O furriel miliciano João Rito, em primeiro plano, que hoje faria 68 anos mas faleceu a 17 de Maio de 2008. Atrás, o furriel Nascimento e NN. Quem será? |
Os dias do Uíge, há 45 anos, iam passando entre fermentos de expectativas e os possíveis sonhos relativamente ao nosso desejadíssimo regresso a Portugal e a missão, cada vez mais perigosa a que, generosa e bravamente, nos íamos entregando, rodeados mil perigos e procurando, a todo o custo, manter a paz e a ordem, a segurança de pessoas e bens das terras uíjanas.
A Angola doce e misteriosa que nos enfeitiçava a alma, atravessava período crítico, com recolher obrigatório em Luanda, muito embora, e citamos o Diário de Lisboa desse dia de há 45 anos, a imprensa anunciasse que «a situação encontra-se praticamente normalizada» e também que «na noite anterior e manhã de hoje não se registaram incidentes».
«Centenas de refugiados estão albergados nos liceus e estabelecimentos de ensino superior, onde foram organizados centros de socorro», anunciava a imprensa, e na véspera (como ontem aqui referimos), lembrando que tinham entrado 500 cadáveres nas morgues da cidade. Só que, e de novo citamos o Diário de Lisboa de 5 de Maio de 1975, «o número total de vítimas dos últimos acontecimentos deve elevar-se a cerca de um milhar».
João Rito, furriel mil. da 1ª. CCAV. 8423 |
Rito, furriel de Zalala,
faria hoje 67 anos !
O furriel miliciano João Correia Marques Rito, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, faria hoje 68 anos. Faleceu a 17 de Maio de 2008.
Cavaleiro do Norte da mítica fazenda de Zalala, o Rito apresentou-se no mês de Dezembro de 1974, em rendição individual - substituindo o furriel Mota Viana, que de lá saíra em Outubro de 1974. Rodava do Casage e da 1ª. CCAÇ. 4617, formada em Évora.
Natural de Freixianda, em (Vila Nova de) Ourém, o furriel Rito lá voltou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do Uíge angolano, e onde, sempre solteiro, trabalhou na área da extracção de resinas. Apareceu morto, numa estrada, a 17 de Maio de 2008, por razões desconhecidas e nunca esclarecidas. Provavelmente assassinado.
Hoje o recordamos, dele fazendo memória, com muita saudade de um bom companheiro da missão que, há 46 anos, nos levou ao norte de Angola! RIP!!!
Carla Gaspar, em foto recente, ladeada pelas irmãs São, à esquerda, e Lurdes Morais, três jovens do Quitexe de 1974/1975 |
Carla Gaspar, do Quitexe,
em festa de jovens 59 anos !
A lindíssima Carla Gaspar, que tantas paixões fez ferver entre a guarnição do Quitexe - e por outros sítios, vá lá saber-se porquê... - festeja 59 anos a 5 de Maio de 2020.
Os tempos dos idos anos de 1974 e 1975 eram de guerra, é verdade, mas também de alimento de aceleradas paixões (muitas delas nunca confessadas...), semeadas pela nossa jornada africana de Angola. Era quando Carla, jovem estudante do Liceu Nacional de Carmona, com 14 anos em forma de flor de jardim, a desabrochar..., regressava à vila do Quitexe e à sua casa de família e aos encontros de jovens da missão do padre Albino Capela. Onde se juntava com as irmãs Morais e outras jovens e adolescentes quitexanas.
A Carla é filha de Amélia e Carlos Gaspar (já falecido), neta de Ricardo Gaspar (de Zalala), e nasceu na casa onde, no nosso tempo do Quitexe, era a messe de oficiais. O pai era dono de uma fazenda dos arredores do Quitexe e a família regressou a Portugal por altura da independência de Angola.
Carla Gaspar trabalha no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e mora no litoral alentejano. Parabéns pelos bonitos e jovens, pelos viçosos 59 anos da sua vida!
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