segunda-feira, 21 de maio de 2018

4 132 - Alferes Ramos em Carmona, poeta e combatente dos Cavaleiros do Norte!

O alferes miliciano Fernando António
Morgado Ramos foi Cavaleiro do Norte
da 2ª. CCAV. do BCAV. 8423, na
cidade de Carmona (Uíge)
O alferes Ramos nas
Forças Militares Mistas


O mês de Maio de 1975, em dia indeterminado, foi tempo de chegada a Carmona do alferes miliciano Fernando Ramos, pa-
ra a 2ª. CCAV. 8423 e por ra-
zões disciplinares. «Um castigo tão guerreiro, como castren-
se», considerou ele próprio, recordando o facto.
Atirador de Infantaria, Fernan-
do António Morgado Ramos por lá fez o inventário do espólio militar da guarnição e, na primeira oportuni-
dade, disse adeus ao Uíge. «Como estava lá de cas-
tigo e pouco familiarizado com o pessoal, aprovei-
tei a primeira oportunidade para voltar de férias
Poesia do alferes
Fernando Ramos
em Luanda, onde tinha família», contou o agora advogado Fernando Ramos, em Vila Nova de Foz Coa.
A formação académica passou pelo seminário e só depois do serviço militar se licenciou em Direito. Deixou Angola a 22 de Outubro de 1975 e concluiu a vida castrense como oficial de justiça, em Sete Rios (Lisboa), função que já tinha exercido em Luanda - onde também integrou as Forças Militares Mistas. 
O seu tempo do BCAV. 8423 foi também tempo de poetar, como se viu (imagem ao lado) no jornal do 1º. aniversário em Angola.

Os trágicos dias de Junho
na cidade de Carmona


O alferes Fernando Ramos viajou para Carmona de machibombo (autocarro, na gíria angolana), com guia de marcha de Luanda.
Os incidentes de Carmona
Antes, já passara por Luvo, Mamarrosa e Damba.
Em Carmona, tinha afins familiares mas por lá esteve
pouco tempo: «Talvez em Julho, voltei a Luanda e já não voltei a Carmona». Daqui, recorda os graves in-
cidentes da primeira semana de Junho de 1975.
«Acordei na messe de oficiais, no dia 1, com a guerra fratricida dos beligerantes locais e depois, como ofi-
cial de dia, passar o dia todo no refeitório, onde, quando acabava o pequeno almoço da última vaga dos refugiados, já estava na hora de passar ao almo-
ço dos tropas e assim sucessivamente», lembra-se o alferes miliciano Fernando Ramos.
Advogado em Vila Nova de Foz Coa e comarcas circunvizinhas, tem estado liga-
do à causa pública regional, nomeadamente, entre outras actividades, como dirigente Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários desta terra das gravuras rupestres. 

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