domingo, 31 de dezembro de 2017

3 991 - A noite quitexana de passagem de ano de 1974 para 1975...

Quitexe, na passagem de ano de 1974 para 1975, furriéis milicianos na en-
trada da messe e bar de sargentos: Ribeiro e Fernandes (de mãos dadas),
Viegas, Belo, Grenha Lopes (encoberto). Costa (morteiros) e Flora. À
frente, Rabiço (cigarro na mão), Graciano e Abrantes (de cachimbo)

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa:
alferes Machado (atrás) e furriéis Melo, Guedes e Letras
 - que amanhã, dia 1 de Janeiro de 2018, festeja 68 anos!
Em baixo, a avenida, final da S. Silvestre do Quitexe

O tempo voou!!! Há precisamente 43 anos, jornadeavam os Cavaleiros do Norte pelo Uíge angolano e aconteceu a passagem de ano de 1974 para 1975. Por mim, estava de serviço mas isso não me inibiu de a festejar...!!!
As formalidades de sargento de dia, com as habituais formaturas, rondas e ran-
cho melhorado ao almoço e jantar, pas-saram-se em ambiente divertido e feliz - ainda que saudoso e... nostálgico!...  - e serenamente, na paz dos anjos! Por mim, combinado com o Neto e supor-
tando ambos os custos, tínhamos
arranjado umas grades de cerveja no Grácio e, postas no frio da cozinha da messe de sargentos, foram para o PELREC. Fresquinhas, ao almoço e ao jantar. E, nessa noite, «exigimos» do capitão Oliveira (comandante da CCS) que cumprisse as NEP que sempre nos atirava à cara. Na prática, teve de nos arranjar bagaço e as minudências a que tinha direito o pessoal de reforço, nos postos de sentinela, durante a noite, e que distribuímos durante as rondas. Já o mesmo tinha acontecido na noite de Natal, então a «benesse» entendida como por ser nessa noite especial. 
A foto dessa noite mostra um grupo naturalmente bem disposto, aquartelando as suas saudades da terra, família e amigos, mas «naufragando-as» em bebidas bem bebidas pela noite adentro. Dessa noite e sem conseguir recordar o nome, lembro-me de encontrar, perto do Topete, um soldado já bem entrado e a cair das pernas. Coisa que imediatamente teria de ser «remediada», pois a tropa não podia andar a fazer aquelas (tristes) figuras na rua. Foi o António, soldado do PELREC e meu companheiro nessa noite de rondas, quem o carrregou às costas, para a caserna.
O 1975 nasceu comigo a conversar, na frente da messe de oficiais - quero crer que com o alferes Pedrosa, nesse dia/noite de oficial de dia. Era da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel. Logo a seguir, tínhamos de ir ligar o gerador. A noite foi calmíssima.

Corrida de S. Silvestre
ganha pelo Spínola !

A noite quitexana teve corrida de S. Silvestre, «animada» por uma assumida «falcatrua» do 1º. cabo Coelho, o Buraquinho, que, transportando-se na ambulância de apoio, dela desceu à entrada da vila e cortou a meta em primeiro ligar. Mas foi brincadeira.
O vencedor, de verdade, foi o Jorge Grácio, por láimortalizado como Spínola (foto ao lado) - que galgou a distância entre o quartel da OPVDCA/PSPA (na saída para Carmona) e o Quitexe, sempre na Estrada do Café e cortando no bar do Rocha para a avenida, sempre com com iluminação assegurada por faróis de viaturas militares.
O Spínola viria a falecer a 2 de Julho de 1975, vítima de um acidente de viação na curva a seguir à Fazenda Pumbaloge, na estrada do Café, para Carmona. Era natural do Casal das Raposas, em Vieira de Leiria (Marinha Grande). RIP!!!

Anos dos «Rangers»
Letras e bis do Reino !


O furriel miliciano Letras festeja 65 anos a 1 de Janeiro de 2018. O Reino bisa o mesmo aniversário! Ambos de Operaçõess Especiais - os Rangers!
Armindo Henriques Reino  (na foto de baixo), da 3ª. CCAV.8423 (a de Santa Isabel), nasceu a 28 de Dezembro de 1951, mas apenas registado como tendo vindo ao mundo a 1 de Janeiro de 1952 - em Aldeia do Bispo, no Sabugal. Fez carreira profissional
na GNR, de que está aposentado, e de novo voltou ao Sabugal, para onde vai o nosso abraço de parabéns.
António Carlos Dias Letras (foto de cima), Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, nasceu na Barragem da Venda Nova, em Montalegre, no Alto Trás-os-Montes e a 1 de Janeiro de 1952, quando os pais, alentejanos de nascença e paixão, por lá mourejavam a vida - ele, como trabalhador na construção da barragem. Aposentado da área empresarial do mobiliário metá-
lico e dedicado à pesca desportiva, o Letras reside na cidade de Palmela, para onde vão os nossos parabéns!


sábado, 30 de dezembro de 2017

3 990 - O furriel Machado, Cavaleiro do Norte da CCS, é Doutor de Portugal...

Manuel Afonso Machado, o Machadinho dos Cavaleiros do Norte, furriel 
miliciano mecânico de armamento da CCS do BCAV. 8423, é Doutor de 
Portugal desde 10 de Dezembro de 2014. Na imagem, quarto a contar da
 esquerda, com os membros do júri 
Manuel Machado, Doutor
 de Portugal, no dia 10 de
Dezembro de 2014
Furriel Manuel
Afonso Machado
em 1975

Há 3 anos, o furriel miliciano Manuel Macha-
do, que foi mecânico de armamento da CCS dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, doutorou-se em Ciências Empresariais pela Universidade Fernando Pessoa, do Porto.
Foi, nesse tempo, a nossa mais doce notícia de Natal, embrulhando-a num enorme abraço de parabéns, mais que merecidos e justos.
A tese de doutoramento e investigação foi «A avaliação da qualidade de serviço e da satisfação dos clientes da EDP Distribuição» - com a classificação máxima no grau pela Universidade Fernando Pessoa: aprovado por unanimidade do júri e com felicitações. As provas foram prestadas entre as 15 e as 18 horas de 10 de Dezembro de 2014.
O Machado foi um dos primeiros alunos a obter o grau de mestre pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), do qual é docente convidado, e o segundo antigo aluno a obter o grau de Doutor em Ciências Empresariais. É licenciado em Contabilidade, pós-graduado em Higiene e Segurança do Trabalho, especialista em Gestão de Empresas, Mestre em Gestão e Doutor em Ciências Empresariais. Ontem, como hoje, as nossas felicitações!
O furriel Viegas na sala dos GE´s e a escrever
memórias dos Cavaleiros do Norte do BCAV.
8423, no ano de 1974

Blog é documento 

de memórias

Há 7 anos, em Outubro de 2010, o furriel Ma-
chado escrevia neste blogue, que identificou como «documento de memórias».
Foi este o texto, que recordamos, do agora Doutor Manuel Afonso Machado:
«Hoje mesmo naveguei pelo blog e verifiquei que está aqui um excelente documento de memórias e no qual vou também colaborar. Reviver o passado de dignidade e humanidade destes homens que não fugiram porque não tinham medo. A nossa história Honra o nosso nome e da nossa descendência, do qual devemos orgulhar-nos. «FOMOS SOLDADOS» de corpo inteiro, cumprimos a nossa missão, sempre atentos a tudo e a todos. 
Estou lembrado de no final de 1974, ser chamado ao Comando de Batalhão, juntamente com os furriéis milicianos Viegas e Neto, para dar explicações sobre a nossa conduta "política". 
Respondemos, perfilados, às questões que nos foram colocadas e saímos do inquérito com o mesmo espírito com que entrámos. Fomos sempre militares disciplinados e disciplinadores, a quem não havia nada a apontar.
Desde o Quitexe a Carmona, estabelecemos sempre uma grande ponte de colaboração e diálogo com as populações civis, colaborando com todos, fraternalmente.
Também quero deixar aqui expressa a minha gratidão ao furriel Celestino Viegas, pela ideia de criar este espaço de partilha de lembranças, que está muito bem organizado e mantém viva a chama do lema com que estivemos nas terras de Angola: «Perguntai ao inimigo quem somos».
MANUEL A. MACHADO




sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

3 989 - Os irmãos Canhoto dos Cavaleiros do Norte

Militares do Pelotão-Auto da CCS do BCAV. 8423. Atrás, NN, Canhoto, Miguel,
 NN (mecânico), Gaiteiro e NN. A seguir, Picote (mãos nas ancas, a rir), Teixeira
(pintor), NN (atrás), Serra (mãos no cinto), NN (mecânico?), 1º. sargento Aires
(de óculos), lferes miliciano Cruz (de branco), Frangãos (Cuba), furriel miliciano
Morais (de óculos), Joaquim Celestino (condutor), NN (condutor), NN (condutor)
eVicente.  Em baixo, Domingos Teixeira (estofador), Marques (Carpinteiro),
Madaleno (atirador) e Pereira (mecânico)


Cavaleiros do Norte do Parque-Auto: NN (con-
dutor), 1º. cabo Malheiro (com Ricardo, filho 

do alferes Cruz, ao colo), 1º. cabo Monteiro 
(Gasolinas), furriel Machado e Canhoto
s
A 29 de Dezembro de 1974, há 43 anos e a um domingo, realizou-se no campo do Quitexe mais uma renhida partida de futebol, neste caso entre uma equipa da CCS e outra de civis da vila (e arredores). 
Não faço a menor ideia de qual foi o resultado (ganharam os militares...) mas é seguro que nesse já longínquo dia fui «internacional» com umas botas emprestados pelo José Canhoto Pereira, irmão do Alípio Canhoto Pereira.
O Alípio era condutor da CCS e companheiro quitexano da nossa jornada africana do Uíge. O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, rodada para o Quitexe a 10 de Dezembro imediatamente anterior.
O melhor que recordo desse jogo (em que alinhei a defesa central, o lugar da minha formação futebolística) foi de o José, atra-
vés do Alípio, me ter emprestado as botas e de ter como adversário directo um possante civil, com rótulo de craque e fama de marcador de golos, que me deu baba pela barba mas que  exemplarmente «sequei», não sem levar e dar umas valentes pantufadas. Estes jogos, diria,  eram pouco «amigáveis». 
A história foi-me lembrada pelo Alípio Canhoto Pereira, que vive em Colçeal da Torre (em Belmonte), de onde é natural, e lá trabalhou numas bombas de gasolina. Agora já aposentado, depois de, há uns pares de anos, ter sido notícia televisiva - devido a um assalto em que foi vítima.

«Pedi-as ao meu irmão, para você jogar...», recordou-me ele. 
Alípio Canhoto Pereira

Os irmãos Canhoto
dos Cavaleiros do Norte

Os irmãos Canhoto Pereira são nativos de Colmeal da Tor-

re, em Belmonte  - o José e o Alípio (o mais novo).
Não era muito vulgar, pelo contrário, dois irmãos serem contemporâneos do mesmo batalhão da guerra colonial, mas era este o caso destes dois Cavaleiros do Norte.
O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Nascido em 1949, estava emigrado para Fran-
ça e, numa das visitas de férias, foi «apanhado» para o serviço mili-
tar. Cumprida a jornada africana, a 11 de  Setembro de 1975, voltou a França e por lá fez vida. Teve duas filhas e separou-se, casando-se de novo - em Cha-
ves. Faleceu «há uns 6 anos», vítima de doença cancerosa, disse-nos o Alípio.
O Alípio foi condutor-auto da CCS e também regressou a Colmeal da Torre, em Belmonte - a 8 de Setembro de 1975. Por lá fez vida e trabalhou numa estação de abastecimento de combustíveis -  agora já aposentado, pai de duas raparigas e avô de dois netos.
Ambos, como se vê, Cavaleiros do Norte da BCAV. 8423, embora de Compa-
nhias diferentes - juntas, todavia, a partir de 10 de Dezembro, no Quitexe.









quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

3 988 - Tempos calmos e futebol na área dos Cavaleiros do Norte

Zalala, equipa da 1ª. CCAV. 8423. a de Zalala. De pé, Fião (motorista), 1º. ca-
bo Carlos Ferreira, Alegre (motorista, o Montalegre, o Mamarracho, já fale-
cido), furriel Barreto e Rocha (motorista). Em baixo: Almeida (o Espinho,
motorista), Orlando Oliveira (o Almeida, motorista), César Rocha (1º. cabo 
padeiro), Famalicão (Agra), Lago (Tó, de transmissões) e furriel Nascimento.

Futebol no Quitexe: Lopes (furriel enfermeiro), 1º.s cabos 
Gomes e Grácio, Mosteias (furriel), Alves (morteiros)  e  
NN. Em baixo: Monteiro (furriel), Covilhã (cmorteiros), Tei-
xeira (1º. cabo), Miguel (furriel paraquedista) e Jorge Botelho


A 28 de Dezembro de 1974, um sábado, soube-se pelas bandas do Quitexe, que a facção Chipenda «decidira expulsar o dr. Agostinho Neto do MPLA».
A afirmação foi de Luís de Azevedo, encarregado das Relações Exteriores da tendência e no decorrer de uma confe-
rência de imprensa em Paris, durante a qual também denunciou os acordos de cooperação assinados no Luso pelos presidentes do MPLA (Agostinho Neto) e da UNITA (Jonas Savimbi) e censurou a
Campo de futebol do Quitexe, anos 70 do século XX, pal-
co de grandes partidas entre Cavaleiros do Norte
posição do Alto Comissário Rosa Cou-
tinho para a conclusão do acordo.
Recordemos que Daniel Chipenda tinha, tempos antes, sido expulso do MPLA, precisamente por Agostinho Neto.

Tempos calmos
no BCAV. 8423

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por estes tempos finais de 1974, continuavam a sua jornada africana do Uíge angolano em tempos de acalmia - embora continuando as sempre delicadas missões de patrulhamentos e escoltas, nomeadamente ao longo da Estrada do Café - ora para o lado de Carmona, ora para Aldeia Viçosa.
A preparação da corrida de S. Silvestre era um dos assuntos da agenda do gabinete de acção psicológica do Batalhão, então ao cuidado do alferes miliciano José Leonel Pintode Aragão Hermida, de Transmissões. Assim como a realização de jogos de futebol, entre pelotões e subunidades.
Realizavam-se no campo da vila e sempre muito disputados, por vezes até com excesso de entusiasmo mas sempre suscitando grandes rivlidades.


Barros de Zalala, 65
anos em Coimbra !

O 1º. cabo Barros, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, comemora 65 anos a 29 de Dezembro de 2017.
Rui António Ferreira Barros foi Cavaleiro do Norte do 2º. Grupo de Combate de Zalala, comandado pelo alferes milicia-
no Carlos Sampaio. O seu nome não consta da relação do pessoal da 1ª. CCAV. 8423 que a 9 de Setembro de 1975 desembarcou no aeroporto de Lis-
boa, vindo de Angola. Nem nas de qualquer  uma das restantes três Compa-
nhias do BCAV. 8423. Desconhecemos as razões. Tanto quanto julgamos sa-
ber, residirá na área de Coimbra. Onde quer que esteja, para ele vão os nossos parabéns!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

3 987 - O adeus do padre capelão alferes José Ferreira de Almeida

Grupo de furriéis milicianos do BCAV. 8423, à porta da Casa dos Furriéis no
Quitexe: Cândido Pires (sapador), António Cruz (rádio-montador), José
Pires (TRMS), Armindo Reino (Rangers, que amanhã faz 65 anos), Grenha
Lopes (atirador), Norberto Lopes (mecânico) e Agostinho Belo (vago-
mestre). À frente, António Lopes (enfermeiro)
A vila do Quitexe vista da torre sineira da Igreja de Santa
 Mãe de Deus. À esquerda, o quartel do BCAV. 8423 

