sexta-feira, 9 de agosto de 2019

4 776 - A coluna dos Cavaleiros do Norte, o capitão dos «páras» e os «helis»

A histórica coluna dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, de Carmona para Luanda
 e de 4 a 6 de  Agosto de 1975, numa das suas várias paragens

O Victor Faustino, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, jornadeia por terras da Austrália e é «consultor» diário desta página que faz memória e evo-
ca histórias da últi-
ma guarnição mili-
tar portuguesa nas terras uíjanas do Quitexe, sede dos 
Cavaleiros do Norte de Santa Isabel: o mecânico Victor
 Faustino, no meio do capim, e o alferes miliciano Carlos Silva
V. Faustino
Cavaleiros do Norte, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Luísa Maria, Ponte do Dange, Songo e Carmona. 
É de lá..., do muito distante continente-ilha, que nos vem dar versão da épica coluna de 4 a 6 de Agosto de 1975, de Carmona (actual Uíge) até ao Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda:
«Lembro-me bem desse dia. Quando ro-
dámos para Luanda naquela célebre coluna de muitos quilómetros, com civis e a Companhia de Comandos na frente, ia 2ª. CCAV. 8423 a seguir, protegendo a coluna do meio para trás. Logo depois, íamos nós, a 3ª. CCAV., com a Compa-
nhia de Pára-quedistas.
Tudo foi muito complicado, principalmente no Negage, onde a FNLA fez «con-
trole» na estrada e perante o avanço do MPLA.
A viatura conduzida pelo Eurípedes Pavanito estava para ser retida, mas impu-
semos a sua passagem, outra coisa não poderia ser, e assim passámos, tal qual muitos e muitos camiões de civis, que levavam os seus haveres.
Foram momentos de grande ansiedade, mas também de coragem e com a ajuda dos «páras», e depois pernoitamos entre Samba Caju e Vila Flor. No dia seguinte, fomos até Salazar, hoje N´Dalatando, onde pernoitámos. Já no dia 6 de Agosto, rumámos a Luanda, onde já metade da coluna tinha chegado. Fomos os últimos e foi completamente esgotados, que nos instalámos no Grafanil».

Helicanhões a proteger coluna, 
o capitão dos «páras» e o MPLA!

O Victor Manuel Faustino foi mecânico auto-rodas de Santa Isabel e é citado pelo furriel António Carlos Letras,. da 2ª. CCAV. 8423, como «homem de grande memória» no seu comentário da página de facebook, lembrando-lhe «os helicanhões que passaram por cima da coluna».
«Sim, os helicanhões sobrevoaram a coluna e passaram algumas vezes pela retaguarda, onde a situação era mais sensível», recorda o «australiano» Ca-
valeiro do Norte de Santa Isabel, precisando que «a ofensiva do MPLA estava ombro-a-ombro connosco». Foi quando, diz Victor Faustino, «o capitão pára-quedista despiu o dólman e subiu ao morro onde o MPLA tinha morteiros para dar cobertura ás suas tropas».
«Subiu com dois ou três homens, enfrentaram a situação e, assim que dali saímos, rebentou o tiroteio. Lembro-me como se fosse hoje», testemunhou Victor Faustino, que nos diz «contar isto, porque estava presente».
Os furriéis milicianos Luís Costa, dos Morteiros,
 e Joaquim Farinhas, sapador da CCS, que hoje
faria 67 anos. Faleceu a 14/07/2005! RIP!!!

Farinhas, furriel da CCS, faria
67 anos. Faleceu em 2005 !

O furriel miliciano Farinhas, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festejaria 67 anos a 11 de Agosto de 2019. Faleceu em 2005!
Joaquim Augusto Loio Farinhas foi sapador de especialidade e, por razões disciplinares, dei-
xou o BCAV. 8423 em Março de 2019, quando a CCS já se encontrava em Carmona. Concluiu a sua missão angolana em outra unidade e desconhecemos a data do seu regresso a Portugal. Sabemos, isso sim, que esteve emigrado nos Estados Unidos e que, depois já em Portugal, foi cola-
borador dos Serviços Florestais de Amarante - terra da sua naturalidade.
A morte surpreendeu-o 14 de Julho de 2005, vítima de doença cancerosa, e hoje o recordamos com saudade. RIP!!!  

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