quarta-feira, 20 de setembro de 2017

3 890 - Cavaleiros a reforçar o BC12, avião da FAP apreendido pela UNITA

Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe. Atrás, 1ºs. cabos Soares, Oliveira e Soares, furriel
Rocha, 1º. cabo Estrela, Silva, alferes Hermida (de bigode), Zambujo, furriel Pires (TRMS),  Felicissímo
(de Zalala), 1º. cabo Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-Eclair, de mão no queixo) e NN. À fre
nte, NN,
 Costa, 1º. cabo Salgueiro, furriel Cruz e 1º. cabo Tomás

Cavaleiros do Norte de Zalala na gruta do Quijoão: furriéis
 milicianos Jorge Barata (falecido a 11/10/1997, de doença
e em Alcains), José Louro e José António Nascimento


O almirante Rosa Coutinho, Alto Comis-
sário em Angola, deslocou-se a Lisboa a  20 de Setembro de 1974, para «tratar com o Presidente da República alguns assuntos urgentes»Chegou pelas 9,20 horas da manhã e não prestou declara-
ções à imprensa. 
Os chamados «assuntos urgentes» ti-
nham a ver com Angola e, ao tempo, os Cavaleiros do Norte garantiam «liberda-
Furriéis milicianos Plácido Queirós e José António
 Nascimento, da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala), na ilha
 de Luanda, em Agosto de 1975
de de trânsito em todos os itinerários» da sua ZA, em dias sucessivos sem descanso. A situação agravou-se quan-
do «foi solicitada ao BCAV. a cedência de 2 Grupos de Combate para reforçar o BC 12». Se já eram poucos, menos Ca-
valeiros do Norte ficaram para assegurar as suas tarefas.

O processo de
descolonização

Rosa Coutinho foi parco em palavras, na chegada a Lisboa, mas procurou desanuviar as causas e os efeitos de uma reunião da véspera, no palácio do Governador Geral de Angola (em Luanda), envolvendo «todos os oficiais dos três ramos das Forças Armadas, em comissão de serviço naquela colónia».
O almirante seria portador de documentação para o Presidente da República (o general Costa Gomes), mas não abriu o livro, argumentando, isso sim e relativamente à reunião da véspera, que tratava de «uma moção de apoio político à Junta Governativa» - a que ele mesmo presidia.
Os militares teriam, segundo a Agência ANI (citada pelo Diário de Lisboa, «aprovado uma moção sobre o processo de descolonização de Angola».
Notícia do Diário de Lisboa de 20 de Setembro
de 1975 sobre a situação em Angola

UNITA apreendeu
avião da Força Aérea

Um ano depois, no dia 20 de Setembro de 1975 - há precisamente 42 anos!... -, assistia-se a «uma certa estabilização nas várias frentes de combate».
O marechal Idi Amin Dada, presidente do Uganda e da Organização de Unidade Africana (OUA), «teria convidado os dirigentes dos três movimentos de liberta-
ção de Angola para uma reunião em Kampala, ainda este mês», com conheci-
mento do general Costa Gomes. Kampala, no Uganda.
«A resolução do conflito torna-se extremamente importante, tendo em conta os problemas que advirão com a transferência de poderes, se os três movi-
mentos (MPLA, FNLA e UNITA) não encontrarem um compromisso para a actual crise», reportava o Diário de Lisboa.
As notícias do dia davam conta de «mais um incidente envolvendo a UNITA», que, segundo o Diário de Lisboa, «desta vez e na cidade da Jamba, apreendeu um Nord Altas da Força Aérea Portuguesa».
O avião deslocara-se àquela localidade, a pedido da Mineira do Lobito, para «evacuar pessoal civil a companhia». O incidente levou a que uma delegação militar portuguesa se deslocasse a Nova Lisboa para «conversações com os dirigentes do movimento» liderado por Jonas Savimbi.
Monumento em Odivelas que evoca os combatentes
 do concelho que morreram na guerra do ultramar.
Um deles é Joaquim Manuel Duarte Henriques,
que foi Cavaleiro do Norte de Zalala. Faleceu, de

doença e no Hospital Militar de Luanda, a 21
de Setembro de 1974. Há 44 anos. RIP!!!

Morte do soldado
Henriques de Zalala

O 21 de Setembro é dia de luto para os Cava-
leiros do Norte: faleceu, de doença, em Luanda e em 1974, o soldado Henriques, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala.
Joaquim Manuel Duarte Henriques foi soldado atirador de Cavalaria e era residente em Odive-
las - ao tempo pertencente ao concelho de Loures, nos arredores de Lisboa. O seu corpo para foi trasladado para o cemitério local.
Solteiro e filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte, adoe-
ceu em Zalala, repetidas vezes e, com cuidados que lá não podiam ser presta-
dos, foi evacuado para o Quitexe e depois para Luanda, onde faleceu no Hos-
pital Militar - a 21 de Setembro de 1974. Terá ainda passou pelo Hospital do Negage, como era usual nestas circunstâncias.
Hoje, 43 anos depois da sua morte, o recordamos com saudade. RIP!

Sem comentários:

Enviar um comentário