O mês de Dezembro de 1974 foi tempo, em 1974, do adeus do alferes capelão José Ferreira de Almeida, que serviu o CCAV. 8423 e então terminou a sua jornada africana de Angola, aos serviço das Forças Armadas Portuguesas.
A memória desse tempo não nos faz grande memória do alferes capelão, para além de recordar o seu recato e de ser alto relativamente jovem. Talvez na casa 
O padre Albino Capela no baptizado de Elisabete,
filha de Alfredo Rei. O grupo está na frente da Igre-

ja de Santa Maria de Deus do Quitexe
dos 30 anos. E de muitas vezes o
observarmos em conversas com os jo-
vens Cavaleiros do Norte, principalmente com os praças.
As suas estadias no Quitexe seriam al-
ternadas com as três companhias opera-
cionais - as de Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel - e nós mesmos muitas ve-
zes não estávamos no aquartelamento, saídos em operações, patrulhas ou escoltas, durante o pouco mais de meio ano (de Junho a Dezembro de 1974) em que fomos contemporâneos no Uíge angolano, integrados no BCAV. 8423.
O alferes capelão José Ferreira de Almeida, isto é certo, foi conforto psicoló-
gico e moral para muitos Cavaleiros do Norte, que na fé procuravam respos-
tas para as suas dúvidas e desassossegos. Muitas vezes o vimos na avenida do Quitexe, e na parada do quartel, a conversar com os rapazes da CCS.
Regressado a Portugal, continuou a actividade religiosa, neste caso ao serviço da Diocese de Viseu. Foi através desta e do Bispo D. Ilídio, por diligências do dr. Albino Capela (o padre António Albino Vieira Martins Capela, que pertencia à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e, na altura, titular da Missão do Quitexe) que há 2 anos soubemos do seu falecimento «há mais de 20 anos».
«Muito novo», comentou Albino Capela. 
Os furriéis Fernan-
des e Reino (2017)

Furriel Reino
nasceu 2 vezes!

O furriel Reino, da 3ª. CCAV. 8423, faz 65 anos amanhã - dia 28 de Dezembro de 2017. Nasceu nesta data do já distante anode 1952, mas só foi registado a 1 de Janeiro de 1953. Dir-se-ia que «nasceu» duas vezes.
Armindo Henriques Reino foi furriel miliciano de Operações Especiais (Rangers) dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel. Cumprida a sua jornada africana de Angola, regressou às suas origens - em Aldeia do Bispo, no Sabugal.
Fez carreira profissional na GNR, de que está aposentado, e de novo voltou ao Sabugal, para onde vai o nosso abraço de parabéns. Pelo dia 28 de Dezembro de 2017, pelo dia 1 de Janeiro de 2018 - quando, em ambos, festejará 65 anos!

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

3 986 - Mensagem de Natal do Comando de Sector do Uíge (CSU) em 1974

O 1º. cabo Carlos Alberto Serra Mendes, bate-chapas da CCS dos BCAV. 8423,
na parada do BC12, em Carmona. Faz hoje 65 anos, em Abrantes
O coronel Carlos Carreiras foi comandante
do CSU na cidade de Carmona

