O capitão miliciano José Paulo Fernandes comandou a força da 3ª. CCAV. 8423 que, há 44 anos, foi em socorro da Fazenda Além Lucunga e Quipedro |
O capitão Victor Correia com o furriel Oliveira e 2 militares da CCAÇ. 209/RI 21 |
fantaria nº. 21 (RI 21), de Nova Lisboa, abandonou definiti-
vamente a Fazenda do Liberato a 8 de Novembro de 1974, há 44 anos, «fican-
do assim sem guar-
nição militar».
A «rotação do dis-
positivo militar»
Monumento aos Mortos do Liberato |
vada à custa de verdadeiros sacrifícios, dadas as carências de meios-auto que permitissem a sua materialização», como refere o livro «His-
tória da Unidade», precisando que «envolviam não uma simples mutação mas, sim, a extinção de aquartelamentos».
O programa previa também, recordemos, a saí-da da CCAÇ. 4145 de Vista Alegre e Ponte do Dange, onde seria substituída pela 1ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte, a do capitão miliciano Davide Castro Dias - o que se concluiu no dia 25 de Novembro de há 44 anos e assim «ficando abandonada a Fazenda Zalala», também ela, a partir dessa data e de-
finitivamente «sem guarnição militar» portuguesa - o que não acontecia já desde os trágicos e heróicos acontecimentos de 1961, 13 anos antes.
Estava em marcha, e de vez!..., assim se expectava, o processo de descolo-
nização de Angola!
A Fazenda Além Lucunga (a roxo e branco) e Quipedro, de onde há 44 anos saíram dois grupos de combate da 3ª. CCAV. 8423 |
Alferes C. Silva |
Cavaleiros de Santa Isabel deixam
Quipedro e Além Lucunga!
As alterações operacionais na ZA, nesse mesmo dia 8 de Novembro de 1974, tiveram também a ver com a 3ª. CCAV. 8423, a dos Cava-
leiros do Norte de Santa Isabel, que desde 23 de Setembro estavam a reforçar o BC12 e, na prática operacional, aquartelados nas Fazen-
Monumento de Quipedro (net) |
O capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes, comandante dos Cavaleiros do Norte «santaisabelianos», liderou pessoalmente a força de reforço, formada por 2 grupos de combate. Um dos grupos, era comandado pelo alferes miliciano Carlos Silva.
Os militares portugueses lá ocasionalmente estacio-
nados, todos de uma companhia de intervenção, tinham sido emboscados, numa acção com «muitos mortos», pelo rebentamento de uma mina.
«Eu fui na viatura da frente e o que encontrámos foi um terreno descampado, num fazenda abandonada à pressa, algo inóspita e despovoada, sem ninguém mas com valas e trincheiras aber-
tas, que felizmente nunca precisámos de usar. A Companhia que pedira ajuda recuou para o Songo e esperámos por ataques que felizmente não aconte-
cerem», recorda o capitão José Paulo Fernandes, sobre esta jornada inter-uíjana que terminou a 8 de Novembro de 1974, com o regresso a Santa Isabel.
Independência
de Angola !
A independência de Angola foi declarada pelo MPLA, pela FNLA e pela UNITA (cada qual em seu sítio) a 11 de Novem-
bro de 1975 - há precisamente 43 anos!.
A UNITA de Jonas Malheiro Savimbi proclamou-a em Nova Lisboa (agora, cidade do Huambo), a FNLA de Holden Roberto em Ambriz e o MPLA de Agostinho Neto em Luanda, a capital do país que então oficialmente nascia. Apenas esta foi reconhecida pelas organizações internacionais e, a partir daí, desencadeou-se uma trágica guerra civil de muitos anos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a UNITA não se conformaram nem com a derrota mili-
tar e muito menos com a sua exclusão do sistema político angolano.
A guerra civil angolana durou até 2002, entre vários «intervalos», e terminou com a morte, em combate, de Jonas Savimbi, o líder histórico da UNITA.
Hoje se passam 43 anos da data da independência! Viva Angola!
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