Cavaleiros do Norte do PELREC: soldado Alberto Ferreira, 1º. cabo João Pinto e soldados Francisco Madaleno e João Marcos, todos da CCS |
O dia 19 de Outubro de 1974 foi um sábado e tempo para cautelas maiores dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 quando aos actos de pilhagem de combatentes da FNLA a utentes dos itinerários principais do Uíge e, em particular, da Estrada do Café - que liga(va) Luanda a Carmona.
Já aqui falámos disso, mas não é excessivo recordar o quanto de delicado foi este tempo, que era, por um lado, de aproximação entre forças combatentes até aí inimigas e que passaram a ser soldados da mesma paz e do mesmo processo de independência de Angola.
O ataque de 14 de Outubro, entre as Fazendas Alegria II e Ana Maria, no dia 14 imediatamente anterior, ainda estava muito fresco na memória e emoções dos Cavaleiros do Norte, pelo que, acrescentando a isso, nada melhor que ponderadas reacções ao que no dia a dia acontecia pelas bandas do Uíge.
O Marcos com o estandarte da CCS em 2017 o RC4 |
O (não) castigo ao
soldado Marcos !
Foi por estes dias que o bravo soldado João Marcos, do PELREC da CCS, no Quitexe, foi surpreendido com um castigo que, na prática não cumpriu: 20 dias de prisão disciplinar agravada.
João Manuel Lopes Marcos foi atirador de Cavalaria e, mais ou menos há 44 anos e pelas bandas do Quitexe, conta ele que ia com o Florêncio, o 1º. cabo Silvestre e outros Cavaleiros do Norte, do Bar Topete para o quartel, quando o Florêncio «mandou umas bocas» mal entendidas pelo alferes Pedro Rosa.
«Mandou-o para o c..., porque ele nos perguntou de onde vínhamos naquela hora», reporta o Marcos, indicando mais ou menos as 10 da noite. A «boca» foi atribuída ao Marcos, ele jura que não, que foi o Augusto Florêncio, mas a verdade, registada em Ordem de Serviço, é que ele foi quem foi castigado, de nada valendo o Florêncio assumir a paternidade da «boca».
O Marcos «viu» o castigo agravado para 30 dias de prisão disciplinar agrava-
da, decisão do Comando do Sector do Uíge, mas ainda hoje garante, a quem o ouve, que não foi ele a mandar o alferes Pedro Rosa para o tal sítio. E que não cumpriu o castigo, nunca esteve detido.
Vive bem, e feliz, por terras do Pego, em Abrantes!
Rodolfo Tomás, 1º. cabo da CCS (2017) |
Rodolfo Tomás, 1º. cabo,
66 anos em Lousada!
O 1º. cabo Rodolfo Tomás, rádio-montador da CCS, está hoje em festa, por comemorar 66 anos, na sua terra de Lousada.
O Tomaz foi louvado pelo comando do BCAV. 8423, que o rotulou de «militar muito disciplinado, correcto e inexcedível no zelo e eficiência», lembrando nós que era homem de muitos ofícios, entre a arte de arranjar rádios, ou assistir aos projectores de cinema, ou car-
rear para o Quitexe o correio (das saudades) que nos chegava de Portugal.
O louvor do tenente-coronel Almeida e Brito acrescenta que foi «militar exce-pcionalmente educado e bom camarada». O 1º. cabo Tomás, de resto, «gran-
jeou a estima dos seus superiores e camaradas», razão que levou a que fosse «digno de ser enaltecido, em público louvor», e lembramos-nos bem da dis-
crição e trato delicado, a excelência da sua camaradagem.
Rádio-montador de especialização militar, foi também servidor da secção de reabastecimentos, fez serviços de escala, empunhou a G3 quando necessário e também colaborou no cinema e estações de rádio civis, no Quitexe e em Carmona. O louvor do comandante do BAV. 8423, finalmente, tece elogios à sua competência e ao facto de «não se poupar a esforços, nem horários, para solucionar avarias de material».
O Tomaz regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e à sua residência da Rua dos Arcos, na Cedofeita, cidade do Porto. Mora há muitos anos em Lou-
sada e corajosamente enfrenta um momento menos bom de saúde.
Grande abraço, companheiro Tomaz! Parabéns!!!
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