A 26 de Dezembro de 1974, pelas bandas da terra uíjana do Quitexe angolano, o comandante Almeida e Brito deslocou-se uma vez mais a Carmona, para reunião no Comando de Sector do Uíge (CSU)  e Zona Militar Norte (ZMN).
Retribuía, pessoalmente, a mensagem de Natal do Comandante do CSU, publicada na ordem de serviço e lida em formaturas de parada, nomeadamente referindo que «não é ainda para nós que, neste Natal de 1974, terminará a velada de armas  iniciada há 14 anos em Angola».
«Fiquemo-nos com a certeza de estar a cumprir uma alta missão, ajudando a construir, em paz, um novo país de expressão portuguesa», sublinhava a men-
sagem, que recordo do livro «História da Unidade».
O comandante do CSU era o coronel-tirocinado Carlos Maria Bastos Carreiras (falecido a 11/02/2012) e a mensagem frisava (...) «a consolação de encon-
trar no seio do Exército uma segunda família, a mesma camaradagem diária de combatente para combatentes, comungando os mesmos princípios, vivendo os mesmos bons e maus momentos».
1º. cabo Serra Mendes

Serra Mendes, 65
anos em Abrantes!

O 1º. cabo bate-chapas Mendes, da CCS do BCV. 8423, comemora 65 anos a 26 de Dezembro de 2017.
Carlos Alberto Serra Mendes, de seu nome completo, integrou a equipa do Parque-Auto comandado pelo alferes António Al-
bano Cruz e é natural e então residente no Pátio Joaquim Pedro, da freguesia de S. João Baptista, em Abrantes. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão militar em Angola. Vive agora no Bairro Ca-
troga Gaio, também em Abrantes, para onde vai um abraço de parabéns!
Almeida e Brito

Almeida e Brito
na Polícia Militar

O tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito foi comandante do BCAV. 8423 e regressou a Portugal  a 8 de Setembro de 1975. A 26 de Dezembro do mesmo ano - hoje se fazem 43 anos! - foi colocado como comandante da Polícia Militar (PM) em Lisboa.
A nomeação foi conhecida em decreto lei dessa data e o 2º. comandante de Almeida e Brito, curiosamente (ou talvez não...) foi outro oficial do BCAV. 8423: o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que era o 2º. comandante (na formação do BCAV. 8423, em Santa Margarida) mas não chegou a partir para Angola, por ter sido «desviado» para a Guiné, por ordem do MFA.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

3 985 - O Natal de 1974 em Vista Alegre e Aldeia Viçosa...

O Natal de Almeida Viçosa, no almoço de 25 de Dezembro: De frente e meio tapado, o alferes Carvalho de Sousa, depois o capitão José Manuel Cruz (comandante da 2ª. CCAV. 8423), comandante Almeida e Brito, alferes João Machado e Jorge Capela e furriel Melo. De costas, o 1º. sargento Norte

O Natal de 1974 em Vista Alegre e na 1ª. CCAV. 8423.
O bolo-rei chegou de Luanda e, imagine-se, à... boleia!
Levado pelos furriéis Américo Rodrigues e P. Queirós

O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Vista Alegre (com um «salto» a Ponte do Dange) e Aldeia Vi-
çosa, onde almoçou e jantou, respecti-
vamente, festejando o dia Natal de 1974 com os Cavaleiros do Norte da 1ª. e da 2ª. CCAV. 8423.
A noite da véspera, a da consoada, fes-
tejara-se no Quitexe e cheia do calor africano e embrulhada em recordações 
Natal de 1974 na 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, mas
aqui já em Vista Alegre. Há 43 anos!
dos frios e fogueiras da velha Europa, com duas Companhias dos Cavaleiros do Norte: a CCS e a 3ª. CCAV. 8423.
O almoço de Natal dos «zalalas» incluiu uma deslocação ao Destacamento da Ponte do Dange, onde estava um grupo de combate da 1ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano Davide Castro Dias. 
O almoço de Vista Alegre teve a particularidade de, à última da hora, se ter dado pela falta do bolo-rei. Havia o bacalhau e bom vinho, havia tudo... - quando o furriel Rodrigues (o homem da logística) deu por falta do... bolo-rei. E só havia bolo-rei na Intendência Militar, em Luanda.
Lá se tinha de ir, mas o capitão Castro Dias não autorizou que fossem em viatura militar e, recorda o Rodrigues, «fomos à boleia» - ele e o Queirós.  Arranjaram os bolos-reis e o regresso foi feito em cima da carga de um camião que ia para Carmona.
«Chegámos mesmo à queima-roupa, o bacalhau, as batatas e as hortaliças já estavam prontas e o pessoal preparado para a consoada, mas aguardaram a nossa chegada com  bolo-rei», recorda o furriel Américo Rodrigues.

