quarta-feira, 12 de julho de 2017

3 821 - Prevenção simples em Carmona; a morte do sargento ajudante Machado!

O sargento ajudante Luís Machado, em primeiro plano, faleceu a 12 de Ju-
 lho de 2000, aos 80 anos e em Évora. Na foto, vêem-se os alferes José Leonel
Hermida (de bigode e a sorrir) e António Albano Cruz (de óculos), com as
respectivas esposas. Em primeiro plano e à direita, o neto do capitão António
Oliveira, ao colo da mãe, no Natal de 1974, no Quitexe 


Cavaleiros do Norte da CCS. todos 1ºs cabos: Luciano
Gomes (mecânico de armamento ligeiro), Ezequiel Sil-
vestre (atirador de Cavalaria) e Vitror Vieira (auxiliar
de serviços religiosos, o sacristão)

O dia 12 de Julho de 1975, pelas bandas de Carmona, foi tempo de início de um «período de prevenção simples», que acabou no dia 18 e foi motivado pelas escaramuças da FNLA, que se achava senhora da guerra no Uíge, depois de ter «corrido» o MPLA durante os graves incidentes e combates da primeira semana de Junho.
As provocações repetiam-se, assim como veladas ameaças. «Houve que aguentar a provável ressaca da FNLA, face aos seus desaires em Luanda, Salazar e Malanje», lê-se no Livro da Unidade - o BCAV. 8423. 
A parada do BC12, vista da varanda do Comando. Ao
fundo, o refeitório e cozinha (à esquerda) e as oficinas
A prevenção justificou-se plenamente, exigindo maior e mais sacrifício dos Cavaleiros do Norte, mais exigente, e às subunidades que operacionalmente dependiam do BCAV. 8423. Logo no dia seguinte, 13 de Julho de 1975, dirigentes da FNLA (e do seu ELNA - o Exército de Libertação Nacional de Angola) profe-
riram graves acusações num comício de Carmona. E no Negage, imagine-se, cercaram o quartel da CCAÇ. 4741 - pedindo armas, para não se dizer que as «exigiam». No mesmo dia, impediram a saída de uma coluna (MVL) para Luanda - «operação» que repetiram a 23 desse Julho de 1975. 
A 15, em Carmona e ao Comando dos Cavaleiros do Norte, quiseram («exi-
giram») armas que o BCAV. 8423 retia (em depósito) no BC12 e que tinham pertencido a outras forças portuguesas - casos da OPVDCA e dos Flechas, presumidamente também dos já extintos GE's. 
Não foram fáceis estes tempos da nossa jornada africana do Uíge angolano!
Notícia do Diário de Lisboa de 12 de Julho de
1974, sobre os incidentes de Luanda

Calma em Luanda,
depois de 3 mortos
e 27 feridos

Um ano antes (em 1974) e depois dos inciden-
tes provocados pela morte do taxista europeu (branco), em Luanda, «o ambiente na cidade era de sossego». A maioria da população ape-
nas deles (dos incidentes nos Bairros do Cazenga e da Cuca), apenas deles soube e segundo relatava o Diário de Lisboa, pela «leitura dos jornais».
«A polícia e o Exército tomaram imediatamente rigorosas medidas de segu-
rança nalguns bairros do subúrbio, para evitar actos de retaliação», adiantava o jornal vespertino de Lisboa - há precisamente 43 anos.
Soube-se, entretanto, a identidade do taxista assassinado e com vestígios de estrangulamento: António Salgado, natural de Bragança. O cadáver foi encontrado dentro do táxi, junto à cápsula de uma bala e conservando o dinheiro e documentos. Daí, concluir-se que o móbil do crime não foi o roubo. 
Luís Machado, sargento
ajudante do BCAV. 8423

Machado, sargento-ajudante, 
faleceu há 17 anos !


O sargento ajudante Machado, da CCS do BCAV. 8423, faleceu a 12 de Julho de 2000, de doença e em Évora. 
Luís Leite Ferreira Machado, ao tempo com 54 para 55 anos - nascido a 15 de Maio de 1920 -, era, presumidamente, o mais velho entre todos os Cavaleiros do Norte. Trabalhava na Secretaria do Comando, chefiada pelo tenente Luz, e era respeitadíssimo por toda a guarnição e, em particular, pelos furriéis milicianos que com ele partilhavam o bar e a Messe da Sargentos do Quitexe. 
Voltou a Portugal a 8 de Setembro de 1975 e continuou a carreira militar. Fale-
ceu há precisamente 17 anos, aos 80 de idade e de doença, na sua Évora natal, e hoje o recordamos, evocando-o com saudade!
RIP!!!

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