segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

5 290 - As vésperas da S. Silvestre! O diferendo MPLA/Facção Chipenda!

Avenida do Quitexe (ou Rua de Baixo), na saída para Camabatela. À esquerda, assinalado pela seta,
 está o espaço onde era a porta d´armas do BCAV. 8423. A esquina era do edifício do Comando e
 onde ficava o gabinete do comandante Almeida e Brito. Foto de 24 de Setembro de 2019
Porta d´armas do quartel do BCAV. 8423, no Quitexe, 
em 1974 e com entrada a avenida. Vêem-se as bombas 
de gasolina, o refeitório (à direita) e as oficina-auto 
(cobertura ao centro). Já nada disto existe!
BCAV. 8423

Há 46 anos, os dias de 1974 caminhavam para o fim e, já no sétimo mês da jornada africana do Uíge angolano, estava, pelo Quitexe, semeada grande expectativa sobre a corrida de S. Silvestre, para que se preparavam alguns Cavaleiros do
Os alferes milicianos João Leite, Jaime
Ribeiro e António Garcia
Norte, os mais afoitos a dar à perna.
A iniciativa do gabinete de acção psicológica do BCAV. 8423 - ao tempo, da responsabilidade do alferes miliciano José Leonel Pinto de Aragão Hermida - teve boa aceitação e, por lá, segredavam-se duelos atléticos entre os os mais capazes dos Cavaleiros do Norte da CCS e da 3ª. CCAV. 8423 - que desde o dia 10 de Dezembro estava aquartelada no Quitexe, rodada da Fazenda Santa Isabel. E também os garbosos combatentes do Pelotão de Morteiros 4281, o do alferes miliciano João Leite, que desde o dia 20 desse Dezembro de há 46 anos faziam já a rotação para Carmona! Que concluiriam apenas em Janeiro de 1975.
Os despiques que se anunciavam não mudaram nada a relação entre os «competidores» que se iriam rivalizar. Tudo se vivia numa... boa. E desportiva! Competitiva mas saudável, como mandam as «regras» do bom desporto.
Notícia do Diário de Lisboa de 28 de Dezem-
bro de 1974. Há precisamente 45 anos!


O MPLA e a Facção
de Daniel Chipenda 

Mais complexas iam as relações do MPLA com a Facção Chipenda. 
Esta, faz hoje 46 anos e em Paris, fazia questão de denunciar o acordo de Agostinho Neto (MPLA) com Jonas Savimbi (UNITA), dias antes assumido no Luso. Luís Azevedo, seu encarregado de negócios, falava na capital francesa e lembrava que Neto tinha sido expulso do MPLA. É uma história complicada, para aqui ser contada em pormenor.
Luís Azevedo, em Paris e citado pela France Press, «censurava o papel desempenhado por Rosa Coutinho para a conclusão desse acordo».
Rosa Coutinho que, por essa altura, era alvo de mensagens de regozijo, pela sua nomeação como Alto Comissário de Angola - mensagens que chegavam ao Governo Geral, em Luanda. Mensagens que, e cito o Diário de Lisboa de 28 de Dezembro de 1974, também «repudi(av)m a abertura do escritório da Facção de Daniel Chipenda».
Nota curiosa do dia tem a ver com o facto de Angola, ao tempo, estar a fornecer 1/3 do petróleo que Portugal precisava. O Boletim da Direcção Geral dos Combustíveis de Novembro de 1974 dava conta disso e punha Portugal na lista dos mais altos dos preço da gasolina super: exactamente 12$50 o litro - qualquer coisa como 2,09 euros, a preços de hoje e segundo o conversor da Pordata. A segunda mais cara da Europa. Mais cara, só na Grécia: 13$61.  O mais baixo custo, era na Irlanda (6$56). Na vizinha Espanha, um litro custava 10$50. 


Barros de Zalala, 68
anos em Coimbra !

O 1º. cabo Barros, da 1ª. CCAV. 8423, a de  Zalala festeja 68 anos a 29 de Dezembro de 2020.
Rui António Ferreira Barros foi atirador de Cavalaria do grupo de combate comandado pelo alferes miliciano Carlos João Sampaio, com os furriéis milicianos Eusébio Martins, Mota Viana (depois João Rito) e Plácido Queirós.
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, julgamos que a Coimbra - pois o seu nome não consta da lista de embarque dos Cavaleiros do Norte de Zalala. Desconhecemos as razões mas, para onde quer que esteja, para ele vão os nossos parabéns!

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