento de choradas saudades da família, enquanto no refeitório o «povo» do BCAV. 8423 continuava a festejar a data e fartava a fome das ementas de época, bem regadas a cerveja e também vinho - que vinho houve, sem faltas..., nessa nossa consoada de há 42 anos!!! Vinho e mimos, muitos mimos..., que nos encheram o corpo e o espírito! E parece que foi ontem à noite!!!
Neto, Viegas e Monteiro, três furriéis milicianos da CCS do BCAV. 8423. aqui já no Quitexe. Apresentaram-se no RC4 na véspera de Natal de 1973. Há 43 anos! |
Três «Ranger´s»
da CCS no RC4no RC4
Um ano antes, precisamente um ano antes, a uma segunda-feira de véspera de Natal de 1973, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4, os três futuros furriéis milicianos de Operações Especiais (Rangers) da CCS do BCAV. 8423.
A Ordem de
Ordem de Serviço do RC4, de 26 de Dezembro de 1973, com a apresentação, no RC4, dos futuros furriéis milicia- nos, Neto, Monteiro e Viegas, do BCAV. 8423 |
O sargento e oficial de dia ainda brincaram connosco - teríamos de «entrar de serviço às 14 horas», o que significava lá passarmos a noite de Natal. Era o que nos faltava, mas, expedito, o Neto logo sentenciou o nosso destino próximo: «Vamos embora, castigo maior que o de ir para Angola, já não nos pode acontecer».
Saímos do RC4, no SIMCA 1100 dele, chegámos a Águeda e o Monteiro telefonou para Fornos, em Marco de Canaveses, para um irmão o ir buscar ao Porto. Em Águeda, ainda chegou a tempo de apanhar a carreira para a capital do norte e foi passar a noite de Natal a casa.
* Noite de Natal de
1974, ver AQUI
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