segunda-feira, 12 de agosto de 2019

4 779 - Mortes e feridos em Luanda, combates em toda a Angola!

Cavaleiros do Norte na entrada da messe e bar de sargentos do Quitexe, todos furriéis milicianos. Atrás,
 Flora, Costa (morteiros), Bento, Grenha Lopes (encoberto), Belo, Viegas, Fernandes e Ribeiro. À frente,
Abrantes (de cachimbo), Graciano e Rabiço - que amanhã festeja 69 anos em Vila Real
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e
todos milicianos: furriéis Mota Viana e Eusébio Mar-
tins, alferes João Sampaio e furriel Plácido Queirós

A situação em Luanda, a 12 de Agosto de 1975, era anunciada como calma e «os últimos efectivos da FNLA que estavam em S. Pedro da Barra foram já retirados»
Um comunicado do Alto Comissário dava conta que «os elementos da FNLA presentes em Luanda solicitaram a cola-
boração das Forças Armadas Portugue-
sas para evacuação do pessoal do ELNA que ainda se mantinha na cidade».
A evacuação dos 450 homens acantonados no forte aconteceu na véspera, dia 11 e por via marítima. A fortaleza foi imediatamente ocupada por forças portu-
guesas. Evacuados foram também os «elna´s» do Bairro do Saneamento e preparava-se a saída dos que, aquartelados no Grafanil, iriam integrar as Forças de Integração. 
A UNITA também abandonava Luanda, a cidade capital angolana que, assim e em termos de movimentos de libertação, era «domínio» do MPLA.
O Diário de Lisboa reportava que «apesar da calma ter regressado a Luanda, a capital de Angola conta por milhares, ou dezenas de milhares os candidatos para transferência para outras zonas».
O Diário de Lisboa de 12 de Agosto de 1975
noticiava a situação mais calma de Luanda

29 mortos e 213 feridos 
em semana de violência               
                   
O Diário de Notícias da mesma data também noticiava a situação de calma em Luanda, mas dava conta de «29 mortos e 213 feridos após uma semana de violência»
Isto quando, e citamos agora o Diário de Lisboa do mesmo dia, «quase todas as restantes zo-
nas do país estão sob o fogo das armas», numa altura em que «os três movi-
mentos de libertação travam combates sobre combates, procurando alargar a sua zona de influência». Era a guerra civil angolana!
«Começam a faltar o café, a gasolina e o tabaco, mas a vida continua a decor-
rer normalmente, ao passo que no sul a água se torna rara, a carne difícil de encontrar e o pão inexistente», acrescentava o jornal vespertino de Lisboa.
Os Cavaleiros do Norte, há pouco mais de uma semana em Luanda, bem lem-
brados estavam dos aviões militares que, nos dramáticos dias de Carmona, depois da primeira semana de Junho de 1975, garantiram o abastecimento da região. Agora, no Uíge já não estava tropa portuguesa.
Curiosamente, ou talvez não, a imprensa não falava do Uíge, o feudo da FNLA. A terra angolana por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Ângelo Rabiço

Rabiço, furriel de Santa Isabel,
69 anos em Guimarães !

O furriel miliciano Rabiço, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, festeja 69 anos a 13 de Agosto de 2019.
Ângelo Tuna Rabiço, já ao tempo professor do ensino primário, era enfermeiro de formação militar e essa especialidade exerceu em terras angolanas. Regressou a Portugal no dia 11 de Setem-
bro de 1975, no final da sua jornada africana do Uíge - também passada pela vila do Quitexe e pela cidade de Carmona.
Aposentado, reside na cidade de Guimarães, para onde, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns pela bonita idade que comemora.

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