Furriéis de Aldeia Viçosa: Matos, Guedes e
Melo (de pé), Letras, Gomes e Cruz

Jantar de Natal
em Aldeia Viçosa


O Natal da guarnição dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa foi «consoado» no jantar na cantina, com o comandante Carlos Almeida e Brito - que regressou ao Quitexe no mesmo dia.
A partilha da consoada dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 foi íntima e participadíssima, em sentida e emotiva comunhão de afectos, entre oficiais, sargentos e praças! Cada qual a vivendo à sua maneira, na festa natalícia «matando» saudades próprias!
O então alferes miliciano João Machado - quem nos arranjou a foto de abertura deste post -, lembra-se que «a refeição foi servida no refeitório dos praças, com toda a companhia». Quanto à ementa é que, disse este oficial miliciano de Operações Especiais (Ran-gers), «não me recordo o que constava no menu, mas com naquela idade... tudo «marchava». Pudera!


Tobias e António, 65
anos em dia de Natal!

O dia 25 de Dezembro, do Natal de 1974, foi de aniversário de dois Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazen-
da Santa Isabel: Tobias e António festejaram 22 anos. Hoje, completam 65!
António Joaquim da Silva António foi soldado atirador de Cavalaria e residia, ao tempo, em Alfragide, no concelho de Oeiras, aonde regressou a 11 de Setembro de 1975 - no final da sua comissão de serviço em Angola. Mora no Pragal, em Almada.
Diamantino Rodrigues Tobias também foi soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423 e regressou à sua casa de Pernelhos, na freguesia de Parceiros, em Leiria. Ainda lá reside e por lá faz vida familiar e profissional.
Parabéns para ambos!


domingo, 24 de dezembro de 2017

3 984 - A consoada de Natal do Quitexe de 1974!

Natal de 1974, consoada no Quitexe: furriel Reino, comandante Almeida e Brito,
 clarim Armando e capitão Falcão. De costas, o capitão Oliveira, comandante da CCS.
Um Natal com ementa confecionada pelas Amazonas da CCS do BCAV. 8423
Amazonas do Quitexe, mães natais da consoada de 1974:
Margarida Cruz, Graciete Hermida, a esposa e filha do
capitão Oliveira e esposa do tenente Mora. Ao colo, está
Ricardo, filho do alferes Cruz

A consoada de Natal de 1974, no Quitexe, teve participação activa das esposas e família dos oficiais da CCS, com a sua arte de cozinha, que surpreendeu toda a gente. E de que maneira!!!
As compridas mesas do refeitório enche-ram-se de regalos gastronómicos, sacian-
do o apetite devorador dos jovens Cava-
leiros do Norte da CCS (a do Quitexe) e da 3ª. CCAV. 8423 (a de Santa Isabel), então na força da sua juventude e ali
Natal do Quitexe, em 1974. Na fila de trás e à direita, o Gaiteiro
 (o primeiro, de bigode), Serra, de NN (boina no ombro) e do Au-
rélio (Barbeiro). A olhar, de frente e de bigode, aqui em baixo,
o Monteiro (Gasolinas) e a seguir o Cabrita, o Calçada e o
Coelho (sapador)? O sétimo é o Florêncio. E os outros,
quem ajuda a identificar?
emocionados e cúmplices de momentos muito especiais.
A ementa foi carinhosamente tratada pelas Amazonas do Norte e doces e aletrias, rabanadas, mexidos e sopas, frutos secos, queijos, arroz-doce, leite creme e outros acepipes, tantos outros acepites..., não faltaram na farta mesa do refeitório do Quitexe - onde comungaram, em partilha solidária, cúmplice e amiga, oficias, sargentos e praças das duas companhias, sem distinção..., todos irmãos da noite tão especial como aquela. Noite que nunca tínhamos vivido foram das nossas lareiras e do conforto e intimidade das nossas famílias.
As bebidas foram para todos os gostos, sem abusos, muito embora os bravos e emocionados, diríamos que nostágicos Cavaleiros do Norte não se tenham feito rogados a... mais um gole. E, vamos lá, até um ou outro tenham abusado. Nada de mal ou execessivamente a mais. Ou talvez não!
Noite de Natal no Quitexe, em 1974. Do canto esquerdo para a direita,
 os furriéis milicianos Rocha (de bigode), Fonseca (a fumar), Viegas,
Belo (de óculos), Ribeiro e...? Da direita, Monteiro, Cândido Pires (de
 bigode retorcido),  Machado (de cigarro) e Costa (dos Morteiros, a rir).
Entre ele e o Machado, está o Lajes, o barman do bar dos sargentos


