sexta-feira, 26 de abril de 2019

4 453 - O dia 2 da revolução de 25 de Abril de 1974 para o BCAV. 8423!

Cavaleiros do Norte em Santa Margarida, em 1974, futuros
 furriéis milicianos: Mota Viana, Eusébio Manuel Martins
 (falecido a 16 de Abril de 2014, de doença e em Belmonte)
e Plácido Jorge Queirós
Cravo vermelho, o
símbolo do 25 de Abril

Os mobilizados do BCAV. 8423 foram esclarecidos sobre os objectivos do Movimento das Forças Armadas (MFA) em palestras «orientadas especificamente para ofi-
ciais, sargentos e praças» na tarde de 25 e manhã de 26 de Abril de 1974.
Ao fim desta, tiveram «passaporte» para fim de semana, desde que cada um indi-
casse um número de telefone para con-
tacto imediato. Aos dias de hoje, uma exigência destas parece disparatada, mas não era ao tempo, quando não havia telemóveis e poucos futuros Cava-
leiros do Norte também dispunham de telefone fixo. Indicavam-se os telefones públicos, ou de algum vizinho.
Um a um e pelos mais diversos meios de transporte - comboio, autocarro, via-
tura própria, à boleia... -, cada qual viajou para as suas casas, em mais um fim de semana que mais aproximava o dia da partida para Angola. Sabendo que, mesmo nesse fim de semana, poderiam ser chamados ao Destacamento do RC4, onde se preparavam para a  jornada angolana do Uíge africano.
Os furriéis milicianos
Matos, Viegas e Neto

Cavaleiros «engolidos»
em festa de Coimbra

Os futuros furriéis milicianos Matos (da 2ª. CCAV. 8423), Viegas e Neto, no SIMCA 1100 deste e com outros milita-
res de Águeda, de outras unidades aquarteladas em Santa Margarida, deste saíram depois de almoço e passando em Coimbra, foram claramente «engolidos» por milhares de pessoas que ali festejavam a revolução da véspera, entre a ponte e a estação Coimbra B. O SIMCA 1100 do Neto, por momentos, andou no ar, levantado a peso pela força do entusiasmo dos manifestantes! 
Chegado a casa e procurando a mãe, que labutava nas suas tarefas agrícolas, foi o Viegas interrogado por ela: «Então, rapaz..., o que é que houve lá por Lisboa?», a que respondeu, explicando-lhe o que disso sabia.
E respondeu também à mãe de um conterrâneo, o António Melo, furriel mili-
ciano sapador do mesmo ano de incorporação, ao tempo em jornada africana da Guiné, que lhe disse «estás com sorte, já não vais lá para fora».
«Vou na mesmo, vou para Angola, claro que vamos!»E fomos! E voltámos!
Os capitães milicianos José Paulo
Fernandes e José Manuel Cruz com
o comandante Bundula, da FNLA

O adeus a Adeia Viçosa
da 2ª. CCAV. 8423 !

A 2ª. CCAV. 8433 abandonou Aldeia Viçosa, definiti-
vamente, a 26 de Março de 1975. Ali chegara a 10 de Junho de 1974, rodando do Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda - onde chegara no dia 6 anterior, voando de Lisboa.
«Fez-se a a desactivação de Aldeia Viçosa, podendo afirmar-se que só a parir dessa data se completou a remodelação do dispositivo, que se julga ser a última até ao terminar da co-
missão», relata o livro «História da Unidade». A subunidade comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz aquartelou-se em Carmona e no BC12.
O dia de há 44 anos foi também tempo para uma visita do comandante Almeida e Brito à 3ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernan-
des e que estava aquartelada no Quitexe, onde chegou a 10 de Dezembro de 1974, rodando da Fazenda Santa Isabel. 
Cavaleiros do Norte do Parque-Auto da CCS:
José A. Gomes, furriel Norberto Morais, Joa-
quim Celestino Gomes da Silva (que hoje feste-
ja 67 anos, em Leça do Balio) e Delfim Serra

Celestino, condutor da CCS,
67 anos em Leça do Balio !

O condutor Celestino Silva, da CCS do BCAV. 8423, festeja 677 anos a 26 de Abril de 2019.
Joaquim Celestino Gomes da Silva é natural do Freixoeiro, da freguesia de Perafita, município de Matosinhos, e foi louvado porque «além de ter desempenhado os serviços da especialidade com a maior eficiência, ainda se creditou como precioso auxiliar do pessoal encarregado da escrituração da secretaria do parque-auto».
O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 181, do BCAV. 8423, e também destaca o facto de ter sido «militar muito disciplinado e correcto (...) merece-
dor da estima de com quem com ele privou».
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e é participante consecu-
tivo dos encontros anuais da CCS. Mora agora em Leça do Balio, no mesmo município, e para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário