Parada do BC12, em Carmona, durante os combates dos primeiros dias de Junho de 1975: chegada de refugiados civis em viaturas militares do BCAV. 8423, os Cavaleiros do Norte do Uíge angolano! |
As Amazonas do Norte da 3ª. CCAV. 8423, participa- ram na festa da Mealhada, a 2 de Junho de 2018, ladeadas pelo Friezas e o Armando (ao acordeon) |
Aos sete dias de Junho de 1975, um sá-
bado e pelas bandas do Uíge angolano, faziam-se «contas» dos dramáticos acon-
tecimentos dos últimos dias - desde o dia 1, domingo anterior.
Os mortos era muitos, incontáveis..., no-
meadamente entre combatentes e mili-
tantes do MPLA, vítimas da fúria assas-
sina dos homens da FNLA. E vice-versa, não houve bons rapazes na luta fratricida que enlutou as gentes da terra uíjana. De feridos, nem vale a pena contar: os mais graves recolheram ao hospital da cida-
de, onde os Cavaleiros do Norte do
Furriel José Querido e alferes Pedrosa |
Furriel José Fernando Carvalho e esposa |
Outro problema se punha: o dos reabaste-
cimentos. «Os problemas estão a aumentar, devido à falta de abastecimentos», noticiava o Diário de Lisboa, precisando que «a situa-
ção se agudizou, uma vez que estão corta-
das as ligações rodoviárias para a Luanda».
O BC 12, acumulado de refugiados, também estava sem reabastecimentos e, de Luanda e em aviões da Força Aérea, che-
garam vários carregamentos diários de farinha, óleos, peixes e carnes e outros bens essenciais, de primeira necessidade.
O aeroporto também continuavam guardado pelos militares do BCAV. 8423 - que iam no sétimo dia consecutivo de serviço em permanência. Assim como o Banco de Angola, as estações de rádio e captação de água, edifícios públicos, a rede eléctrica, o hospital e os pontos sanitários. E todos os civis que, sen-
tindo-se ameaçados e assaltados nas suas casas e lojas, ou outro qualquer local, pediam socorro aos Cavaleiros do Norte.
«As forças do MPLA foram expulsas, recolhendo aos quartéis portugueses», reportava o Diário de Lisboa, jornal vespertino já extinto, referindo-se a esse dia da cidade de Carmona - a actual Uíge. Há 43 anos!
Os capitães José Manuel Cruz e o alferes João Machado, da 2ª. CCAV, ladeando o capitão José Manuel Fernandes, da 3ª. CCAV. |
Cavaleiros da 2ª. CCAV.
chegaram a Aldeia Viçosa!
Um ano antes, precisamente, a 7 de Junho de 1974, foi o dia da chegada da 2ª. CCAV. 8423 a Aldeia Viçosa.
Os Cavaleiros do Norte do capitão miliciano José Manuel Cruz tinham voado de Lisboa (a 3) e chegado a Luanda a 4 de Junho de 1974.
Aquartelaram-se no Campo Militar do Grafanil, entre Luanda e Viana, e dali saíram na madrugada de há 44 anos, em Berliets e camiões civis, para o seu destino em terras uíjanas: Aldeia Viçosa, a 200 quilómetros e na Estrada do Café.
Ali estiveram até 11 de Março de 1975, quando concluíram a sua rotação para o BC12, em Carmona - juntando-se à CCS (ida do Quitexe) e a um seu grupo de combate, que ali se tinham aquartelado no dia 2 anterior.
Quartel de Zalala |
Almeida de Zalala, 66
anos em Sesimbra !
O soldado Almeida, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, está hoje em festa: comemora 66 anos.
José António Gomes de Almeida foi especia-
lista de transmissões, com o furriel miliciano João Dias, e regressou a Portu-
gal no dia 9 de Setembro, no final da sua jornada africana de Angola, fixando-se na Travessa do Bairro Antunes (nº. 4), em Sesimbra - onde então morava.
Ainda lá vive, tanto quanto sabemos, mas mais nada sabemos dele. Para lá, ou onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!
Jacinto Diogo, 1º. cabo da ZMN |
Jacinto da ZMN, 66
anos na Quarteira!
O 1º. cabo Jacinto foi escriturário da Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona, e contemporâneo dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, entre 2 de Março e 4 de Agosto de 1975. Festeja 66 anos a 7 de Junho de 2018!
Jacinto Sebastião Gomes Diogo, de seu nome completo, trabalhou na secretaria da ZMN (comandada pelo brigadeiro Leão Correia) e é natural de Odeleite, no concelho de Castro Marim. Lá voltou no final da sua comissão militar em Angola - para a qual foi em regime de rendição individual.
Profissional e gestor de restauração, é proprietário do afamado restaurante e marisqueira O Jacinto, na algarvia cidade da Quarteira, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
Sem comentários:
Enviar um comentário