Noite de emoções
e lágrimas de saudade

Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Albano Cruz recordam-se bem dessa saudosa e sentida noite de Natal de há 43 anos e lembram que «era tanta a quantidade e a variedade» de comidas e de... bebidas, que «alguns até entraram de gatas nas suas casernas e quartos». 
«Acho que isto tudo, esta vivência muito particular, afinal, até nos ajudou a criar a nossa personalidade, a nossa maneira de ser e estar e a ter forças nos momentos difíceis que por lá atravessámos, tanto jeito ou falta nos faziam», comentou o alferes Cruz, que teve a mulher, a dra. margarida, como um das cozinheitras.

José Alberto Almeida, o alferes miliciano de reabastecimentos, recorda ter encontrado o alferes Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers), recolhido no canto do bar de oficiais, em momento de choradas saudades da família, enquanto no refeitório o «povo» do BCAV. 8423 continuava a festejar a data e fartava a fome das ementas de época, bem regadas a cerveja e também vinho - que vinho houve, sem faltas..., nessa nossa consoada de há 43 anos!!! Vinho e mimos, muitos mimos..., que nos encheram o corpo e o espírito! E parece que foi ontem à noite!!!

Os furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto apresenta-
ram-se no RC4 na véspera do Natal de 1974

Três «Ranger´s»
da CCS no RC4!

Um ano antes, precisamente, a uma se-gunda-feira de véspera de Natal de 1973, apre
sentaram-se em Santa Margarida e no RC4, os três futuros furriéis milicia-
nos de Operações Especiais (Rangers) da CCS do BCAV. 8423.
A Ordem de Serviço nº. 301, do RC4, de 
Ordem de Serviço do RC4, de 26 de Dezembro de 1973,
 com a apresentação, no RC4, dos futuros furriéis
 Neto, Monteiro e Viegas, do BCAV. 8423
26 de Dezembro de 1974, dá conta que a 24 de Dezembro (desse ano), às 11 horas se apresentaram, «vindos do CIOE, por terem sido nomeados para servir no ultramar, com destino às companhias que se indicam, do BCAV. 8423/73/RC4/RMA». E lá estão os nomes: Neto, Monteiro e Viegas, «pagos até 22 de Dezembro e abonados de alimentação até 23 de Dezembro, portadores da relação modelo 9 de fardamento e aumentados ao Regimento e ao BCAV. 8423». Nem mais!
O oficial de dia ainda «brincou» connosco - teríamos de «entrar de serviço às 14 horas», o que significava lá passarmos a noite de Natal. O Neto, porém, logo sentenciou o nosso destino próximo: «Vamos embora, castigo maior que o de ir para Angola, já não nos pode acontecer».
Saímos do RC4, no SIMCA 1100 dele, chegámos a Águeda e o Monteiro telefonou para Fornos, em Marco de Canaveses, para um irmão o ir buscar ao Porto. Em Águeda, ainda chegou a tempo de apanhar a carreira para a capital do norte e foi passar a noite de Natal a casa.

* Noite de Natal de
1974, ver AQUI