O condutor Nogueira, CCAÇ. 209/RI 21 (do Liberato) e o furriel Viegas, da CCS do BCAV. 8423 (de pé) na avenida e com crianças do Quitexe |
Os combates entre as forças do MPLA (as FAPLA) e as da FNLA (o ELNA) e a UNITA (as FALA) continuavam há 44 anos, dias depois da proclamação da independência, e, a 15 de Novembro, soube-se das primeiras notícias do «nosso» Uíge.
«A ofensiva vitoriosa das FAPLA mantém-se e Úcua, ponto estratégico situado a meio do caminho entre Luanda e Carmona, foi libertado e toda a chamada «rota do café» está sob controlo do braço armado do povo angolano», reportava o Diário de Lisboa.
As FAPLA, ainda segundo o DL de 15 de Novembro de 1975, «progrediram, assim, até 340 quilómetros de Luanda ameaçando os principais redutos da FNLA e preparando um «anel» que isolará Ambriz e preparará a queda de Carmona».
A Frente de Nova Lisboa registava o reforço do cerco à cidade. «As FAPLA dominam Cela, onde destroçaram as forças da UNITA», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «esta manhã, em Luanda, foram apresentados, à imprensa nacional e estrangeira, mercenários e elementos do ELP».
A Estrada do Café, que liga(va) Luanda a Carmona, aqui na entrada de Vista Alegre, por onde jornadeou a 1ª. CCAV. 8423. imagem de 24 de Setembro de 2019 |
A Estrada do Café, o
troço para Camabatela!
Um ano antes, precisamente, os tranquilos dias quitexanos do Uíge eram a antítese das situações de conflito que se viviam e multiplicavam em Luanda, onde já tinham chegado MPLA, FNLA e UNITA. Cada qual com a(s) sua(s) força(s) e ambições.
A Estrada do Café no mesmo dia, com duas raparigas e um bebé às costas |
O Diário de Luanda de 15 de Novembro de 1974, há 45 anos, dava conta de um comunicado da FNLA, que apelava à «assumpção de posições actuantes e racionais, para podermos contribuir, sem ambiguidades, para uma total e definitiva separação das forças construtivas das descontrutivas» e sublinhava que «a neutralidade, neste momento, não serve a ninguém, nem à própria Angola». O documento era «um velado ataque à Junta Governativa e ao MPLA, explorando alegadas divisões neste movimento». De que era exemplo a Facção Chipenda.
O matutino «O Comércio», também de Luanda e da terça-feira anterior, «atacava» um eventual governo de coligação e sugeria que «somente sob a autoridade de um governo de partido único - a FNLA - se poderá resolver o probema angolano».
O MPLA, por sua vez, afirmava acreditar nas intenções de Rosa Coutinho, o Alto Comissário, e do Governo Português, prontificando-se «a colaborar na segurança dos musseques» - zonas onde se repetiam problemas e sucediam problemas e mortes.
A UNITA, de Jonas Savimbi, essa, e ainda citando o Diário de Lisboa, «tem-se remetido a um prudente silêncio, evitando ataques e críticas ao MPLA e à Junta Governativa».
Lúcio Lara, do MPLA, denunciava «provocações de pessoas que, em Luanda, vivem na zona no asfalto» - a população branca. E criticou «um ataque contra pessoas instaladas na tribuna do estádio do Futebol Clube de Luanda, durante um comício do MPLA». Pediu a dissolução de forças para-militares, dando o exemplo da OPVDCA.
- JAEA. Junta Autónoma de Estradas de Angola.
- OPVDCA. Organização Provincial de Voluntários da Defesa Civil de Angola.
Martins Oliveira |
Martins de Aldeia Viçosa
festeja 67 anos em Leiria!
O soldado atirador de Cavalaria Martins, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 67 anos a 16 de Novembro de 2019.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa (e depois de Carmona, a actual cidade do Uíge), Martins Pereira de Oliveira, é este o seu nome completo, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se em Aparícios, lugar da freguesia de Santa Eufêmia, do município de Leiria.
Ainda lá reside e para lá vai o nosso abraço de parabéns!
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