sexta-feira, 25 de agosto de 2017

3 864 - Aviões com armamento para a FNLA em Carmona

Grupo de Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, com o furriel miliciano Je-
suíno Pinto (destacado pela seta) a abraçar o também furriel  Carlos Letras.
Quem ajuda  a identificar os restantes?


O furriel Viegas com parte da Família Neves Polido, em Nova
Lisboa: Saudade, Fátima, Rafael (de joelhos) e Valter 

As notícias de 25 de Agosto de 1975, sobre Angola, não eram as melhores. Continuavam os «confrontos armados de Nova Lisboa, especialmente conduzidos por elementos da Facção Chipenda» e registavam-se «perseguições a militantes e simpatizantes do MPLA», atingindo «enorme violência».
Os seus tropas e dirigentes «refugiaram-se nos quartéis portugueses, 
Notícia do Diário de Lisboa
de 25 de Agosto de 1975
aguardando que um contacto entre MPLA e UNITA permita a sua saída da cidade e a troca de prisioneiros».
A cidade capital do Huambo «encheu» com 70 000 refugiados oriundos de várias partes do território de Angola (40 000 brancos e 30 000 africanos) e rebentava pelas costuras. A maioria deles «exigia embarque Portugal». Isto, numa altura em que as evacuações a partir de Nova Lisboa e para Portugal ocorriam à média de «4000 pessoas por semana».
A cidade tinha falta de electricidade e produtos alimentares e era deficiente a assistência médica. Por esse tempo e a partir de Luanda, dezenas de vezes tentei contactos telefónicos com familiares e amigos civis que lá viviam - e outros que lá chegaram da Gabela -, sem ter qualquer êxito. Não havia comunicações e já só em Portugal deles soubemos.
Casa do tio Joaquim Viegas em Nova Lisboa



Armamento para a 
FNLA em Carmona

Carmona continuava o principal reduto da FN-
LA e lá chegava armamento transportado por aviões americano de bases da Alemanha Fede-
ral. O MPLA, em comunicado, comentava que «aviões do tipo Skymaster estaria a realizar um vaivém entre Kinshasa (Zaire) e Carmona, onde estão concentradas importantes tropas» do ELNA - o Exército de Liber-
tação Nacional de Angola, braço armado da FNLA. Dias antes, seria para a base do Negage, a 40 quilómetros, e o armamento incluía canhões de longo alcance.
O MPLA, no mesmo comunicado, denunciou «a presença de 200 instrutores chineses, perto do Caxito» - a uns 80 quilómetros a norte de Luanda. Além disso e ainda segundo o MPLA, «mercenários do Zaire, da Tunísia e afro-americanos combateriam ao lado da FNLA».

Jesuíno Pinto,
furriel de Al-
deia Viçosa

Furriel Jesuíno Pinto
chegou a Aldeia Viçosa

Um antes, chegou a Aldeia Viçosa o furriel miliciano atirador de Cavalaria Jesuíno Fernandes Pinto, para reforço da 2ª CCAV. 8423. Faleceu a 3 de Maio de 2017, vítima de doença e em Parada de Gatim, sua terra natal, em Vila Verde.
Teve várias actividades profissionais - foi, por exemplo, animador de rádio - e viveu os seus últimos tempo de vida internado numa IPSS de S. José de Areias do Vilar, em Barcelos. RIP!!!
A CCS, aquartelada no Quitexe, também teve um «reforço», o caixeiro Júlio S. Plácido. À 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, recebeu militar: o 1º. cabo Miguel J. Garcia, para o respectivo grupo de mesclagem.

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