O padre Albino Capela no baptizada de Elisabete, filha de Alfredo Rei. O grupo está na frente da Igre- ja de Santa Maria de Deus do Quitexe |
O dia 11 de Maio de 1974 foi um sábado e, de fim de semana depois da Instrução Altamente Operacional (IAO), fui a Águeda, para algumas despedidas. Aproximava-se a partida para Angola - a pouco mais de duas semanas - e, de sítio em sítio (dos frequentados pelas minhas tertúlias), ficaram os abraços de adeus. O dia foi O também o da chegada de Manuel Alegre, vindo do exílio de dez anos, que o levara a Argel.
O furriel miliciano Freitas Ferreira em um momento musical em tempo de guerra |
chas, andando Alegre aos ombros de antigos com-panheiros de escola e amigos, aplaudido pelo povo - embriagado pelo fervor abrilino
O poeta exilado e
os soldados na guerra
A Praça da República encheu-se e a romaria alar-
gou-se pela Luís de Camões, até aos Paços do Con-
celho - de cuja varanda se ouviram eufóricas in-
tervenções, prolixas e apaixonadas, quase incen-
diárias..., centradas na revolução dos cravos, nos militares da revolução e no governo provisório de Palma Carlos, no exilado Manuel Alegre que regressava aos cheiros do seu (e nosso) Botaréu e nos soldados que se batiam no ultramar e nos que para lá iriam. Como eu!
Uma das sugestões mais apontadas e aplaudidas era a de que não devia ir mais tropa para a guerra colonial e virem de lá, e rapidamente, todos os que lá estavam. Não iria ser assim, como seria bom de ver.
A «graça» da chegada de Alegre tinha a ver com o facto de ele mesmo ter estado em Angola, como alferes miliciano. A mesma Angola para onde eu ia.
A certa altura, reconhecendo-me alguns amigos no meio da multidão (foto) e sabendo que eu era militar, quiseram fazer de mim outro «herói» do momento, levantando-me ao ar. Confesso que não gostei da brincadeira mas acabámos a beber champarrion no Café Jardim - depois de ouvirmos Manuel Alegre a discursar na varanda dos Paços do Concelho.
Mais 7 mortos em combate
nas 3 frentes de guerra
O Serviço de Informação Pública das Forças Armadas anunciou, a 11 de Maio de 1974, a morte de mais dois militares em combate e em Angola.
Ambos eram soldados e do recrutamento local: Julão Ambrósio Moçâmedes, natural de Novo Redondo; e Salomão Joaquim, de Porto Amboim.
O mesmo comunicado dava conta de mais 5 mortos em combate: 4 na Guiné (Vicente Rodrigues, Policarpo Augusto Gomes, Nulasso Augusto Gomes e Samper Mendes, todos do recrutamento local) e 1 em Moçambique (José Henriques Jesus Pessoa, natural de Alto do Estanqueiro, no Montijo).
Albino Capela |
Albino Capela festeja
75 anos em Barcelos!
O 11 de Maio de 1974, no Quitexe que ainda não conhecíamos, foi dia dos (então) jovens 32 anos do padre Albino Capela.
António Albino Vieira Martins Capela pertencia à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e, na altura, missionava na Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe - de onde partia para comunidades da região uíjana. Regressado a Portugal, deixou o sacerdócio e enveredou pelo ensino, constituiu família e vive em Arcozelo, no concelho de Barcelos.
Hoje, completa 75 anos - são os anos de diamante de um vida de serviço!... - e, marido apaixonado e pai e avô felicíssimo, é companheiro activo dos encontros da CCS. Para ele vai um grande abraço de parabéns, embrulhado no afecto partilhado de todos os Cavaleiros do Norte! * Ver AQUI
Freitas Ferreira |
Furriel Freitas Ferreira,
65 anos em Guimarães!
O furriel miliciano Freitas Ferreira está hoje em festa, a dos 65 anos. Dia 11 de Maio de 2017!
José Maria Freitas Ferreira foi furriel miliciano atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, de Aldeia Viçosa. Na sequência do acidente que sofreu a 1 de Julho de 1974, numa curva do Quibaxe e no decorrer de um patrulhamento militar, foi reclassificado como amanuense e transferido para Luanda - onde concluiu a sua jornada angolana.
Profissional da área da auditoria, consultadoria fiscal e contabilidade, mora em Costa, freguesia do concelho de Guimarães. Lá organizou no encontro de 2016.
Parabéns, neste dia bonito da vida. * Ver AQUI
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