terça-feira, 5 de setembro de 2017

3 875 - O último Alto Comissário, Cavaleiros a riscar dias no calendário...

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto da CCS, no Quitexe: o furriel miliciano
 Norberto Morais (ao centro) e os 1ºs cabos Serra Mendes (bate-chapas, à
esquerda), Rafael  Serra Farinha (mecânico-auto, que amanhã festeja 65  
anos) e, à direita, dois Teixeira´s: Domingos (estofador) e Agostinho (pintor)  


O condutor Henrique Nunes Esgueira, Cavaleiro do
Norte da CCS do BCAV. 8423, junto da placa de entrada
da vila do Quitexe, há 43 anos.


Aos 5 dias dias de Setembro de 1975, uma 6ª.-feira, chegou a Luanda o novo Alto Comissário, que viria a ser o último: o almirante Leonel Cardoso.
Os Cavaleiros do Norte continuavam a riscar dias do calendário, expectantes quando ao dia 8, que seria (e foi) o do embarque para Lisboa. E já não no navio «Niassa», mas num avião dos Trans-
portes Aéreos Militares (TAM).
Leonel Alexandre Gomes Cardoso che-
gou confiante e, numa entrevista ao 
O almirante Leonel Cardoso, último Alto Co-
missário de Portugal em Angola, no discurso
de 10 de Novembro de 1975
jornal «O Comércio», de Luanda, disse ir fazer tudo o que fosse possível para «restabelecer a paz no território» e que, para tal e se necessário fosse, «as tropas portuguesas estariam à disposição, para intervir».
A chegada do almirante português coincidiu com um período frio das negociações entre o MPLA e a UNITA, depois de um recente encontro de Lisboa ter «aberto vias de colaboração». Na verdade, na véspera e segundo um comunicado do MPLA (movimento presidido pelo médico Agostinho Neto), as suas forças «rechaçaram o avanço de tropas da UNITA no Alto da Chipaca», no leste de Angola. E, por outro lado, «fizeram abortar uma tentativa daquele movimento para ocupar Cubal e Ganda, no sul».
A barragem de Calueque, depois da reabilita-
ção feita em 2013 (imagem da net)

A (não) invasão (?) 
dos sul-africanos

As escaramuças entre MPLA e UNITA eram coincidentes com a presença de uma unidade sul-africana em terrirório angolano.
O governo português veio explicar que a 12 de Agosto o sul-africano lhe comunicara a entrada de um pelotão de 30 homens para proteger a bombagem  de água de Calueque, próxima da fronteira e para proteger os seus trabalhadores.  A estação era considerada «vital para a população ovando daquela zona»Todavia, os relatos do MPLA iam noutro sentido: invasão do território pela fronteira da Santa Clara e ocupação das cidades de Pereira d´Eça e General Roçadas.
Uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros português dava conta, a 5 de Setembro de 1975 e chamando a atenção da África do Sul, para «certas indicações de que, a partir do território da Namíbia, estavam ocorrendo no distrito do Cunene, no sul de Angola, infiltrações de mercenários e forças ainda não verdadeiramente identificadas».
A África do Sul respondeu e vincou a sua «política de não ingerência, de acordo com a qual não permite que mercenários, ou outras forças, operem a partir do seu território, ou de de território sob seu controlo».
Rafael S. Farinha

Farinha, mecânico, 65
anos na Serra da Luz!

O Farinha foi 1º. cabo mecânico-auto da CCS dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe, e amanhã está em festa dos 65 anos.
Rafael Serra Farinha era (e é) residente na Serra da Luz, da então freguesia de Odivelas do concelho de Loures. Lá voltou a 8 de Setembro de 1975 e por lá faz vida profissional, continuando ligado à me-
cânica-auto e ao comércio do ramo automóvel, com estabelecimento na Pon-
tinha, no agora concelho de Odivelas.  Para lá vai o nosso abraço de parabéns!

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