terça-feira, 8 de outubro de 2019

4 836 - O Uíge do Cavaleiros do Norte «fora» dos circuitos noticiosos

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, todos furriéis milicianos: António Flora, Luís Costa (Morteiros),
Agostinho Belo, Francisco Bento  Joaquim Abrantes, em momento de relaxe, no bar e messe de sargentos do Quitexe




Os dias de Outubro de 1974, pela área do Quitexe, foram de algumas escaramuças entre adeptos dos movimentos de libertação, aqui e ali, mas normalmente controladas pelos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. 
Um ano depois e muitas águas passadas sob as pontes, muitas reviravoltas no processo de independência de Angola, acordos que nunca chegaram a ser cumpridos e combates que fizeram muito sangue, muitas mortes e muitos lutos, os Cavaleiros do Norte já tinham passado um mês desde o regresso a Portugal e procuravam notícias de Angola. E da «nossa» Carmona, que, porém, andava fora dos circuitos noticiosos. 
Há 41 anos, o DL dava notícia de
mais 5 mortos em combate
Eram raras mas chegaram! 
A 9 de Outubro de 1975, o Diário de Lisboa noticiava «violentos combates entre forças do MPLA e da FNLA (...) a 70 kms. de Carmona e a uma centena de Luanda, na zona do Úcua»
Eram dois pontos importantes na Estrada do Café, a rota de asfalto que, de Luanda, chegava a Carmona e, já na área de acção do BCAV. 8433, passava pela Ponte do Dange e Vista Alegre (onde, depois de Zalala, estava 1ª. CCAV.), Aldeia Viçosa (a 2ª. CCAV.) e Quitexe (a CCS), 40 quilómetros antes de Carmona - as terras dos Cavaleiros do Norte (mais as fazendas Zalala da 1ª. CCAV. e Santa Isabel, da 3ª. CCAV., e os destacamentos de Luísa Maria e Liberato).
Notícias de Angola de há 41 anos
No primeiro caso (a 70 quilómetros de Carmona), era a ofensiva do MPLA, contra «o importante centro cafeeiro» de Angola», que era, simultâneamente, «um dos principais redutos da FNLA» - e que, segundo o Diário de Lisboa, «com êxito». De resto,  «Aldeia Viçosa e Samba Cajú já estavam em poder do MPLA» e eram considerados «dois pontos rodoviários estratégicos». No segundo, era «a pressão militar que os homens de Holden Roberto vem mantendo desde há algumas semanas nas vias de acesso a Luanda» e que levavam a que controlassem a vila de Úcua.
Em ambos os casos, sublinhava o DL de há 41 anos, envolvendo «violentos combates que decorreram no últimos dias». Assim ia o processo de independência de Angola, a 33 dias do histórico 11 de Novembro de 1975. Com cada movimento «a tentar assegurar o controlo de novas posições». Da UNITA é que não se falava, por esta altura.












Fidelidade militar
ao MFA de Angola

Agora, deixem-me ir um bocadinho atrás na vida e na história: há 44 anos, em Luanda e no Palácio do Governo, 500 oficiais reuniram-se reafirmaram a sua «intransigente fidelidade ao movimento das Forças Armadas», não hesitando em protagonizarem «a efectivação do processo de descolonização de Angola, na sequência do compromisso internacional assumido por Portugal, ao reconhecer o direito à auto-determinação e independência dos povos colonizados».
Assumiam-se contra o que consideravam «as trágicas aventuras reaccionários ocorridas em Moçambique» e que queriam evitar em Angola.





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