quinta-feira, 9 de maio de 2019

4 416 - Cavaleiros no IAO e militares mortos em combate em Angola


Grupo de furriéis milicianos do BCAV. 8423 na entrada da Messe de Sargentos do Quitexe. Atrás, António
Flora, Luís Costa, Francisco Bento, Agostinho Belo (de óculos), Viegas e António Fernandes. À frente,
Joaquim Abrantes (de cachimbo), Graciano Silva e Ângelo Rabiço 

Os furriéis milicianos Norberto Morais e António Lopes,
 frente à Messe de Sargentos do Quitexe, em 1974

A 9 de Maio de 1974, estavam os Cava-
leiros do Norte do BCAV. 8423 em vés-
pera de concluir a Instrução Altamente Operacional (IAO), que desde o dia 3 decorria na Mata do Soares.
Era uma quinta-feira e a leitura da im-
prensa do dia dava conta de mais mortes no ultramar, nomeadamente em Angola, para onde iríamos partir dentro de três semana. E para que se preparavam.
E mortos em combate: os soldados José Francisco Barros Marques, natural de S. Pedro do Sul, e Manuel Jorge da Silva Heleno, de Vagos e deixando viúva Maria de Fátima de Jesus da Silva. Além deles, também Venâncio Dinis Albano, do recrutamento local e de Malange, casado com Marta Ferraz.
O comunicado do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas Portu-
guesas dava conta, também, da norte em combate, em Moçambique, de um furriel miliciano da Força Aérea, José Carlos Araújo da Silva, de Figueira de Castelo Rodrigo, e do 1º. cabo GEP Alberto Salimo, do recrutamento local e natural da Ilha de Moçambique. Na Guiné, o furriel miliciano Arnaldo do Nas-cimento Carneiro Carvalho, de Vila Flor, e do soldado Manuel Martins Lopes, de Abrantes.
O Enclave de Cabinda

Movimentos contra a
independência de Cabinda

Um ano depois e com o BCAV. 8423 por terras do Uíge, discutia-se a possibilidade de o Enclave de Cabinda se tornar independente, plano apoiado por Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire.
«Para que continue angolano ou se torne indepen-
dente, em ambos os casos é preciso organizar um referendo e pedir a opinião dos próprios cabindenses, visto não se poder impor ao território qualquer uma das soluções», disse o presidente Mobutu, falando em Kinshasa.
Os três movimentos de libertação de Angola - o MPLA, a FNLA e a UNITA - eram contra a independência do enclave - que, de resto, nunca deixou de ser angolano e é hoje a província mais a norte de Angola, limitada pela República do Congo, a norte; pela República Democrática do Congo, antigo Zaire, a leste e sul; e pelo Oceano Atlântico, a oeste.
A capital é a cidade de Cabinda, conhecida nos dialectos locais como Tchowa ou Tchiowa, e o enclave/província tem  7 283 kms2 e 718 076 habitantes.

A. Rabiço
A. Lopes
Promoções de Lopes e Rabiço
a furriéis milicianos !

A promoção dos furriéis milicianos António Lopes e Ân-
gelo Rabiço, ambos enfermeiros dos Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423, foi publicada na Ordem de Serviço 109, do RC4 e a 9 de Maio de 1974. Hoje se fazem 45 anos.
António Maria Verdelho da Silva Lopes é natural de Vendas Novas e lá regressou no final da sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano, servindo na CCS. Fez carreira profissional como funcionário público, na Au-toridade Tributária (Finanças), e, já aposentado, mora na sua cidade Natal.
Ângelo Tuna Rabiço é de Mascozelo, freguesia de Campeã, em Vila Real, e in-
tegrou a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e exerceu o profesorado primário, de que está aposentado. Mora em Guimarães.

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