sábado, 29 de julho de 2017

3 837 - Fome e mortes no Uíge, a zona da FNLA!

O tenente João Mora, que amanhã faria 91 anos e faleceu a 2 de Abril de
2003, os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro, 1º. cabo Miguel Teixeira

e os furriéis milicianos Reino e Aldeagas. Frente à Casa dos Furriéis, 
na avenida do Quitexe e em 1974. Há 43 anos!

Cavaleiros do Norte de Zalala: 1º. cabo Hélio Rocha
(TRMS), alferes Lains dos Santos e furriéis Queirós e
Rodrigues, todos milicianos da 1ª. CCAV. 8423

A 29 de Julho de 1975, realizou-se nova «reunião de trabalho com elementos do Quartel General da Região Militar de Angola» para preparar a operação de retirada dos Cavaleiros do Norte de Carmona (Uíge) para Luanda.
A imprensa do dia noticiava que «a situação  militar não evoluiu nada». A FNLA continuava no Caxito, mas alegadamente com esta localidade cercada por forças do MPLA. Em Luanda e «ao fim de tarde de ontem, irrompeu cerrado duelo de armas
Francisco Madaleno, atirador de Cavalaria
do PELREC e um GE do Quitexe
ligeiras e pesadas, nas imediações de S. Pedro da Barra», onde as tropas da FNLA «continuavam a resistir ao assédio do MPLA».
Em Malanje «os combates recomeçaram ao fim da tarde de ontem, com particular violência» e dois aviões portugueses com reabastecimentos para a cidade «foram atingidos pelo fogo cruzado» do MPLA e da FNLA, «tendo ficado feridos dois tripulantes». Daqui e escoltadas por forças militares portuguesas, iriam ser «evacuadas 700 pessoas que se tinham refugiado o quartel português».

Notícia do Diário de Lisboa
de 29 de Julho de 1975

Fome e mortes nas 
zonas da FNLA

A norte, «as estradas de acesso ao Uíge, dominado pela FNLA, estavam bloqueadas pelas forças do MPLA»
Os abastecimentos de urgência, por isso mesmo, tinham de ser feitos por via aérea. As organizações de assistên-
cia do Governo e os missionários «apenas podiam  dar aos refugiados um pedaço de terra e sementes».
A situação era tanto mais dramática quanto tinham chegado 300 000 (!?) refu-
giados angolanos do Zaire. «A escassez de alimentação tornou-se desespe-
rada», relatava o Diário de Lisboa, citando, também, «os refugiados que con-
tinuavam a afluir de Luanda, onde mais de 300 pessoas foram mortas nos combates entre as forças do MPLA e da FNLA».
O vespertino da capital portuguesa acrescentava que «40 pessoas morrem diariamente de fome, no distrito do Uíge».
Tenente João Mora,
em 1974 e no Quitexe


Tenente João Mora
faria 91 anos

O tenente João Mora faria 91 anos a 30 de Julho de 2017. Faleceu aos 77, a 21 de Abril de 2003.
João Elóy Borges da Cunha Mora foi 2º. comandante da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, regressando a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975. Era o tenente Palinhas, assim populari-
zado entre a guarnição, casado com uma senhora de origem indiana - que o acompanhou na jornada africana da Angola. Natural de Pombal, continuou a sua carreira militar, fixando residência em Lisboa (à Lapa), onde faleceu, vítima de doença. Hoje, o recordamos com saudade. RIP!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário