A CCS voou de Lisboa para Luanda na noite de 29 para 30 de Maio de 1974, num avião dos TAM que se faz «passear» sobre a capital, mostrando-nos o caleidoscópio de luzes que surpreendeu os nossos olhos.
O suspense da primeira viagem de avião logo passou, muitos de nós logo adormeceram e a memória, 43 anos depois, resgata-nos o momento de passagem pelo céu de Bissau, assim informou o piloto do Boeing militar que nos levava a terras africanas de Angola.
«Ali é Bissau!...», disse o comandante do avião, levando os nossos olhos a olhar pela pequena janela e espreitar a capital da Guiné. Mal imaginaria eu, a esse tempo, que anos depois lá iria, em serviço profissional.
O voo, por contingências da proibição de aeronaves portuguesas voarem sobre países africanos que não apoiavam a nossa política ultramarina, foi feito todo sobre o Atlântico e já o céu se avermelhada ao nosso olhar quando fomos «avisados» de faltar uma hora para aterrarmos no aeroporto de Luanda.
O Quitexe no mapa do norte de Angola |
Quitexe, vila-mártir
e terra promissora!
O calor húmido de Luanda «obrigou-nos» a despir o blusão verde da farda de saída (a nº. 2), com quer viajávamos e correr à procura do que matasse a nossa sede. Sorte minha, que levava angolares (o escudo angolano), trocado com o pai de um vizinho, civil, que estava em Angola) e logo provámos a célebre Cuca, uma das mais populares cervejas angolanas.
Outra das primeiras imagens retidas desse dia foi a do aparecimento, já no Campo Militar do Grafanil, de um 1º. sargento de pasta e muitos angolares para trocar por escudos de Lisboa, com ganhos cujo valor não recordo, mas eram surpreendentes para nós. Por serem elevados!
O comandante Almeida e Brito, o capitão José Paulo Falcão e o alferes José Leonel Hermida já estavam em Angola há vários dias e foram nossos «anfitriões». E já sabiam o nosso destino: «o Quitexe, terra promissora de Angola, capital do café e vila-mártir de 1961», como sublinha o Livro da Unidade. Lá chegaria a CCS, a 6 de Junho de 1974.
O furriel Plácido Queirós, o capitão Castro Dias, o al- feres Lains dos Santos e o furriel Mota Viana: Cava- leiros do Norte de Zalala, no encontro de Águeda, o primeiro, a 9 de Setembro de 1995! |
Cavaleiros do Norte
de... Zalala!
A descoberta da nossa nova realidade, da Angola imensa e surpreendente, quente e gigante,a 30 de Maio de 1974, foi contemporânea do dia da partida da 1ª. CCAV. 8423, a que viria a ser da mítica Fazenda Zalala.
O dia não foi diferentes do da CCS, na véspera, e de Lisboa partiram os comandados do capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, mais os seus oficiais milicianos: os alferes Mário Jorge Sousa (Operações Especiais), Pedro Rosa Carlos Sampaio e Lains dos Santos (atiradores de Cavalaria.
O 1º. sargento era Alexandre Joaquim Fialho Panasco e a classe incluía os furriéis milicianos: Manuel Pinto (Operações Especiais), Jorge Barreto (enfermeiro), Manuel Dias (mecânico-auto), José Nascimento (alimentação), João Dias (transmissões) e os atiradores de Cavalaria Mota Viana, Jorge Barata (falecido a 10 de Outubro de 1997, de doença e em Alcains), Plácido Queirós, Américo Rodrigues, Victor Costa, Eusébio Martins (falecido a 16 de Abril de 2014, de doença e em Belmonte), João Aldeagas e José Louro. E, com eles, 101 praças, entre 1ºs. cabos e soldados de várias especialidades. O furriel Victor Velez chegou mais tarde.
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