quarta-feira, 6 de novembro de 2019

4 865 - Vésperas da independência, com situação «extremamente grave»!

A avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo, vendo-se o que resta do edifício do Comando do BCAV. 8423 (à
direita), a antiga parada dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, aqui com o imbondeiro e pavilhões
escolares (brancos), e, ao fundo e à esquerda, a Igreja de Santa Maria de Deus
O antigo quartel da 2ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423.
na uíjana terra de Aldeia Viçosa e a 25/09/2019

A 6 de Novembro de 1975, há 44 anos e a escassos dias da independência de Angola, confirmava-se a disposição do MPLA para declarar unilateralmente a independência e recusar qualquer conciliação com a FNLA e a UNITA. 
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 já desde (8 a 11) de Setembro que estavam em Portugal, mas não deixavam de procurar saber o que se passava por Angola, onde, pela leitura do «Diário de Lisboa», se sabia que a situação militar era «extremamente grave» no sul, com combates no Lobito e Benguela.
As duas cidades, por onde o blogue Cavaleiros do Norte passou há semanas, neste 2019 que passa e começa a chegar ao fim. O DL noticiava que aconteciam «violentos nos arredores e dentro da própria cidade, que chegou ontem a ser ocupada pelos agressores» - a cidade de Benguela. Por agressores, entenda-se, na linguagem do MPLA de Agostinho, «os mercenários do ELP e as forças sul-africanas». 
No Lobito, lá por bem perto, noticiava o DL que o MPLA «continua a dominar» e mantendo «as linhas estabelecidas para impedir o avanço sobre a cidade» das chamadas «forças invasoras» - as da FNLA e da UNITA, com apoio de tropa da África do Sul. Do norte e do (nosso) Uíge, é que nada se sabia.
O dia, em Portugal, foi o do célebre debate televisivo entre Mário Soares (secretário-geral do PS) e Álvaro Cunhal (idem, do PCP), com moderação de Joaquim Letria e José Carlos Megre, com uma audiência recorde.
O do famoso «olhe que não, olhe que não...? de Cunhal para Soares.
Notícia do Diário de Lisboa de 6 de Novembro de 1975

Comandos do Sub-Sector
reunidos no Quitexe !

Um ano antes, a 6 de Novembro de 1974, o Quitexe foi palco de uma reunião dos comandos do Sub-Sector do Quitexe - de que não tenho memória, nem achei rasto. 
O mês, com as emoções próprias dos encontros com combatentes da FNLA, ora dos que se apresentavam, ora dos que nos apareciam em sanzalas e caminhos do chão uíjano, seguia calmo. 
A tal «acalmia não encontrada há longos anos» de que fala(va) o Livro da Unidade, que aqui temos recordado do tempo de há 45 anos.
A CCS recebeu mais um cozinheiro, o soldado Carlos JF Gomes, de quem não lembro cara ou jeito. Recebi correio do furriel Neto, que viera de férias a Portugal, para assistir ao casamento do irmão: «Isto nem está bom, nem está mau..., tá uma m...», escreveu ele, que por cá aproveitava para noivar, com a sua Ni de todos os dias.
João Coreia M. Rito,
furriel de Zalala

Furriel João Rito
faria 67 anos!

O furriel miliciano João Correia Marques Rito, da 1ª. CCAV. 8423, faria 67 anos a 7 de Novembro de 201. Faleceu em 2008.
Cavaleiro do Norte de Zalala, rendeu o Mota Viana, que, por castigo, rodou para Sanza Pombo - ver AQUI.  Chegava da 1ª. CCAÇ. 4617, regressou a Portugal no da 9 de Setembro de 1975 e fixou-se no Salgueiral, freguesia da Freixianda, de (Vila Nova de) Ourém.
A 17 de Maio de 2008, o seu cadáver foi encontrado na estrada, provavelmente atropelado e em circunstâncias nunca suficientemente esclarecidas. Outra versão, aponta para a eventualidade de ter falecido noutro local e sido levado para aquele local. Em qualquer dos casos, uma morte trágica e que, sem testemunhos oculares, nunca será explicada.
Solteiro, trabalhava na área das resinas e  agora, quando se passam 11 ano da sua morte, aqui o recordamos com saudade! RIP!!!
O 1º. cabo Vicente e Eduardo Tomé,
da 2ª. CCAV. 8423, e os 1ºs. cabos
Victor Florindo e  Alfredo
Coelho (Buraquinho), da CCS


Vicente, 1º. cabo CAR de Aldeia 
Viçosa, 67 anos em Lisboa !

O 1º. cabo condutor auto-rodas Vicente, dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 67 anos a 7 de Novembro de 2019. 
Victor Manuel Nunes Vicente, de seu nome completo, vivia em Xabregas, freguesia da cidade de Lisboa, e lá regressou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do Uíge angolano. Mora agora na Rua Cesário Verde, também na capital portuguesa,  e para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário