terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

3 673 - Emblema e guião do BCAV. 8423 e 20 mortos em Luanda

Oficiais milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, no encontro
 de 2016, em Ferreira do Zêzere: alferes milicianos Honório Campos
 (médico), Mário Simões (autor do emblema do BCAV. 8423), Carlos
Silva e Pedrosa de Oliveira e capitão José Paulo Fernandes


O alferes Simões, autor do emblema
do BCAV. 8423, em imagem da 1974
O emblema e guião do Batalhão de Cavalaria 8423 foi apresentado a 11 de Fevereiro de 1974, no Destacamento do RC4 onde a unidade se preparava para a jornada africana de Angola e pelo comandante Almeida e Brito, «servindo o lema «Pergunta ao Inimigo Quem Somos, pertença das tradições do RC4», como se lê no Livro de Unidade.
O desenho final foi do então futuro alferes miliciano Mário Simões, da 3ª. CCAV. 8423: «O comandante deu-me umas dicas, esbocei o emblema e aperfeiçoei-o, até à forma final», recordou ele, que da vida civil levava experiência no ramo das artes gráficas e, naturalmente, queda para o desenho.
Emblema do BCAV. 8423
O dia era segunda-feira e a criação do emblema (e do guião) enquadrava-se no desejo de «desde início instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que se constituísse num todo coeso, disciplinado e disciplinador», como se lê no Livro da Unidade, acrescentando que, dentro desse contexto, «se desejou a sua plena identificação com a unidade mobilizadora» - o Regimento de Cavalaria 4, aquartelado no Campo Militar de Santa Margarida e em cujo Destacamento estava o BCAV. 8423 em formação. 
O emblema do Batalhão era (é) em fundo preto (adoptado naturalmente pela CCS), enquanto as companhias operacionais optaram pelas cores vermelha (1ª. CCAV, a da Fazenda Zalala), azul (a 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa) e castanho (a 3ª. CCAV., a da Fazenda Santa Isabel).
Notícia do Diário de Lisboa de 14/02/1975


20 mortos entre
MPLA e Chipenda

A 14 de Fevereiro de 1975 - hoje se passam 42 anos... - chegaram ao Quitexe notícias de graves incidentes em Luanda, na véspera e entre forças do MPLA e da Facção Chipenda (a Revolta do Leste), de que resultaram, segundo a imprensa, «pelo menos 20 mortos e muitos mais feridos».
Os incidentes começaram quando, e citamos o Diário de Lisboa, «forças do MPLA cercaram a delegação do grupo de Chipenda». Cercaram porque chegara ao conhecimento do MPLA que «reforços em homens e material estavam a chegar, vindos de um país vizinho, para aumentar o potencial bélico deste grupo ilegal».
A acção do MPLA, ainda segundo o DL, «não tinha como objectivo a confrontação armada, mas apenas levar o Governo de Transição a tomar medidas para neutralizar ou dissolver a Facção Chipenda». Porém, ainda segundo o DL, «os homens desta facção abriram fogo contra os militares do MPLA, estabelecendo tiroteio que se arrastou até ao princípio da manhã de ontem» - dia 13 de Fevereiro de 1975. 
«Tropas portuguesa guardam agora as instalações semi-destruídas da Facção Chipenda e a vida regressou à normalidade», precisava o jornal, acrescentando que «fora dos musseques não se registaram incidentes e nem as tropas portuguesas nem as forças da FNLA ou da UNITA estiveram envolvidas no tiroteio».
O mesmo dia foi tempo de «notícias recebidas do Luso», todavia não confirmadas, dando conta de um ataque da Facção Chipenda a um hospital do MPLA, de que terá resultado a morte de 5 enfermeiros. Não foi possível confirmar oficialmente o incidente.

Emblema da 1ª CCAV.

Cozinheiro Martinho
festeja 65 anos

A 15 de Fevereiro de 1975, fez 23 anos o soldado cozinheiro Martinho, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala!
Júlio Manuel Tavares Martinho, de seu nome completo, é de Felgueira Velha, povoação da freguesia de Seixo de Beira, em Oliveira do Hospital. Lá regressou, depois da comissão militar em Angola e por terras do Uíge - na Fazenda Zalala, em Vista Alegre e Ponte do Dange, no Songo e em Carmona (na ZMN), antes do Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda - de onde saiu a 9 de Setembro de 1975, em voo dos TAM para Lisboa.
A 15 de Fevereiro de 2017 (amanhã) fará 65 anos!

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