O furriel Francisco Neto (Rangers) e o alferes Jaime Ribeiro (sapadores), ambos milicianos e aqui num descontraído momento quitexano do Uíge angolano |
O apontamento no verso da imagem que abre esta postagem não deixa dúvidas: a 12 de Abril de 1975, há 42 anos, os furriéis Viegas e Cruz, em férias angolanas, estavam em Nova Lisboa - actual Huambo.
A vida por Carmona continuava muito igual, segundo as notícias telefónicas do furriel Francisco Neto. «Andam aí uns gajos que às vezes de se armam em espertos, mas tudo sob controle...».
O alferes João Machado, ladeado pelos furriéis Carlos Letras (à esquerda) e José Melo, os três milicianos e todos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa |
Os ditos «gajos espertos» eram alguns dos militantes dos movimentos emancipalistas, nomeadamente da FNLA e do MPLA - já que a UNITA tinha pouca (quase nenhuma) actividade local. Os outros dois, fosse pelo que fosse (nas nomeadamente por rivalidades mal ou não resolvidas), escaramuçavam violentamente entre eles e, de alguma forma, «adaptavam» a Carmona os incidentes que se repetiam em Luanda. E em Salazar, agora N´Datalando. E no Luso. E não só!
«Tiveram ressaca até Carmona», refere o Livro da Unidade.
Presidentes Agostinho Neto (do MPLA), Holden Roberto (da FNLA) e Jonas Savimbi (da UNITA |
Combates do Luso
entre MPLA e FNLA
O 12 de Abril de 1975 foi um sábado e a Nova Lisboa chegavam reflexos da luta MPLA/FNLA, neste caso da cidade do Luso, no extremo leste de Angola: «Está restabelecida da calma na cidade, onde ser deram incidentes graves na terça-feira, envolvendo forças militares do MPLA e da FNLA, que duraram cerca de 12 horas», anunciava um comunicado do Alto Comissário.
Os incidentes (no dia 8), ainda segundo o mesmo comunicado, provocaram um morto civil e vários feridos militares e civis, para além de «prejuízos materiais de certa monta em alguns edifícios da cidade».
A FNLA, a partir de Kinshasa e referindo-se a Bélgica e Holanda, advertiu os seus governos contra «qualquer política» em Angola e questionou Agostinho Neto, presidente do MPLA, por ter dito que o MPLA contava, a partir de então, com «o apoio de organizações políticas» daqueles dois países naquilo a que chamou «luta contra os elementos contra-revolucionários», visando a FNLA - segundo versão da própria FNLA.
O presidente da UNITA, Jonas Savimbi, do seu lado, estava a esse tempo em Londres e lá se afirmava confiante no futuro de Angola, por exemplo rejeitando «a possibilidade de uma guerra civil depois da o independência».
Admitiu que os então recentes incidentes entre MPLA e FNLA «haviam causado ansiedade fora do país», mas acrescentou que «os recontros tinham sido esporádicos» e que «a vida quotidiana em Angola vai voltar à normalidade».
Carlos Costa, TRMS de Zalala |
Cavaleiros do Norte de
Zalala e Aldeia Viçosa
A 12 de Abril de 1974, há 43 anos, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4 mais 2 futuros Cavaleiros do Norte, ambos transferidos do Regimento de Infantaria nº. 1 (RI 1), de Queluz, «por terem sido nomeados para servir no Ultramar e no BCAV. 8423». Os seguintes:
Joaquim Rodrigues, TRMS de A. Viçosa |
- Joaquim António de Almeida Rodrigues, para a 2ª. CCAV. 8423, a da vila de Aldeia Viçosa. Soldado de Transmissões de Infantaria, ao tempo (e agora) natural e residente na freguesia de Camarate, concelho de Loures.
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