Jornal A Província de Angola de 11 de Janeiro de 1975, com notícias da Cimeira do Alvor na 1ª. página |
A 11 de Janeiro de 1975, há 43 anos, o Quitexe e os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e de todo o Uíge receberam notícias do Alvor algarvio português - onde, na véspera, se iniciara a Cimeira entre Portugal e os três movimentos de libertação de Angola.
A personalidade mais em evidência nas
A revista «Notícia» e a capa da Cimeira de Mombaça |
Capa da revista «Notícia», de Luanda, e a Cimeira do Alvor |
do o jornal «A Província de Angola», o major Melo Antunes, «cuja forte personalidade pare-
ce dominar, realmente, o lado português, isto sem quebra de prestígio para Mário Soares e Almeida Santos».
Os pontos cruciais das negociações eram a constituição do Governo Provisório, o funcio-
namento do Conselho de Ministros e o dia
A 1ª. página do Diário de Lisboa de 11 de Janeiro de 1975 |
Assim se evitariam, acreditava-se, os atritos entre os movimentos de libertação, responsabilizando-se co-
lectivamente todos e cada um. O outro ponto básico que demoraria mais tempo a resolver era, sem sombra de dúvida, o da constituição e Comando das Forças Armadas da nova Angola.
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, já disse que con-
cordava com um Comando Unificado, mas salvaguar-
dava a segurança dos seus companheiros de luta.
A opinião dos outros dirigentes é, igualmente significativa: Exército unificado no comando, mas salvaguarda dos seus militantes, da sua individualidade de guerrilheiros e de membros dos movimentos.
Os furriéis Rocha, Fonseca (que há 43 anos veio de férias e... não voltou) e Viegas. O Monteiro está de costas |
Três furriéis de
férias em Portugal
A Cimeira do Alvor decorria no algarvio Hotel Penina e os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, na Angola uíjana, continuavam nas suas expec-
tantes calmas - observando as negociações, no que era possível.
Os furriéis milicianos Francisco Bento, José Augusto Monteiro e o José Carlos Fonseca (nas fotos ao lado) vieram de férias a Portugal e
Furriel Monteiro |
Furriel Bento |
riamente para Carmona, para levar e trazer correio para e do Portugal Europeu.
Quantos sonhos transportaram aquelas malas, que se enchiam de aerogramas (os bate-estradas), com apaixonados recados de amor, ou íntimos conselhos de familiares, ou o «diz-que-diz-que» dos amigos. Assim era, naquele tempo. O tempo que hoje é uma enormíssima saudade!
- Cimeira do Alvor no Jornal
de Angola. Ver AQUI
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