O 1º. sargento José Luzia no bar do Quitexe, la- deado pelos furriéis milicianos Monteiro (à esquerda) e Viegas (à direita) |
O 1º. sargento Luzia faleceu a 2 de Abril de 2017, vítima de doença. Morava na Reboleira, Amadora, depois de uma carreira militar em que atingiu o posto de sargento-mor.
José Claudino Fernandes Luzia foi o respon-
sável pela secretaria da CCS do BCAV. 8423, missão que justificou louvor do comandante Almeida e Brito, porque «nas delicadas missões de responder administrativamente, serviço da maior responsabilidade, sempre se manifestou excepcionalmente competente e trabalhador», como se lê no livro «História da Unidade, reportando o louvor.
O 1º. sargento Luzia no Encontro de Águeda, a 12 de Setembro de 1995, 20 anos depois do regresso de Angola |
O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 174 e sublinha-lhe «a maior lealdade, aprumo e correcção para com os seus superiores, dando provas seguras de que o seu trabalho seria certo e oportuno, não esquecendo as suas restantes funções militares, onde se mostrou muito disci-
plinado e disciplinador, às vezes mesmo exi-
gente, confirmando a sua anterior vida militar» e também que «mais uma vez se creditou como precioso auxiliar do seu comandante de Companhia e, indi-
rectamente, do Comando do BCAV. 8423».
«Os seus serviços prestados na Região Militar de Angola merecem ser realça-
dos e destacados em público louvor», conclui o documento reeditado no livro «História da Unidade» - o BCAV. 8423.
O 1º. sargento José Luzia em duas imagens da sua vida como... civil e bem disposto! |
A vida de Luzia,
depois de Angola!
O 1º. sargento José Luzia, aos 83 anos, vivia na Reboleira, Amadora, reformado desde 1987.
Era pai de José Luzia (falecido em 2004, aos 40 anos), que foi andebolista internacional e atleta do Sporting, com um filho que joga no Benfica. Tem mais duas filhas: uma advogada e outra funcionária de um ATL, na Reboleira. Duas netas, ambas médicas dentistas.
«O meu último serviço profissional foi em 1987, em Lanceiros, na Polícia Militar de Lisboa, depois reformei-me», disse-nos há 4 anos, fazendo memória da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Antes de Lanceiros e da PM, então como sargento-chefe, jornadeou pela guarnição de Braga e dizia-se bem com a vida. «Não tive tudo o que quis, mas fiz muitas coisas que gostei de fazer», comentou na nossa conversa, acabada com um recado: «Ó Viegas, quando estiver com o Monteiro, dê-lhe um abraço!!! E ao Dias, ao Mendes...».
Há um ano, quando fez 83, achámo-lo internado no hospital, fazendo o seu inventário clínico mais recente: 3 operações à bexiga e um tumor no pulmão esquerdo. «A família vem aí, para festejarmos os anos», disse-nos do lado de ládo telefone, adivinhando-lhe nos um sorriso largo.
A 27 de Março deste ano (2017), uma segunda-feira, almoçou e enquanto espe-
rava por um cunhado, para ir tomar café, achou-se mal, foi à casa de banho e dela saiu aos gritos, queixando-se de dores fortes. A esposa, Maria do Carmo Mendes Buco Luzia, preparou-lhe uma bebida quente, mas «vomitou tudo».
Uma neta levou-o para o Hospital e lá ficou internado até à sua morte, no do-
mingo seguinte, dia 2 de Abril. «Esteve sempre lúcido e a conhecer as pessoas, até ao fim...», disse-nos a viúva.
Faleceu na madrugada desse dia e hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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