4 319 - O Natal de 1974 em terras africanas do Uíge angolano!

Cavaleiros do Norte da CCS em momento confraternizador. Da esquerda para a direita e atrás, Francisco,
Madaleno e Alberto (com cerveja na mão), 1º. cabo Almeida e trio de Sapadores. Na fila seguinte, Botelho (?,
 de bigode), Aurélio (Barbeiro), Florêncio (de bigode), Messejana, 1ºs. cabos Soares e Vicente (ambos de bi-
gode), Leal (de boina no ombro), NN (a olhar para a sua direita), Marcos, 1ºs. cabos  Silvestre e Cordeiro
(ambos de bigode), Armando e alferes Garcia. Almeida, Messejana, Soares, Vicente, Leal, Armando e
Garcia já faleceram e aqui os recordamos com saudade. RIP!!!

Mensagem de Natal do soldado condutor Alípio Canhoto
Pereira, da CCS do BCAV. 8423. Este tipo de saudação
era muito usual entre os combatentes da guerra colonial.
Só se trocava a fotografia e... aí vinha ela!

Os dias de Dezembro de 1974 iam cor-
rendo e a proximidade do Natal intuía nos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 sentimentos de maior saudade e emo-
ção, distantes que estavam dos seus chãos natais, do conforto das suas casas e do afecto das suas famílias.
A bem mais de 8000 quilómetros das neves e frios europeus, das filhós, das rabanadas, dos bons assados e do bom bacalhau a que estavam habituados, os 

Notícia do Diário de Lisboa
de 6 de Dezembro de 1974,
sobre a situação em Angola

jovens combatentes expectavam sobre como seria o Natal angolano. Seria surpreendidos, pelo melhor, pelas Ama-
zonas do Norte que confeccionaram a ceia de consoada.

MPLA em Luanda com optimismo 
e denuncias de divisionismos !

A 6 de Dezembro de 1974, em Luanda e em conferência de imprensa, o MPLA denunciou «a existência de um Movimento Democrático para a Divisão de An-
gola», como referiu Lúcio Lara, chefe da Delegação do movimento.
Sublinhou «o optimismo com que o MPLA encara esta fase da descolonização, até à formação do Governo de Transição», precisando que «este estado de es-
pírito se deve ao facto de a calma estar a regressar ao país» e destacando tam-
bém «o aparecimento de elementos divisionistas pretensamente do MPLA».
O dirigente do MPLA acrescentou que foi apresentado um indivíduo chamado Ikuma Imueme, que pretendia «trabalhar na mobilização das pessoas da Lun-
da». Porém, ainda segundo disse, «os Serviços de Segurança do MPLA des-
cobriram que o indivíduo tem ligações ao Movimento Democrático Para a Divisão de Angola».

D. Maria do Calvário, mãe do alferes Garcia,
aos 88 anos e com a sobrinha Noémia. Hoje dia
 6 de Dezembro de 2018, festeja 92, em Pombal
de Ansiães, Carrazeda de Ansiães!

Alf. António
M. Garcia

Maria do Calvário, mãe de Garcia,
92 anos em Pombal de Ansiães!


O alferes miliciano Garcia estaria hoje em festa, pelos 92 anos de sua mãe, D. Maria do Calvário. Tragicamente, o «nosso» oficial Ca-
valeiro do Norte faleceu a 2 de Novembro de 1979, vítima de acidente de viação, ao serviço da Polícia Judiciária (PJ).
Conheci os pais do alferes Garcia em 1979 e re-
visitei-os em 82/83, já tinham perdido o filho António Manuel. Não chorámos a sua morte, mas, religiosamente, o pai João e a mãe Maria do Calvário mostraram-me o  quarto e as suas coisas - algumas delas trazidas da nossa jornada angolana. Impressionou-me a serenidade de ambos.
O pai João faleceu em 2003 e, sem disso saber, procurei-os em 2011, quando tive o gosto de abraçar Maria do Calvário no lar do Centro Social de Pombal de Ansiães, onde fizemos memória de seu filho António, o nosso alferes Garcia.
«Isto não seria assim, se ele cá estivesse!...», segredou-me então, sem dizer qual assim não seria e de mim lembrada das visitas anteriores, parecendo-de sem amargura mas com olhar doce e, afectuosamente, passando-me a mão no rosto, rasgando sorriso leve e sentido.. «Você era amigo do meu filho!...».
Hoje, dia 6 de Dezembro de 2018, festeja 92 anos no mesmo lar e já com al-
gumas memórias escoadas no tempo. Parabéns, senhora dona Maria do Calvário, mãe amada do (nosso alferes) Garcia!!!

Emídio Pinto

Pinto de A. Viçosa, 66
anos na Covilhã !

O soldado Pinto, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 66 anos a 7 de Dezembro de 2018.
Emídio dos Santos Pinto, de seu nome completo, foi atirador de Ca-
valaria de especialidade militar e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, há 43 anos e quando terminou a sua comissão em Angola. Fixou-se no lugar de Trigais, freguesia de Erada, concelho da Covilhã.
A vida e a família fizeram com que «migrasse» para o lado, para a freguesia do Barco, do mesmo município do interior português, em plena serra da Estrela, onde mora na avenida S. Sebastião. É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns pelo dia da bonita idade que festeja!