domingo, 12 de novembro de 2017

3 942 - Rotação de Cavaleiros do Norte e mais de 50 mortos em Luanda

O capitão José Paulo Falcão, que há 43 anos comandava interinamente o
 BCAV. 8423, o soldado clarim Armando Mendes da Silva (da 3ª. CCAV. 8423)
 e o comandante Carlos Almeida e Brito (então tenente-coronel)
Cavaleiros do Norte da CCS, todos condutores: Vicente,
 Gonçalves ( NN (de bigode). Gomes e NN. Em baixo,
Serra, NN e Miguel. Quem são os NN´s?



Os dias do Uíge, há 43 anos e na ZA do BCAV. 8423, passavam-se calmos, sob o comando interino do capitão José Paulo Falcão, a substituir o tenente-coronel Almeida e Brito, de férias em Lisboa.
A rotação do dispositivo militar estava em marcha e sabia-se que a CCAÇ. 4145/72, a de Vista Alegre, iria rodar para Luanda. Há aqui uma curiosidade: esta CCAÇ. viria a partir no dia 21 de
Capitão Raúl Corte-Real
Novembro e 2 dias antes (a 19) chegou a Vista Alegra a CCAÇ. 4145/74, que de lá saiu no dia seguinte (20). Seria a 1ª. CCAV. 8423 a aquartelar-se na vila - que fica a uns 60 quilómetros do Quitexe, na Estrada do Café, entre o Quitexe e Luanda.
A CCAÇ. 4145/72 era comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte Real e chegou a Vista Alegre no dia 1 de Abril de 1973 - mais de ano e meio antes. Na altura da chegada da 1ª. CCAV. 8423, a 25 de Novembro de 1974, estava envolvida numa grande operação - a «Turbilhão», no Quanza Norte -, e o capitão Raúl Corte Real comandava a única Zona de Intervenção (ZI) do Uíge.
Os «caçadores» da 4145/72 rodaram para Luanda e por lá se aquartelaram, no Campo Militar do Grafanil, até à sua partida para Portugal.
Notícia do Diário de Lisboa, de há 43 anos,
sobre os incidentes de Luanda

50 mortos e mais
de 100 feridos
em Luanda!

Calmos pelas bandas dos Cavaleiros do Norte, mas trágicos em Luanda, onde se registaram pelo menos 50 mortos.
«A anarquia continua a dominar esta capital, após dois dias de tiroteio, lançamento de granadas, esfaqueamentos e fogos postos que provocaram pelo menos 50 mortos e mais de 100 feridos», reportava o Diário de Lisboa, na sua edição de 12 de Novembro de 1974.
Um comunicado militar dava conta que «quase todos os mortos são negros» e o jornal «O Comércio», de Luanda, noticiava que «uma família de 7 pessoas estava a ser tratada na sala de observações» do Hospital de S. Paulo, «após ter sido espancada e anavalhada no seu lar, por assaltantes».
Alguns dos desordeiros, de acordo com o comunicado militar, «estavam a usar armas automáticas sofisticadas de origem soviética» e sublinhava que «a responsabilidade pelos incidentes não podem ser atribuídas a uma só parte da população».
«Registaram-se actos de insubordinação da parte das populações branca e negra e de alguns soldados», referia o comunicado militar, enquanto o coronel Ferreira Dinis, comandante das Forças Especiais de Segurança Militar, admitia que «os responsáveis pelos incêndios e pilhagens são criminosos e antigos presos políticos amnistiados pelas autoridades militares portuguesas após o 25 de Abril».
A FNLA, o MPLA e a UNITA «condenaram os incidentes» e rejeitaram «quaisquer responsabilidades neles».
Fernando Santos,
clarim de Zalala

Santos, o clarim, 65
anos em Ourém!

O soldado Santos, da 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Zalala, comemora hoje 65 anos.
Fernando Manuel Dias dos Santos foi clarim na mítica fazenda uíjana, a dos combatentes comandados pelo capitão miliciano Davide Castro Dias, e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975. A Resouro, lugar de freguesia de Urqueira, em (Vila Nova de) Ourém.  Para lá e para ele, o nosso abraço de parabéns!





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